15 abril 2012

Ainda o "Cogito, ergo sum" cartesiano

Eh pá, eu até sei alguma coisinha de grego, mas não é em grego que te vou escrever. É em português bem clarinho...presumo eu.
O que te vou dizer custa alguma coisa perceber?
Olha lá, se, segundo Palma, Ernesto, O Plutocrata, Serra d'Ossa, Lisboa, 1996, «...o real é o que faz o pensamento...», torna-se claro, à frente dos nossos olhos, que o real é o criador e o pensamento é o criado.
Assim, chamando outra vez a julgamento o "cogito, ergo sum" (penso, logo sou), vamos repetir, estruturalmente, a mesma pergunta do meu texto anterir: como é que o "criador" é uma consequência do "criado"? Absurdo.
Agora percebes que estamos perante a proclamada morte de Deus...porque - dizem - foi o homem que criou Deus. A criatura sobe a criador e o criador desce a criatura. Eis-nos perante a inversão de todo o real.
Isto mesmo nós vemos na história bíblica desses representantes de toda a humanidade que são Adão e Eva ("sereis como Deus"); na Torre de Babel (os homens queriam construir uma torre que chegasse ao céu, isto é, à morada de Deus); no Ícaro ( o jovem turbulento das narrativas clássicas queria chegar ao Sol).
-Ó Marafuga, por que te ocupas com estas coisas?
-Porque o meu combate é contra o marxismo, "filosofia" do comunismo, excluidor de Deus, isto é, excluidor do homem.
Acabo com as palavras do grande mestre brasileiro, Nivaldo Cordeiro: «o essencial da modernidade é a recusa da percepção do elemento transcendente como condição do real, colocando em seu lugar a pura razão humana» (01 de Junho/2010).

Sem comentários: