25 abril 2007

Também não me resigno

Depois do que escrevi aqui ontem, este discurso do Presidente da República vem mesmo a calhar.
Apenas discordo que o desinteresse pela vida política seja apenas apontado aos jovens porque, como é patente, há muito que o problema atravessa a sociedade em geral. Para não ir mais longe: os velhos, pelo menos, têm muito tempo para cuidar da democracia, até porque ajudaram a construí-la.
Enquanto as pessoas se calarem e prescindirem do direito à indignação nada mudará e continuaremos a marcar passo.
Lembre-se:
1. "Temos de deixar aos nossos filhos e aos nossos netos um regime em que sejamos governados por uma classe política qualificada, em que a vida política se paute por critérios de rigor ético, exigência, competência, em que a corrupção seja combatida por um sistema judicial eficaz e prestigiado";
2. "Portugal deve pensar-se como democracia amadurecida" e sugeriu que se "reinvente o espírito da cidadania", exigindo-se "uma mudança" de cultura política".
Estas duas citações condensam um ambicioso programa de cidadania política em que se deveria reflectir maduramente.

P.S. - Está aqui uma curiosa resposta ao discurso do Presidente da República. O autor também não se resigna. Mas...

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro: continua, como aliás a maioria de nós continuamos a lidar com isto de forma planificada, paternal carregada de desejos - "temos de deixar..."; "Portugal deve pensar-se...".
Enquanto pensarmos assim julgo que não avançaremos muito nos objectivos que com pretendemos atingir - de sermos "governados por uma classe política qualificada, em que a vida política se paute por critérios de rigor ético, exigência, competência, em que a corrupção seja combatida por um sistema judicial eficaz e prestigiado".
Deixemos de procurar um ideal cavaleiresco de políticos.
Mudemos de prespctiva: sem paternalismos, permita-se maior liberdade individual. Daí resultará mais dinamismo e maior espírito critico. E destas obteremos uma sociedade mais dinâmica e certamente, políticos condizentes...

Fonseca Bastos disse...

Caro RPMRibeiro:
Gostava de conhecer em pormenor a sua visão do que deve ser feito para mudarmos de vida.
Todas as opiniões me interessam.
Maior liberdade individual houve, claramente, entre 1974 e finais da década de oitenta, e veja o que permitimos que se fizesse dela...
Será só uma questão de liberdade?
Sou feroz crítico de todos os políticos profissionais. Ao invés do tal ideal cavaleiresco preferia ver no poder gente normal com experiência de vida.