02 dezembro 2005

Depois de mim, o dilúvio


O monarca francês Luís XV (1710-1774) ficou conhecido por muitas razões, uma das quais por lhe ser atribuída a famosa frase "depois de mim, o dilúvio". Quase três séculos volvidos ainda há pessoas que se consideram insubstituíveis, esquecendo-se de que os cemitérios estão repletos delas.
Egocêntricas e narcisistas, por via de regra tais pessoas são inadaptadas e, julgando-se detentoras da verdade absoluta e incontestável, incapazes de compreender o seu semelhante.
Enquanto o comum dos mortais aprende com os erros cometidos, os "iluminados" nunca aceitam conselhos, acham que só eles estão certos e que a raiz do problema reside nos outros.
Essa visão distorcida inibe tais pessoas de discernir acerca da realidade, pelo que, se confrontadas com as consequências desta, têm reacções impróprias.
Quando essas pessoas ascendem a cargos de nomeada, o pior erro que frequentemente cometem é fecharem-se num casulo, afastarem os discordantes e rodearem-se de uma corte de servis bajuladores. Recusam-se a escutar vozes dissonantes e vão cavando a sua própria sepultura assessorados por pobres de espírito.
Depois queixam-se de boatos e de calúnias, que desconheciam ou não souberam desmontar em tempo oportuno.

1 comentário:

João de Carvalho disse...

...não sei porquê mas lembrei-me das nossas gentes da governação! curioso...apenas coincidências...