15 março 2012

Igualdade?

Vou tentar falar contigo, mas devo confessar-te que estou fatigado. Estes problemas arrasam-me intelectualmente, sentindo-me tentado a largar tudo da mão. Este estado de espírito investe contra mim frequentemente, desejando tantas vezes, como D. Quixote, meter-me dentro da jaula e deixar que os outros energúmenos me levem.
Vem tudo isto a propósito do famigerado projecto da Câmara Municipal que recebe o nome de Igualar em Alcochete. Mas o que esta gente da Câmara está a cozinhar para nós com o nosso próprio dinheiro e aquiescência? "Para nós" é como quem diz porque a odiosa tramóia é para os nossos filhos e netos.
Esta gente fala em igualdade de género, mas não explica ao povo o que, na realidade, esta porcaria é.
Ouve, meu amigo, neste momento eu só sinto forças para te falar na problemática da igualdade, uma das grandes palavras de ordem que vem da Revolução Francesa (égalité).
A igualdade é monopólio dos socialismos. Tu, meu amigo, sim, tu que me estás a ler, já percebeste que quando falo de socialismos refiro-me a todas as esquerdas. (Estas são muito mais do que aquilo que te querem fazer crer, mas isso não é conversa que seja chamada aqui e agora).
As esquerdas são revolucionárias e visam só e apenas instaurar o poder revolucionário. Mas este o que é? É o domínio do homem sobre o homem. Ouve, meu amigo: na perspectiva revolucionária, se eu tenho uma pistola e tu tens outra, para eu ter poder sobre ti não vou ao mercado comprar mais uma pistola, mas sim o que faço é afanar-me a tirar-te a pistola que tu tens.
Enquanto que é mais rico quem mais bens acumula porque a riqueza debruça-se sobre coisas, o poder revolucionário debruça-se e cresce sobre si próprio, neutralizando os meios de acção de todos à sua volta.
Verifica-se então que a génese do poder revolucionário assenta numa tremenda desigualdade porque pela estrutura que lhe é mais intrínseca esse poder não tolera outro que lhe faça frente. Ora, bom leitor e amigo, já estás a ver a grande pergunta que eu vou colocar: como é que o poder revolucionário que se alimenta de prometer a igualdade pode instaurar esta entre os povos se o ponto de partida desse poder nega essa mesma igualdade?
Sinto, meu amigo, que desta vez a minha expressão não ficou ao nível da minha ideia, mas também sei que me percebeste perfeitamente.

1 comentário:

Unknown disse...

Só os comunistas, com a história da igualdade, mataram no séc. XX mais de cem milhões (100.000.000) de pessoas. Não há nenhum especialista do Ocidente que faça esta cifra por menos. Curiosamente, eu já denunciei isto mil vezes em mil sítios e nunca apareceu ninguém a desdizer-me.