26 março 2011

POLITICA SOCIAL E CONDIÇÕES DE VIDA

Atravessamos actualmente um conturbado quadro social reflexo das grandes dificuldades económicas em que o país mergulhou. Está instalado um círculo vicioso de destruição de valor com consequências na qualidade de vida dos portugueses. As politicas prosseguidas pela governação do Eng Sócrates resultaram no empobrecimento generalizado de muitos estratos sociais e na permanente insatisfação da população que vive, hoje, alarmada com o futuro. Nada que a Dra Manuela Ferreira Leite não tivesse dito em 2009 mas que os portugueses infelizmente, anestesiados pela retórica socialista, não quiseram ouvir.
O recrudescimento da pobreza acabou por chegar também inevitavelmente ao nosso concelho.
Devido a isso, a Câmara Municipal de Alcochete passou a ter responsabilidades acrescidas no reforço da coesão social, sendo sua obrigação acudir aos problemas mais prementes de pobreza, de desigualdade e ajudar as vítimas de fenómenos de marginalização de modo mais acutilante. Quando se avolumam as carências sociais e aumenta o desemprego, o combate à exclusão social deve passar a constituir uma das preocupações dominantes da autarquia.
Torna-se assim urgente fortalecer as redes sociais existentes e apoiar todas as instituições que nessa área trabalham. Não basta dar "uns tostões" às paróquias e deixar que estas e a Segurança Social façam todo o trabalho de solidariedade que é indispensável fazer. Até porque, neste âmbito, a Câmara Municipal detém competências próprias que não pode nem deve escamotear.
De que serve a promoção de um desenvolvimento que não tenha como objectivo o bem estar colectivo?
No entanto, o que se observa na área social é que a Câmara tem vindo a assobiar para o lado. Descapitalizada como está devido a clamorosos erros de gestão e opções estratégicas incorrectas, tem-se revelado, face à escassez de recursos, pouco operativa e ineficiente nas questões da solidariedade, preferindo dar conta que nada se passa...
Produzem-se apenas textos de intenções e linguagem de circunstância, onde se apregoam pretensas acções a desenvolver no seio da comunidade, cujos projectos e programas, porém, nunca chegam a ser devidamente concretizados. No terreno, as respostas sociais da DESSS/CMA são inexistentes.
Perguntar-se-à:
-Que politicas de apoio estão implementadas no domínio da habitação social?
-Que planos para acompanhamento às famílias carenciadas que estão sinalizadas?
-Que politicas de solos são desenvolvidas que estimulem o mercado habitacional a custos controlados e o arrendamento social?
-Que politicas de apoio à fixação e empregabilidade de jovens no concelho?
-Que estratégias de atracção residencial para que novas famílias se instalem em Alcochete?
-Que politicas de captação de investimento que fomentem a criação de novas empresas?
-Que apoio aos empresários e empreendedores?
É o deserto de ideias e de iniciativas. O excessivo tempo no poder castra a capacidade de compreender a modernidade e de inovar. Acontece isso, infelizmente, neste momento, ao executivo CDU e aos disciplinados apaniguados que na sua órbita gravitam.
E assim vamos vivendo num concelho, repleto de potencialidades, cujo executivo autárquico não possui, contudo, vocação nem vontade para estimular e acompanhar o dinamismo empresarial de quem aqui pretenda investir. Existe até na Câmara um famigerado Gabinete de Apoio ao Empresário mas qualquer compromisso ou empatia com empresários é difícil de se estabelecer. Por ausência de visão e perspectiva dos autarcas comunistas em criar sinergias com o empreendedorismo.
Sofrem com esta situação as condições e a qualidade de vida das populações. Lamentavelmente.
Não é, por isso, nada demagógico dizer que, presentemente, em Alcochete, a coesão social, o emprego, a integração sustentada e a solidariedade social plena são cada vez mais uma miragem. Embora sejam temas que adornem os discursos oficiais e os panfletos apologéticos do executivo CDU em funções.
Em matéria de emprego, a única politica existente é a de carrear pessoas para os quadros da Câmara, dando emprego público para satisfazer clientelas. Em muitos casos, emprego socialmente improdutivo, cujos recursos, nele desperdiçado, poderiam ser utilizados de outra forma em prol da comunidade.
Concluindo, Alcochete terá de ser um espaço de iniciativa, empreendedorismo e localização empresarial, assim como um espaço de atractividade residencial. Nunca um concelho onde o investimento, a iniciativa privada e particular sejam condenadas e ostracizadas por força de anacrónicas posições politico-ideológicas da actual maioria hegemonicamente dominante.
O futuro irá ditar que, para Alcochete crescer e se desenvolver, será necessário um outro paradigma de gestão...com outros protagonistas que, com audácia e estratégia, sejam capazes de levar a termo outros projectos e compromissos.
Passados mais de 30 anos do mesmo, disso não tenho dúvidas...

2 comentários:

Anónimo disse...

Um post de grande eficácia propagandistica, bem escrito, que dá relevo a meia duzia de pontos alvo que os actuais Camareiros da CDU não têm nem sabem como lá chegar, por insensibilidade nata.
Contudo os apaniguados de Passos Coelho não passam de farelo do mesmo saco de Sócrates (a história tem demonstrado até à saciedade).
Aliás o grande construtor do "Monstro da Despesa Pública" foi o grande mentor da Manuela Ferreira Leite, ou seja o algoz da democracia pós 25A, PROF.CAVACO SILVA!
Portugal tem excesso de camareiros e carência de Autarcas, e de certeza absoluta, estes não estão arregimentados a partidos politicos que não passam de agencias de emprego das suas clientelas.

Saudações livres e alcochetanas

Anónimo disse...

Meu caro João Pinho, desde já os meus parabéns por mais um excelente artigo que ao contrário dos demais que por aqui ditam alguma coisa, apresenta conteúdos de elevada importância e objectividade muito próprios de um pensamento estruturado, real e actual. À excepção da referência à Dra Manuela Ferreira Leite que eu pessoalmente não concordo por entender que esse vosso "dinossauro" do PSD nada de útil fez ou traz ao país (mas todos os partidos têm militantes obsoletos infelizmente desde o dia que se filiaram), acho que neste pequeno texto o João apresenta claramente a apatia a que este maravilhoso concelho se encontra nas mãos da CDU.

Todavia gostaria apenas de acrescentar o seguinte: Nem todos os que se encontram em situação económica difícil merecem qualquer apoio social justamente pela falta de mérito próprio, e a esses a solidariedade deve ser vedada firmemente. Pois de acordo com conversa recente com uma responsável da Segurança Social da região, dizia-me esta: Você não imagina as pessoas que por aqui passam, vestidas com roupa de marca, telemóveis de última geração, óculos de sol e outros acessórios de show-off, quando na situação em que se encontram (DESEMPREGO) não querem nem estudar nem trabalhar, e estamos a falar de jovens. Muitos deles negam-se em absoluto a qualquer emprego em Lisboa pois acham que é muito longe!

Com a Ponte Vasco da Gama e autocarros directos à Praça de Espanha, Lisboa é longe!?
Que raio de pessoas são estas, que apostam numa dependência em subsídios e recusam oportunidades de trabalho e mais importante até, utilizarem os seus tempos livres para se formarem academicamente?

Serão as mesmas que o João referia como "clientela"?
Serão "groupies" da esquerda que acham que o estado deve ser pai de todos? Cama, comida, roupa e dinheiro oferecidos generosamente pelas instituições públicas para promoverem interesses partidários e filiações para várias gerações da mesma família. De tal forma que até os acamados são transportados pelos amigos e familiares às urnas para que possam votar e garantir que NADA MUDARÁ.