11 maio 2012

O desmascaramento de Descartes

Meus amigos, o desmascaramento de René Descartes (1596-1650) tem sido feito por muita gente nas últimas décadas, mas pouco vai além de um universo restrito de intelectuais e alguns filósofos. O que convinha muito era que esse desmascaramento fosse levado ao grande público, o que não é fácil por mil razões e mais uma.
É que deixou de haver lugar para a Filosofia. Mesmo a nível desta nossa terra de Alcochete, um idiota últil que presumia ter ascendente sobre a minha pessoa, pedia-me que eu abdicasse de recorrer ao discurso filosófico nos textos que publicava. Fingi não o ouvir bem, mas aqui fica o registo para que ele veja que eu estava atento e não esqueci.
Voltando à vaca fria. Se o grande público começasse a pressentir que vive uma trágica ilusão colectiva e que Descartes, nos começos da era moderna, foi um dos pais incontornáveis dessa ilusão, logo sem esforço maior ruiria o Kantismo, o Positivismo, o Marxismo, etc.
Descartes foi o filósofo da ruptuta do pensamento ocidental com o recebido desde Platão e Aristóteles porque com ele dá-se a entronização da razão humana que pouco depois o Iluminismo elevará à categoria de deusa. Aqui, o real foi transferido da ideia para o fenómeno...e depois para o facto...e depois para o social...e depois para o espectáculo. Hoje, neste nosso mundo, só o espectáculo é real (Ernesto Palma:1996).
Bom, uma coisa percebi eu: não se pode atacar minimamente o cartesianismo sem abordar essa outra problemática que dá pelo nome de dúvida. E esta o que é? Eu diria que a dúvida é a vereda oferecida pelo pensamento para a adequação ao real. Ora esta adequação ao real é a verdade.
Será a partir desta plataforma que pegarei na dúvida cartesiana e tentarei mostrar aos meus leitores como a Humanidade foi indecentemente enganada.
Será possível esbater os himalaias de mal acumulado nos últimos três séculos? Se não for, os seres humanos virarão montes de carne por aí a dar à pata sob as botas de tiranos como nunca a História os teve.

1 comentário:

Unknown disse...

Eu diria que o pensamento é uma cordilheira e as ideias são os picos dessa cordilheira.