12 setembro 2014
REFLEXÃO PREOCUPANTE
Nos últimos meses tenho tido a possibilidade de andar por aí, por Portugal. Visitando locais que há anos não o fazia, apreciando e conversando com responsáveis autárquicos de diferentes quadrantes.
Inúmeras conclusões tenho retirado, para além do respeito que sempre tive por qualquer ser humano mesmo que tivesse pensamento divergente. Voltando às conclusões, pude constatar de que há locais que evoluíram e dinamizaram-se muito mais, com equilíbrio no investimento.
As suas politicas assentaram no debate de ideias e acolhendo contributos da população.
As conversas com o povo foram ocorrendo por diferentes formas desde o envolvimento associativo, a auscultação dos empreendedores, agentes culturais entre muitos outros incluindo os responsáveis políticos.
Mal, vão as terras em que aquelas condições não existem e há responsáveis políticos que ainda vivem na época dos feudos e são desonestos intelectualmente; as suas vistas são curtas e afastam-se da realidade que os rodeia.
11 agosto 2014
FESTAS DO BARRETE VERDE 2014 - 4
Domingo de Festas é simbolicamente o ponto alto da parte religiosa do programa semanal. Realizou-se a tradicional procissão de evocação à N. Srª da Conceição representada na N. Srª da Vida. Muitos dos cidadãos desconhecem o simbolismo destas evocações e a verdadeira razão de existência do país que se chama Portugal, com a missão que teve e tem no Mundo, no chamado Quinto Império, aquele que vem da herança Templária e convertida em Portugal na Ordem de Cristo.
Seria interessante que muitos dos líderes de opinião em Alcochete se debruçassem sobre os símbolos enraizados por estas paragens e talvez aí percebessem porque estas Festas têm um significado de fraternidade e relacionamento entre seres humanos, independentemente das divergências.
Fazer politica nestes dias e ações sob essa carga é prejudicial a prazo!
Regressemos ao livro: " o grande responsável pela organização dos festejos foi o Sr. José André dos Santos. Ele aproveita a realização da habitual corrida de toiros para fazer nascer as, hoje famosas e tradicionais festas do Barrete Verde e das Salinas. Ele é portanto, o seu progenitor.
No ano de 1942 as festas ainda são feitas com a colaboração e concurso da Santa Casa da Misericórdia e a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro 1898, mas já com a denominação atual do Barrete Verde e das Salinas.
Decorria o ano de 1943 e a Santa Casa da Misericórdia recebe a uma herança do Barão de Samora Correia, deixando a organização das festas, razão porque nesse ano, a responsabilidade da sua realização passa para a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 embora contando com o apoio da Câmara Municipal.
A partir daqui nota-se uma dificuldade crescente para arranjar uma entidade ou uma comissão, para se responsabilizar anualmente por estas festas."
Depois de no ano 1944 terem ocorrido as festas desenvolveram-se algumas ações que culminaram com "O Aposento do Barrete Verde, foi fundado a 20 de Agosto de 1944".
"A assembleia-geral para a eleição dos primeiros corpos gerentes teve lugar em 21 de Dezembro de 1947 e pelo fato de haver dificuldade em se formarem listas, foram realizadas na sequência da primeira, mais três sessões da assembleia geral nas seguintes datas: 4, 18 e 25 de Janeiro de 1948."
10 agosto 2014
FESTAS BARRETE VERDE 2014 – 3
Ontem, foi a tradicional noite forte das “Festas”, a qual se pode considerar “no-stop”, prolonga-se pelo dia de hoje.
E uma noite carregada de encanto de movimento em que as pessoas circulam em aglomerado como se estivéssemos nos transporte públicos em hora de ponta, mas se pode considerar a simpatia e boa disposição do povo português. Assinale-se este ano algumas inovações e organização na distribuição dos locais de petiscos e vendas.
Por outro lado, identifica-se de bom grado os estabelecimentos ou tendinhas comerciais que contribuíram para as “festas” com um pequeno cartaz entregue pela organização.
É cedo fazer-se o balanço, para já é positivo. Há um senão e que urge repensar. Os estabelecimentos faturam e têm o direito em colocar os balcões à entrada dos mesmos, o que não se compreende é privarem os cidadãos de utilizarem as casas de banho nomeadamente as senhoras.
Regressemos à transcrição do livro da História.
“Nos anos que decorreram entre 1936 e 1940 não se realizam quaisquer festejos significativos. No entanto, para angariação de fundos, todos os anos a Santa Casa da Misericórdia de Alcochete leva a efeito uma corrida de toiros organizada por uma comissão.
Entretanto, a 7 de Setembro de 1941 realizam-se as primeiras denominadas das “Salinas e do Barrete Verde”.
A organização estava a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Alcochete com o concurso da Câmara Municipal, dos Senhores Samuel Lupi dos Santos Jorge e José André dos Santos e a colaboração da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete.
Neste mesmo ano, foi criado o primeiro grupo de “Meninas do Barrete Verde” as quais colaboram na angariação de fundos para as festas.”
09 agosto 2014
FESTAS DO BARRETE VERDE 2014 - 2
Iniciaram-se as festas deste ano, com algumas novidades. Infelizmente, mantém-se uma falta de coordenação ou sensibilidade de todos os intervenientes em certos momentos, nomeadamente as homenagens ontem ocorridas e habituais mereciam um maior respeito e silêncio nos sons ao longo da Vila de em especial ao lado do palco.
Sem deixar de referir a sucessiva falta de respeito, para com os grupos de Folclore.
Regressemos à transcrição já referida:
"Vem dos confins a existência de duas praças de toiros, toscas, em madeira e já muito deterioradas.
Entretanto em Setembro de 1921 inaugura-se uma nova praça de toiros. Esta já no local onde existe a atual, mas continuando a ser em madeira.
O seu proprietário era o Sr. João André dos Santos, tio do Sr. José André dos Santos, homem que vai ter anos mais tarde, uma ação muito especial.
As Festas da Nossa Senhora da Vida realizavam-se através da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 e tinham como principal impulsionador o seu diretor, Sr. José Diogo da Costa.
Devido aos problemas de recessão económica e das dificuldades da época, a praça de toiros vai-se deteriorando e deixa de oferecer condições para a realização dos espetáculos taurinos correndo o risco de deitada abaixo.
A fim de evitar esse risco, o denominado grupo do clube de Alcochete composto por vários alcochetanos e aficionados, decide comprar a praça e conservá-la."
08 agosto 2014
FESTAS DO BARRETE VERDE 2014 - 1
Num tributo ao criador deste blogue, o nosso saudoso amigo Arnaldo Fonseca Bastos, neste período tão somente falaremos de festas e sem conotação politica por respeito às tradições, irei transcrever passagens de um livro histórico que relata a História do “Aposento Barrete Verde”.
“Alcochete, no passado como no seu presente, é possuidora de um misto de valores que deve ao dinamismo, ao vigor, entusiasmo e espirito de resolução, de grande parte da sua gente.
Um simples ato ponderado, verdadeiramente refletido, pode tornar-se um fato histórico e repercutir-se por gerações.
Na modesta Vila de Alcochete, o povo também sabia ser alegre e folgazão, gostava de rir e ter os seus próprios festejos.
Nos anos 30, mais precisamente em 1930 e 1935 realizavam-se em Alcochete as Festas à Nossa Senhora da Vida.
A Nossa Senhora de Vida era muito da devoção do povo sobretudo porque tinha sido Ela que o salvaria de ter sido atingido por uma das pestes que grassou o país.
Estas festas constavam de uma parte profana e de uma parte religiosa. Na parte profana era incluída a corrida de toiros."
04 agosto 2014
INCOERÊNCIA POLITICA
Nas últimas horas tenho “divertido” a ler e ouvir comentários políticos e de cidadãos sem responsabilidades politicas sobre o assunto BES. Depois de ouvir a comunicação feita pelo Governador do Banco de Portugal, ouvi tanto disparates que mais parecia estar a assistir aqueles treinadores de futebol que levam uma goleada e depois afirmam que a sua equipa merecia ganhar pela dignidade dos jogadores.
A solução encontrada não é comparável à irresponsabilidade ou incompetência ou inexperiência tomada no BPN.
O dinheiro colocado no “Novo Banco” já está a ser pago pelo empréstimo contraído e será sempre devolvido aos credores, agora ou daqui a uns anos. Trata-se de algo semelhante ao cidadão que pede um empréstimo bancário para investir na empresa ou outra coisa qualquer e depois do dinheiro estar na sua conta entende fazer um compasso de espera. Começa a pagar a divida e juros independentemente de não utilizar o dinheiro.
Haja sensatez nos disparates que se dizem!
Será que ninguém aprendeu com as más decisões tomadas nos EUA, prematuramente decidiram deixar falir instituições financeiras que são grandes motores da economia, às diversas escalas.
Diferente é branquear os atos de gestão, os quais deverão ser sancionados.
Algumas questões ficam aos pensadores de esquerda que defendem o capital público:
1. Porque há muito cidadãos de esquerda que têm ações em bancos privados?
2. O que leva os sindicatos a fazerem investimentos e património em bancos privados?
3. A Câmara Municipal de Alcochete sendo maioria comunista não deveria contrair apenas empréstimos na Caixa Geral de Depósitos?
01 agosto 2014
QUEBRAR O SILÊNCIO
A vida faz-se caminhando e pelo caminho seguindo o infinito que só Ele sabe onde vai dar.
Sou livre e bons costumes e é chegado o momento de retomar a atividade escrita de forma independente e sem tabus.
Retomarei de forma periódica a exteriorização de palavras e frases que permitam construir pedra sobre pedra o castelo que deixamos nesta vida.
07 março 2014
Resíduos Sólidos Urbanos: Uma Questão de Futuro
Recentemente,
o Governo aprovou o processo de privatização da Empresa Geral do
Fomento (EGF), a qual é responsável por assegurar o tratamento e
valorização dos resíduos sólidos urbanos, de forma ambientalmente
correcta e economicamente sustentável, contribuindo para a melhoria da
qualidade de vida e do meio ambiente.
AEGF tem por missão responder pela gestão dos sistemas criados, cujas 11 empresas concessionárias, constituídas por ela em parceria com as autarquias, processam anualmente quase 4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), produzidos em 174 municípios por cerca de 60% da população de Portugal.
Na península de Setúbal, a EGF, em associação com 9 municípios, criou a Amarsul que serve 780 mil habitantes distribuídos por uma área geográfica com cerca de 1.500 km”.
Em Alcochete, a Câmara Municipal (CMA) detém uma pequena participação do capital social da Amarsul, estando todo o território do concelho coberto no tocante à recolha e tratamento dos RSU que produz.
Ora, depois do anúncio da privatização, surgiu no distrito um grande alarido à volta do assunto sem que, a meu ver, razão alguma o justifique. Inclusivé, várias autarquias, entre as quais Alcochete, fizeram aprovar moções contra a privatização da EGF apenas por motivos de natureza político-partidária e com o único propósito de levantar turbulência e fomentar a contestação. Sem ter em conta o verdadeiro alcance da medida e os benefícios sociais que dela decorrem para as populações.
De qualquer modo, polémicas à parte, convém compreender com clareza quais os fundamentos que suportam toda a reestruturação do sector dos resíduos sólidos urbanos, assim como a respectiva privatização da EGF. Feito isso, facilmente se constata a bondade e o sentido daquela decisão. Deixo algumas pistas:
- A privatização da EGF faz parte do Memorando de Entendimento assinado com a “troika” e é uma exigência de Bruxelas;
-Ao Estado deve apenas caber o papel de supervisor em termos económicos e ambientais, tendo ainda, enquanto concedente, a obrigação de zelar pelo cumprimento dos níveis do serviço público que são prestados;
- A privatização visa proporcionar um encaixe de relevo e reduzir as responsabilidades do Estado sobre uma enorme dívida financeira, estimada no valor de 200 milhões de euros, com tendência para se avolumar, caso continue a perdurar o actual modelo de gestão e esta estrutura accionista;
-Promover a sustentabilidade global dos sistemas e, por força de uma maior eficácia na gestão, conseguir atingir as metas previstas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020);
-Atribuir à Entidade Reguladora dos Serviços de Àguas e Resíduos (ERSAR) poderes de fiscalização e regulação na arbitragem entre concessionários e municípios;
A intenção do Governo mostra-se adequada. Tal como actualmente o panorama se apresenta, onde o volume de endividamento assume contornos preocupantes, a actividade operacional começa a denotar ineficiências várias devido à escassez de recursos e a capacidadede investimento do Estado e dos municípios é quase nula, torna-se natural qua a qualidade dos serviços se comece a deteriorar. Nesta perspectiva, a privatização vai certamente garantir a manutenção ou melhoria dessa qualidade, renovar equipamentos e harmonizar as disparidades das tarifas que são praticadas entre os diferentes sistemas.
E não será despiciendo pensar que o novo concessionário tenciona dar dimensão e escala aos sistemas e reforçar a capacidade financeira dos mesmos. A ser bem sucedido neste negócio, poderá até alargar os seus investimentos a outras áreas, no domínio do ambiente, da energia ou outros, induzindo assim um efeito multiplicador ao conjunto da economia portuguesa. À semelhança do que grandes operadores privados fizeram em outros sectores nevrálgicos do tecido produtivo nacional. Com os consequentes benefícios para a criação de emprego e para a arrecadação de taxas e impostos.
A reestruturação do sector dos resíduos sólidos urbanos vem no tempo certo. Por exigência da “troika” mas também por exigência dos portugueses. Porque a manter-se o actual modelo de gestão e interacção entre partes, à EGF e respectivos sistemas intermunicipais não restará outro caminho senão a insolvência ou a declaração de incapacidade para atingir os objectivos ambientais previstos no PERSU 2020.
De sublinhar que só à Amarsul a dívida global dos municípios da península de Setúbal já ascende a mais de 20 milhões de euros. Esta empresa, que realizou investimentos avultados, começa a viver uma situação alarmante. Daí que, alterar o paradigma de administração no sector, liquidar compromissos assumidos, modificar o perfil da estrutura accionista das empresas e reforçar as competências da ERSAR afigura-se de todo conveniente. E urgente.
Por fim, de referir que o objecto da privatização é apenas a empresa EGF, uma “sub-holding” que presta o serviço e faz a gestão das infraestruturas a ele afecto. Não as próprias infraestruturas. Terminada a concessão, estas revertem para a propriedade dos municípios ou associações de municípios. São, pois, pertença do Estado. E quanto à nacionalidade dos concorrentes não há preocupação alguma porquanto considera-se uma mais valia trazer para Portugal as melhores práticas que lá fora se usam.
Tenha para mim que a privatização duma empresa essencial a este importante sector configura um projecto estratégico adequado aos desígnios de desenvolvimento da economia nacional. Creio que todos vamos perceber como as “coisas” se irão passar, não havendo motivos para sucumbir aos “tiques de colectivização” daqueles para quem a mudança e a modernização são sempre “sinais de desgraça”.
Reestruturar o sector dos RSU é assim uma questão de futuro. Interessa a todos nós. Interessa a Alcochete.
in "Alcaxete", 27/2/2014
AEGF tem por missão responder pela gestão dos sistemas criados, cujas 11 empresas concessionárias, constituídas por ela em parceria com as autarquias, processam anualmente quase 4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), produzidos em 174 municípios por cerca de 60% da população de Portugal.
Na península de Setúbal, a EGF, em associação com 9 municípios, criou a Amarsul que serve 780 mil habitantes distribuídos por uma área geográfica com cerca de 1.500 km”.
Em Alcochete, a Câmara Municipal (CMA) detém uma pequena participação do capital social da Amarsul, estando todo o território do concelho coberto no tocante à recolha e tratamento dos RSU que produz.
Ora, depois do anúncio da privatização, surgiu no distrito um grande alarido à volta do assunto sem que, a meu ver, razão alguma o justifique. Inclusivé, várias autarquias, entre as quais Alcochete, fizeram aprovar moções contra a privatização da EGF apenas por motivos de natureza político-partidária e com o único propósito de levantar turbulência e fomentar a contestação. Sem ter em conta o verdadeiro alcance da medida e os benefícios sociais que dela decorrem para as populações.
De qualquer modo, polémicas à parte, convém compreender com clareza quais os fundamentos que suportam toda a reestruturação do sector dos resíduos sólidos urbanos, assim como a respectiva privatização da EGF. Feito isso, facilmente se constata a bondade e o sentido daquela decisão. Deixo algumas pistas:
- A privatização da EGF faz parte do Memorando de Entendimento assinado com a “troika” e é uma exigência de Bruxelas;
-Ao Estado deve apenas caber o papel de supervisor em termos económicos e ambientais, tendo ainda, enquanto concedente, a obrigação de zelar pelo cumprimento dos níveis do serviço público que são prestados;
- A privatização visa proporcionar um encaixe de relevo e reduzir as responsabilidades do Estado sobre uma enorme dívida financeira, estimada no valor de 200 milhões de euros, com tendência para se avolumar, caso continue a perdurar o actual modelo de gestão e esta estrutura accionista;
-Promover a sustentabilidade global dos sistemas e, por força de uma maior eficácia na gestão, conseguir atingir as metas previstas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020);
-Atribuir à Entidade Reguladora dos Serviços de Àguas e Resíduos (ERSAR) poderes de fiscalização e regulação na arbitragem entre concessionários e municípios;
A intenção do Governo mostra-se adequada. Tal como actualmente o panorama se apresenta, onde o volume de endividamento assume contornos preocupantes, a actividade operacional começa a denotar ineficiências várias devido à escassez de recursos e a capacidadede investimento do Estado e dos municípios é quase nula, torna-se natural qua a qualidade dos serviços se comece a deteriorar. Nesta perspectiva, a privatização vai certamente garantir a manutenção ou melhoria dessa qualidade, renovar equipamentos e harmonizar as disparidades das tarifas que são praticadas entre os diferentes sistemas.
E não será despiciendo pensar que o novo concessionário tenciona dar dimensão e escala aos sistemas e reforçar a capacidade financeira dos mesmos. A ser bem sucedido neste negócio, poderá até alargar os seus investimentos a outras áreas, no domínio do ambiente, da energia ou outros, induzindo assim um efeito multiplicador ao conjunto da economia portuguesa. À semelhança do que grandes operadores privados fizeram em outros sectores nevrálgicos do tecido produtivo nacional. Com os consequentes benefícios para a criação de emprego e para a arrecadação de taxas e impostos.
A reestruturação do sector dos resíduos sólidos urbanos vem no tempo certo. Por exigência da “troika” mas também por exigência dos portugueses. Porque a manter-se o actual modelo de gestão e interacção entre partes, à EGF e respectivos sistemas intermunicipais não restará outro caminho senão a insolvência ou a declaração de incapacidade para atingir os objectivos ambientais previstos no PERSU 2020.
De sublinhar que só à Amarsul a dívida global dos municípios da península de Setúbal já ascende a mais de 20 milhões de euros. Esta empresa, que realizou investimentos avultados, começa a viver uma situação alarmante. Daí que, alterar o paradigma de administração no sector, liquidar compromissos assumidos, modificar o perfil da estrutura accionista das empresas e reforçar as competências da ERSAR afigura-se de todo conveniente. E urgente.
Por fim, de referir que o objecto da privatização é apenas a empresa EGF, uma “sub-holding” que presta o serviço e faz a gestão das infraestruturas a ele afecto. Não as próprias infraestruturas. Terminada a concessão, estas revertem para a propriedade dos municípios ou associações de municípios. São, pois, pertença do Estado. E quanto à nacionalidade dos concorrentes não há preocupação alguma porquanto considera-se uma mais valia trazer para Portugal as melhores práticas que lá fora se usam.
Tenha para mim que a privatização duma empresa essencial a este importante sector configura um projecto estratégico adequado aos desígnios de desenvolvimento da economia nacional. Creio que todos vamos perceber como as “coisas” se irão passar, não havendo motivos para sucumbir aos “tiques de colectivização” daqueles para quem a mudança e a modernização são sempre “sinais de desgraça”.
Reestruturar o sector dos RSU é assim uma questão de futuro. Interessa a todos nós. Interessa a Alcochete.
in "Alcaxete", 27/2/2014
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