Perguntei à minha mulher assim à queima-roupa:
-És mulher?
Ela abriu os olhos pequenos ficando quase ridícula.
-Sou!
-Por que afirmas que és mulher?
-Porque em tudo sou o contrário de ti!
-Os nossos narizes não são iguais?
Ela começava a perder a paciência.
-Mas cheira diferente de ti!
Num texto clássico do feminismo, Vindicación de los derechos de la mujer, Mary Wollstonecraft escreveu isto: «obtener el carácter de un ser humano sin tener en cuenta la distinción de sexo» (pág. 103).
Sem dúvida que o domínio sexual dos homens sobre as mulheres anula na humanidade o humano. Poderia ter parecido que a categoria de género viesse para aliviar as mulheres, mas afinal a dita categoria veio piorar o que era muito mau.
Para mim, a ideologia de género é um socialismo feminista de extermínio, mais devastador que os próprios totalitarismos do séc. XX. De facto, na ideologia de género cabem aborto, homossexualismo e tantos outros -ismos, "casamento" entre dois homens ou duas mulheres, etc. Isto não é extermínio?
As feministas destes nossos dias estão a abandonar a categoria de género e a regressar à de sexo, isto é, aparentemente, estão a regressar ao ponto de partida. É isto que vejo quando leio Tubert, Silvia, Del sexo al género. Los Equívocos de un concepto, Cátedra, Madrid, 2011.
Assim, o que diz Wollstonecraft em 1792 relativamente à defesa dos direitos da mulher ainda hoje mantém toda a pertinência.
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