27 fevereiro 2011

Condomínios Fechados: As Novas Muralhas Contemporâneas

Integrados na Península de Setúbal, Alcochete e Montijo são concelhos marcados por uma determinada continuidade territorial, não se verificando diferenças de monta quanto à organização dos respectivos espaços urbanos e rurais. Os seus sinais identitários são os mesmos. Os limites geográficos de ambos até dividem localidades, caso das freguesias do Samouco e da Atalaia. Em síntese, os dois concelhos, embora se notem actualmente indícios de um desenvolvimento diferenciado, com o Montijo na dianteira, estendem-se ainda harmonicamente ao longo da margem sul do Tejo da área metropolitana da cidade de Lisboa.
Contudo, a partir de meados dos anos noventa, em Alcochete começaram a ser construídos condomínios fechados, em princípio destinados às novas classe médias com algum poder de compra e capacidade de endividamento que, com a construção da Ponte Vasco da Gama, vieram instalar-se no concelho. Passaram a privatizar-se amplos espaços urbanos, restringindo-se a sua utilização apenas aos munícipes neles residentes.Tentação a que a autarquia não resistiu pois  o IMI e as taxas de licenciamento cobradas vieram permitir uma maior arrecadação na receita.

Estes condomínios, cuja estética urbana muitos qualificam de duvidoso bom gosto, para além de não valorizarem o espaço urbano, impedindo que todos dele usufruam, acabaram ainda por separar e criar um fosso entre os "novos" e "antigos" residentes. Entre quem vive dentro e fora deles. "As novas muralhas contemporâneas" terminaram com a saudável convivência entre vizinhos, costume tão usual entre as nossas gentes. Transmitindo a sensação que uns são cidadãos de primeira e outros de segunda, com os primeiros a serem catalogados como a nova elite residencial que, vinda de "fora",  chegou às nossas freguesias.
Atente-se no caso de S. Francisco. Esta freguesia de raiz originariamente rural, com identidade própria bem definida, ficou, face à proliferação dos novos condomínios e outros espaços habitacionais entretanto construídos, com o seu núcleo histórico totalmente descaracterizado. Para além da sua principal rua estar uma autêntica confusão...
Contrariamente, no Montijo nada disto acontece. A construção de condomínios fechados não são permitidos pela autarquia. As novas zonas residenciais de qualidade, como aquelas que foram edificadas  na zona da Atalaia, são espaços abertos onde toda a gente pode circular e aceder sem quaisquer limitações. Com vantagem para a comunidade. Muito embora o RJUE, posto em execução pelo Dec Lei 555/99 de 16Dez, conceda às autarquias a devida autonomia para decidirem quanto aos
novos loteamentos urbanos e licenciamentos das demais edificações. 
Não são, no entanto, as meras questões de legalidade nem de transparência nos procedimentos administrativos relativos aos respectivos licenciamentos  que estão aqui em causa. O que questiono é a diferença de critérios entre Câmaras situadas numa mesma região, onde a continuidade e uniformidade territorial, como já disse, é inegável.
Interrogo-me porque é que numa vasta área como a Península de Setúbal, com instrumentos de planeamento e ordenamento do território comuns aos vários municípios, seja permitido que nuns se construam condomínios e noutros o mesmo não seja autorizado.
Não seria mais adequado existir uma lógica de coerência em tão importante matéria  por parte da administração urbanística local e regional. Tendo a CCDR/LVT uma palavra decisiva neste domínio. Determinando igualdade nos procedimentos e na apreciação dos projectos.
Agora, deixar cada autarquia decidir por si, em matérias tão sensíveis como esta, gera incongruências e incompreensões que, no presente, nenhum sentido fazem. A que convém, por isso, por termo. 

Enfim... de qualquer modo sempre prefiro como se faz no Montijo. Nada de " muralhas contemporâneas"...viva o espaço público!



24 fevereiro 2011

INFORMAR OU MANIPULAR

No próximo dia 25 do corrente mês ocorre a realização da primeira Assembleia Municipal no ano em curso. Estas reuniões são sempre importantes para a vida do município e, por isso mesmo, aos seus trabalhos deve ser dada pela Câmara Municipal a devida promoção e publicidade.
Nesse sentido, espera-se assim que não volte a acontecer aquilo que sistematicamente, desde algum tempo a esta data, tem vindo a verificar-se. E que tem a ver como as notícias sobre a referida Assembleia são publicadas no "site" da autarquia (ou "portal", como lhe queiram chamar).
Fazendo uma leitura atenta, conclui-se, sem grande esforço, que os responsáveis pela sua gestão apenas se preocupam em divulgar informação quanto às intervenções, teor das propostas e declarações da coligação CDU e do executivo autárquico, visando com este procedimento colocar em evidência os seus discursos e tomadas de posição.
Das diversas intervenções, constantes pedidos de esclarecimento, moções e declarações de voto dos deputados municipais da Oposição, quer do PSD como do PS, pouco ou mesmo nada se menciona naquele espaço informativo. Para o exterior passa erradamente uma imagem de ausência de empenho e desinteresse destes partidos pelas reuniões da Assembleia e matérias nela postas à discussão.
Ora, o modelo de mensagem escolhido parece-me propositado. Dar relevância à maioria hegemónica da CDU, embora feito de forma subliminar, é a finalidade desta estratégia. Em detrimento da Oposição, do direito à publicidade das suas intervenções e actividade no âmbito dos orgãos municipais onde têm assento.
Esta politica de comunicação tem imperativamente de ser revista. Vem acontecendo e não dá mostras de mudança. Até porque, para além de capciosa, não é séria nem competente. Assim o exigem o interesse público e o respeito que os membros eleitos da Oposição devem merecer.
Por outro lado, lança a suspeição sobre a qualidade do desempenho do sector de comunicação da autarquia. Da forma como o "site" processa a informação, o que se observa é que a actividade da Oposição está secundarizada e a importância do seu labor minimizada, transmitindo a sensação de que esta nada faz em prol do município. Facto que não corresponde de modo algum à realidade e induz os munícipes em erro.
O que se reclama é que esta "hábil" forma de comunicar seja modificada. É necessário isenção e imparcialidade na divulgação e relato das actividades da Câmara, em especial nos seus fóruns de natureza politica onde a Oposição tem lugar por direito próprio.
Rigor é o que, de futuro, se pede. Intransigência com a verdade, seja qual for a solução encontrada para resolver o problema.
Recuso-me a acreditar que o sector de comunicação actue apenas como a vulgarmente designada "voz do dono". Afinal, em Alcochete, como de resto em qualquer autarquia, a Democracia deve funcionar, a Oposição democrática fazer ouvir a sua voz...e ser respeitada.
Ao executivo CDU importa entender que a correcta formulação das notícias e a sua difusão em tempo oportuno, através dos meios de que a Câmara dispõe, são indispensáveis ao exercício duma gestão partilhada e concorrem para o imprescindível esclarecimento da população relativamente ao que no concelho se passa. Aspectos que, pela sua importância, devem igualmente constituir preocupação dominante de quem tem a seu cargo, enquanto profissional, a honrosa função de informar. A ética deontológica assim obriga e os munícipes também!
Em conclusão, inverter a forma como se opera no domínio da comunicação na Câmara Municipal constitui o propósito de alguma Oposição, neste caso o PSD, mais atenta a este fenómeno.
Pretende-se, por isso, que, doravante, todos os envolvidos se comprometam em assegurar, com imparcialidade, transparência e independência, novos processos de fazer informação, tratando de modo idêntico, tanto a maioria CDU como os demais partidos da Oposição.
Já que neste momento, como o "site" se apresenta, torna-se pertinente questionar: na Câmara Municipal há informação ou manipulação?...



P.S.- De sublinhar ainda que até a versão integral das Actas das reuniões da Assembleia Municipal, onde a informação é mais abundante no tocante às intervenções da Oposição, são publicadas no "site" muito tardiamente. Neste momento, só recentemente, há dias, foram publicadas as Actas das Assembleias efectuadas em Setembro e Novembro do ano transacto. Com a consequente perda de actualidade dos assuntos então lá debatidos.
Do teor das moções, votos de protesto e outras deliberações eventualmente apresentados e aprovados também nada se conhece. Sabe-se apenas dos títulos e nada mais. Porque não a sua integral colocação em anexo à publicação da respectiva Acta?
Uma vez mais algo não bate certo...

22 fevereiro 2011

INFORMAR E NADA DIZER

Habitualmente, nas Sessões Públicas da CMA, realizadas quinzenalmente, constam no período da Ordem do Dia, no seu nº 1, a situação quanto ao Resumo Diário de Tesouraria e no nº2 a indicação do montante dos Pagamentos autorizados entre reuniões. Efectivamente, no decurso daquelas reuniões, é revelado, pelo Sr Presidente, o saldo das disponibilidades financeiras existente em tesouraria e referida a quantidade de Ordens de Pagamento liquidadas entre reuniões, mencionando-se ainda o montante global com estas dispendido. Tudo é posteriormente transcrito para a respectiva Acta e disponibilizado no "site" da Autarquia (vide Actas CMA).
Há muito que isto é assim. Pelo menos desde o final de 2005, quando o anterior executivo CDU, liderado pelo ainda Presidente, o Dr Luís Franco, iniciou funções. Tenho também assistido a algumas Sessões de Câmara e verifico que a prática corrente é informar mas, simultaneamente, nada dizer. Parece um paradoxo mas, infelizmente, é a realidade. Participando nas reuniões mas parecendo anestesiada, a Vereação, em especial a Oposição socialista, limita-se passivamente a tomar conhecimento sem tecer comentário algum. Apesar de não conseguir extrapolar qualquer tipo de informação útil da informação que é transmitida. Passo a esclarecer.
O Resumo Diário de Tesouraria, como é apresentado, reporta para o saldo em disponibilidades financeiras no dia anterior. Ora, dizer em Sessão de Câmara que, em determinado dia, existem, por exemplo, trezentos mil euros em caixa ou nos bancos, é uma informação irrelevante, destituída de qualquer significado. Isto porque, logo no dia seguinte, pode ocorrer uma transferência corrente proveniente da Administração Central (no âmbito do FEF, FSM) ou cobrança de receita de elevado montante em impostos indirectos (como exemplo, por taxa de loteamento e obras) e os valores em caixa alterarem-se de forma substancial. Em síntese, fornecer à Oposição e ao público presente em Sessão Pública o Resumo Diário de Tesouraria relativo a uma data determinada não é um indicador de gestão que permita analisar o que quer que seja. Em termos de informação, apenas com aquele dado nada se pode apreciar no que concerne à execução orçamental e real situação financeira do momento.
É espantoso que, designadamente, os vereadores socialistas se limitem a tomar mero conhecimento e nada questionarem. É que daquela indicação, da forma como é dada, não se obtém quaisquer elementos que habilitem a uma análise consistente.
Bem mais proveitoso seria apresentar o saldo mensal de tesouraria, discriminando o total de receitas e despesas pelo devido código de classificação económica. Aí sim, poder-se-ia compreender a evolução da tesouraria municipal e perspectivar com mais rigor a movimentação contabilística da Autarquia.
De igual modo a apresentação das Ordens de Pagamento liquidadas entre reuniões nada diz. É dita a quantidade de Ordens e o valor total pago mas não se conhece a data das facturas, nem o ano a que elas se reportam. A informação não é completa, porquanto omissa num dado fundamental: a data da assumpção do compromisso. Pode hoje estar-se a pagar facturas de há dois anos atrás e isso não é referenciado à Oposição e ao público que assiste. E é importante transparência no teor da informação a transmitir. Não opacidade.
Julgo ser o momento para remodelar o modelo de informação que vem sendo apresentada nos pontos nº1 e 2 da Ordem do Dia das Sessões Públicas de Câmara, introduzindo neles alterações por forma a fornecer dados claros, verosímeis e que permitem uma análise mais detalhada. Assim o exige o interesse público que os eleitos tem por imperativo respeitar. A não ser que algo me esteja a escapar e que gostaria de ver esclarecido.
No âmbito da norma contida no art 68, nº1, alínea p, do Dec Lei 169/99 de 18Set, tem a palavra o Dr Luís Franco, actual Presidente da CMA. Autarca a quem compete estabelecer e distribuir a Ordem do dia das reuniões. Afirmando repetidamente ser a partilha de gestão e de informação com os munícipes uma das "pedras de toque" na forma como exerce o seu mandato tem aqui uma boa oportunidade de o demonstrar.
Esperemos então.

P.S.-Podia colocar esta questão em local mais apropriado. Isto é, no período aberto ao público que normalmente as Sessões Públicas comportam. Preferi, no entanto, o "Praia dos Moinhos", um canal de informação informal com larga audiência no Município, na expectativa que a Divisão do Munícipe e Comunicação/CMA, o próprio Presidente ou alguém do seu Gabinete, venha aqui ao blog explicar o que lhes oferecer sobre a matéria em apreço. Afinal, participar e intervir através destas novas formas de comunicação, interagindo com a população, fora dos meios institucionais que a Câmara tem ao dispôr, é sinal de maturidade politica e contribui para que a denominada gestão partilhada seja uma efectiva realidade. Esclarecer quando a dúvida se coloca é importante, Clarividente como é, certamente que o Dr Luís Franco não deixará o assunto sem resposta, dando neste blog (cujos autores residentes, tal como ele, gostam de reflectir sobre Alcochete e suas instituições), a adequada e pertinente explicação.

19 fevereiro 2011

NOTA DE APRESENTAÇÃO

É com imenso prazer que doravante passo a integrar o "naipe" de autores residentes deste tão prestigiado blog. Feito o convite, só me restava aceitar. Por várias razões. Entre outras, saliento o facto de ser um espaço de debate livre, aberto a todas as correntes de pensamento, politico e ideologicamente abrangente. Plural e no respeito pelo contraditório. Com o objectivo, em consonância com a nota editorial aqui expressa em 2010/10/05 por um dos seus administradores, de Servir Alcochete. Projecto que felizmente se tem vindo a cumprir. Ao serviço da difusão e afirmação do nome da Vila, das demais Freguesias e do que nelas acontece.
No essencial, com a minha participação, pretendo tão somente continuar a discutir e a aprofundar Alcochete. É esse o meu compromisso. Poderei eventualmente abordar outras temáticas mas a Vila e suas Freguesias (estas, de resto, ultimamente aqui pouco faladas) irão constituir o "cerne" das minhas intervenções. Falarei sobre a Câmara Municipal e respectivo "modus operandi", sobre a actividade dos partidos existentes, sobre iniciativas politicas levadas a efeito, sobre o empreendedorismo local, etc, enfim, sobre tudo aquilo que entenda ter impacto na vida do nosso Município.
Contudo, aos meus comentários estará sempre subjacente uma visão social democrata. Afinal, a minha visão. Sou militante do PSD, partido cujo legado traduz os sentimentos mais profundos do povo português e representa os sectores mais dinâmicos da nossa sociedade. Em suma, acredito naquilo que são os seus valores e nas especificidades que o caracterizam como um partido de raiz eminentemente portuguesa.
Nesta perspectiva, creio estar a posicionar-me, desde já, para uma lógica de debate e polémica. Aliás, é precisamente isso que tenciono trazer para o blog, enriquecendo a discussão entre pessoas com entendimentos distintos. Tudo num tom cordato, afável e urbano. Valorizando a participação democrática e a diferença de opinião.
Por fim, para os mais curiosos, dizer que vivo e sou do Samouco. Oriundo duma família de agricultores, à qual me orgulho de pertencer. A meio dos cinquenta. Com carreira profissional realizada e família constituída. Só agora com disponibilidade para uma intervenção mais consistente. Democrata por convicção e defensor de uma conduta e cultura de responsabilidade.
Sobre a minha terra, o Samouco, a seu tempo hei-de exprimir-me. Infelizmente, um pouco subalternizada por parte dos decisores politicos que actualmente lideram o Município. Mas também por culpa própria face ao carácter inerte e pouco reivindicativo que que os eleitos para o executivo da Freguesia vêm dando mostras. Por fidelidade partidária e voluntariamente manipulados pelo poder dominante.
Por agora é tudo. A todos saúdo.



Novo Condomino : João Pinho



É com grande prazer que anuncio a inclusão de um novo autor no nosso Blog, é o Sr. João Pinho, habitual comentador do nosso espaço, de quem, já tive o prazer de publicar alguns textos em seu nome, desejo lhe as maiores felicidades e que venha contribuir para o debate neste nosso espaço, considerado por muitos, como o melhor espaço de debate democrático sobre o concelho de Alcochete.

Perigo à vista

Perigo à vista

15 fevereiro 2011

Agradecimento à Junta de Freguesia de Alcochete

Venho agradecer à Junta de Freguesia de Alcochete, a seu Presidente sr. Estêvão Boieiro e a todos os funcionários a disponibilidade demonstrada para as eleições da Concelhia do CDS-PP/Alcochete no dia 20/Nov./2010 e para as internas do mesmo Partido no dia 12/Fev./2011.
Muito obrigado
João José da Silva Marafuga
Presidente da Concelhia do CDS-PP/Alcochete

11 fevereiro 2011

Obediência


No meu entender, quem é consciente e entra numa organização política está obrigado à obediência. Esta, para mim, é um valor alicerçal.
A estrutura política que num acto inteiramente livre abracei fez-me o pedido, isto é, deu-me a ordem para eu acabar com o tipo de escrita que ultimamente tenho levado a cabo no Praia dos Moinhos contra o poder instalado na Câmara Municipal de Alcochete.
Se eu não obedecesse, toda a visão que tenho do homem e do mundo cairia por terra.
Nesta conformidade, vou reduzir drasticamente a minha intervenção neste blog e dar outra perspectiva a algum texto que eventualmente venha a publicar.
Ninguém pense que leu alguma palavra minha escrita por descuido em qualquer dos textos que ficaram para trás. Isto que digo tanto me responsabiliza como me dignifica.
Na refrega dos últimos meses peço desculpa se feri a susceptibilidade de alguém.
Um abraço a todos.
João José da Silva Marafuga

10 fevereiro 2011

Os anónimos deste blog ou a cobardia da esquerda


Desde quando é que num jornal, Diário de Notícias, Público, Expresso, etc., travando-se em qualquer desses órgãos de comunicação social um debate, os intervenientes o fazem no desconhecimento uns dos outros?

Quando em fins de 2003, D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho entraram num debate público no Diário de Notícias, um não sabia quem era o outro?

Já não falo da Televisão, cujos participantes em qualquer debate estão in praesentia. E se acontece a intervenção de telespectadores do Minho ou do Algarve, nenhum destes fala sem estar devidamente identificado.

Por que razão, quando se muda para a Internet, o valor da identificação fica invalidado? Eu não tenho que conhecer pessoalmente todo e qualquer comentador, mas este tem que estar devidamente identificado para o blog.

Colocar o anonimato no mesmo plano do voto que é secreto, não passa de crassa desonestidade intelectual por pretender branquear uma manifesta cobardia.

09 fevereiro 2011

A defesa da Festa Brava...sempre!


Eu sou alcochetano.
Alcochete é uma terra de toiros. É e sempre foi...eminentemente.
Compete-me defender a Festa Brava.
Mas eu em tudo gosto de impor a verdade, ainda que esta nisto e naquilo me chame à pedra.
Nem sempre eu dei a importância à Festa Brava que dou hoje. Olhava para o toiro na arena apenas com emoção e dizia de mim para mim: coitadinho do animal a ser farpeado sem dó nem piedade. Era todo um universo artístico, de dimensão quase infinita, cujas raízes se perdem na bruma do tempo, que um sentimento irracional atirava, com a maior das facilidades, para a margem do meu existir.
Havia, no entanto, qualquer coisa que me embaraçava: como é que tantos escritores, pintores, escultores, etc., através da arte peculiar de cada um, eternizavam para a posteridade passos sublimes da arte de tourear ou pegar toiros? Esses homens estavam enganados ou o enganado era eu?
Quando se dá em mim o despertar para o que realmente, em termos políticos, é direita e esquerda, verifico que é esta e os círculos desta que denigrem e atacam a Festa Brava. Simultaneamente, verifico ainda que discordar de toda a promoção feita em jornais, revistas e televisões a favor de que as pessoas se piquem e furem todas por tatuagens e piercings não é politicamente correcto.
Impõe-se então a pergunta: por quê esta sanha contra a Festa Brava? Porque os valores da Festa Brava em tudo são contrários aos projectos da esquerda manhosa e enganadora das populações.
A Festa Brava é a afirmação do indivíduo, da coragem, do esforço. Todos estes valores as esquerdas querem abafar e eliminar porque travam a progressão dos nefandos socialismos. No fundo, o que estes odeiam é a vida.
Hoje em dia, poderemos estabelecer um paralelismo lógico entre, por um lado, o aborto e a eutanásia e, por outro, a Festa Brava. Aqui estamos perante o ataque à tradição nacional, ali perante o ataque à vida. Ora ninguém pense que a tradição nacional é negócio que se separe desse outro que é a vida.
O meu nacionalismo não é coisa ruim desde que respeite os sagrados direitos de cada povo. Só o Estado-Nação poderá fazer frente aos socialismos internacionalistas que tolhem a vida. Exaltação da vida é a Festa Brava com toda a cor que a matiza, arte e movimento.

08 fevereiro 2011

APELO AO DEBATE POR ALCOCHETE

Desde que assumi responsabilidades para dar continuidade a este excelente instrumento de debate, por alguma indisponibilidade e por uma questão de procurar dar a voz a outros, tenho estado mais recatado na escrita.
Foram poucos os comentários que entendi não validar, noutros tive dúvidas.
Este blogue é virado para o debate democrático de ideias, sejam elas provenientes de que quadrante for. Há quem assim não entenda e considere que os outros (adversários) não são seres humanos para serem respeitados como tal.
O apelo aqui deixo, com o risco de rapidamente ser apelidado de algo mais intelectualmente evoluído é que todos que aqui participam e dão a dinâmica útil e necessária a este espaço, debatam Alcochete e não batam mais em quem politicamente está morto logo no inicio das suas responsabilidades politicas.
Discutamos Alcochete, para que os tempos que ai nascem não sejam tão nefastos para as gerações presentes e futuras.

Há aqui uma coisa excepcional...

Desde que decidi voltar ao blog Praia dos Moinhos depois de se apresentar para mim a evidência de que os comunistas fazem pouco de quem entra com um projecto à Câmara para construção urbanística, verifico que há aqui uma coisa excepcional. Passo a explicar: eu afirmo A, aparecendo depois toda uma série de anónimos que fazem crer ao visitante que eu nego A.
Das duas, uma: ou estes anónimos não têm capacidade para a leitura dos meus textos, ou é estratégia tão caseira como repugnante para confundir o leitor e descredibilizar a minha pessoa, embora eu duvide desta segunda hipótese porque quem escreve português primário não poderá ter malícia refinada. Em qualquer dos casos vejo mais uma razão acrescida à do anonimato para eu não lhes responder.
Resolvo deixar aqui esta nótula a fim de que os leitores dos meus textos, perante o tipo de comentários que denuncio, me dêem o benefício da dúvida e voltem à releitura desta ou daquela ideia minha que este ou aquele anónimo tenta inverter.
Obrigado a todos os visitantes que chegam aqui por bem.

07 fevereiro 2011

A defesa da Festa Brava...pela enésima vez!


Corrijam-se as palavras «a Câmara Municipal de Alcochete [CMA] não tem de tomar posição sobre a Festa Brava...» para estas: a CMA não pode tomar posição oficial sobre a Festa Brava porque o PCP também ainda não a tomou. Ou alguém pensa que os executivos camarários comunistas antepõem o que as populações querem ao que o Partido quer? Não sejamos ingénuos, por amor de Deus.
Se «à Câmara Municipal compete respeitar o passado e a memória do Concelho...», então desmunicipalize a Fundação João Gonçalves Júnior para que vejamos que a CMA executa as competências que lhe são inerentes.
Se «à Câmara Municipal compete [...] manter vivo o seu repositório identitário mais marcante e ajudar a traduzir nos vários eventos anuais realizados tudo aquilo que marca indelevelmente a idiossincrasia do alcochetano», porque faz propaganda ideológica, sobretudo na área da cultura, ao marxismo, "filosofia" patológica, à tenebrosa teoria de género que visa transformar o ser humano, ao ambientalismo que é o novo comunismo? Sim, por que faz isto...tudo feito com o dinheiro dos pagadores de impostos?
«A Câmara [...] subordina-se à Lei, não marca posição...»? O Parlamento já aprovou alguma lei na linha da igualdade de género? Não! Então por que a CMA, através da Cultura, vai predispondo subliminarmente as mentes para a recepção sem ondas dessa lei totalitária que corremos o risco de levar em cima de nós, a todos tiranizando?
A Câmara «não deve constituir factor de divisão entre os munícipes», o que é verdade, mas se todos os alcochetanos são defensores do ambiente, poucos sê-lo-ão do ambientalismo, ideologia tão comunista quanto macabra que quer transformar o homem até à completa escravização e animalização. Então por que a CMA, através da Cultura, impinge o ambientalismo, manifestamente dividindo os munícipes?
A Câmara não deve dizer que «...as corridas à portuguesa dev[a]m ser banidas, [porque] isso é coisa que extravasa o seu âmbito de acção. Isso é matéria para a sociedade civil debater e aprofundar...». Então por que a CMA não deixa a ideologia de género e o ambientalismo, males de génese marxista, ao cuidado da sociedade civil?
Finalmente, não quero saber de comunistas que «...gost[e]m bastante de tudo o que envolva toiros...». Uns fá-lo-ão por jogada eleitoralista, outros por insanável contradição, uma vez que ninguém pode, ao mesmo tempo, amar a Festa Brava e estar de bem com os inimigos desta.
Eis a minha resposta a João Pinho a quem peço pública e encarecidamente que me deixe em paz.

06 fevereiro 2011

Urge saber qual a posição da Câmara de Alcochete relativamente à Festa Brava


Não é necessária a demonstração de que Alcochete é uma terra de fortíssimas tradições taurinas desde há séculos.
Nesta conformidade, não seria despicienda, antes incontornável, a ideia de que a Câmara Municipal de Alcochete (CMA) tomasse posição clara e pública relativamente ao ataque hoje em dia perpetrado contra a Festa Brava jamais visto em Portugal.
Afinal, a CMA está a favor ou contra o fim da Festa Brava, genuína manifestação da cultura de raiz popular?
Nós precisamos de saber para sabermos com o que contamos.
Ninguém pense que o apoio da CMA às Festas do Barrete Verde e das Salinas é facto suficiente para a conclusão de que está a favor da Festa Brava, pois fá-lo por razões meramente político-eleitoralistas.
Para que a CMA prove a todos os alcochetanos que o Marafuga mente, então venha a terreiro e proclame aos quatro ventos, através de um comunicado e dos meios de comunicação social, que não é assim, que está sem reservas a favor da tourada em Portugal.
E se a CMA não o fizer, a que conclusão querem que eu chegue?

03 fevereiro 2011

La UE frena condenar la persecución religiosa: la España de Zapatero, uno de los 5 países que se oponen

La UE frena condenar la persecución religiosa: la España de Zapatero, uno de los 5 países que se oponen

A Espanha de Zapatero e o Portugal de Sócrates!...

O Guia desguia!

Abro este meu texto, definindo o que quero dizer quando emprego o termo pluralizado socialismos. Por estes, eu entendo comunismo e socialismo.
Desta feita, vou tentar sensibilizar as pessoas para as estratégias subliminares que são utilizadas para a lenta mas firme transmutação dos códigos culturais de sempre e socialização do nosso País. A fim de conseguir minimamente este objectivo, meu objecto de análise é o "Guia de Eventos"/Fevereiro 2011.
Dando de barato a história do Yoga, pág. 14 à direita, do canhenho em foco, o que primeiro chama a minha atenção é o encontro intergeracional que se realizará na Biblioteca de Alcochete no dia dos namorados, pág. 15.
O mais perigoso deste chamado evento é que as pessoas vêem a imagem e lêem a pequena informação como se vissem e lessem o que de mais inocente há no mundo. Ora as coisas não são bem assim. Tudo isto é ideologismo, quero dizer, tudo isto é o discurso da falsidade.
Na verdade, desde as Culturas Clássicas e ao longo do decurso da Civilização Ocidental sempre se teve por muito salutar que os mais novos escutassem os mais velhos e aprendessem com a experiência destes. Mas vive na mais completa ingenuidade quem eventualmente pense que esta iniciativa da Câmara comunista para o dia 14 de Fevereiro recupera o melhor espírito do mundo antigo ou o limpo ensinamento cristão.
Este encontro intergeracional publicitado pelo "Guia de Eventos" do mês em curso é uma ante-câmara que vai preparando mentalmente as pessoas para o programa ideológico dos socialismos e é defendido pelos intelectuais de esquerda na generalidade, urge saber, que a troca de experiências entre gerações poderá ascender ao sexo intergeracional. Este mesmo foi o tema de Amor de D. Perlimplim com Belisa em seu Jardim, peça de teatro do dramaturgo espanhol e socialista Frederico Garcia Lorca representada no Fórum Cultural de Alcochete há menos de dois anos.
Na pág. 16 do canhenho de propaganda camarária, dita cultural, volta-se ao dia dos namorados. Quando o texto que lá se pode ler deveria celebrar o amor, verificamos que esta palavra não aparece nem sequer uma vez e deparamo-nos com o medo, a negação do amor. O que se foca é «...uma alta incidência de violência física entre os jovens, bem como uma elevada agressividade física e verbal entre namorados adolescentes». Que se pretenderá inculcar na cabeça dos jovens? Que o namoro é um perigo? Que o casamento natural não vale a pena? Que o melhor é o concubinato? E é isto "educação para a sexualidade"? Isto para mim é educação para a destruição de uma sociedade. Não tenho dúvidas.
O canhenho, na pág. 23, acaba com as recomendações de leitura que a Biblioteca de Alcochete sugere para este mês. Todas estão sob a égide da ideologia ambientalista, o novo comunismo. Veja-se os títulos: A Árvore Generosa; Um Lugar Mágico ou como Salvar a Natureza; O Verde, Preto no Branco. Esta lógica é logo anunciada pela capa toda verde do "Guia de Eventos": duas mãos encostadas de palmas para cima, um pouco de terra negra e uma plantinha ao centro, sugerindo todo este conjunto um vaso...
Com a capa articulam-se os conteúdos da pág. 14 à esquerda, cujo título é: "Plantar Alcochete". Por baixo da foto lê-se: "Em prol de um Concelho mais verde, junte-se à Câmara Municipal e venha Plantar Alcochete».
Deixem-se da mentira e, se querem verdadeiramente plantar Alcochete, deixem trabalhar quem quer trabalhar, não nos roubem e desapareçam.

01 fevereiro 2011

Falam estes comunistas de mobilidade...

Eu tenho medo, muito medo, dos comunistas e de entrar na Câmara Municipal de Alcochete. Todo aquele espaço compartimentado e penumbroso mais me parece um edifício de exéquias à morte. Morte não é só morrer, ser metido num caixão e ir para baixo de terra. Morte é também a descapitalização que esta Câmara faz às pessoas das classes médias porque estas são invejadas pelo comunismo, sanha ideológica esta que não pode ver ninguém a trabalhar e a fazer pela vida e a singrar e a ser livre.
Falam estes comunistas de mobilidade sem que sejam capazes de ir além da física. Estavam eles preocupados com a minha mobilidade na casa de banho da casa que vou construir! Mas que gente é esta? O que é que eles querem? Não terão medo de fazer pouco do outro? Ou pensarão que o comunismo já nos reduziu nesta terra de Alcochete ao completo amorfismo? Não vêem que eu já tenho 60 anos de idade? Que já fiz tudo na vida que tinha a fazer? Que já criei o meu filho?
E a mobilidade social? Faz-se a disparar taxas às pessoas até ao estrangulamento para as fazer parar e, inclusive, regredir na vida?
Eu tenho medo, muito medo, dos comunistas e de entrar na Câmara Municipal de Alcochete. Todo aquele espaço compartimentado e penumbroso mais me parece um edifício de exéquias à morte. Morte não é só morrer, ser metido num caixão e ir para baixo de terra. Morte é também a descapitalização que esta Câmara faz às pessoas...