23 dezembro 2009

Santo e Feliz Natal

Desejo a todos os condóminos umas festas felizes.

18 dezembro 2009

Nem todas as estrelas …são brilhantes!

Confesso que a Quadra que atravessamos irradia em mim um sentimento repleto de emoção, de alegria, de jubilo mas simultaneamente de reflexão e de preocupação. Felizmente que me vejo rodeado de família e amigos, felizmente que na minha mesa não falta o essencial das iguarias que o Natal nos proporciona, felizmente que tenho sempre alguém que se lembra de mim e que me surpreende.
No entanto esta propensa realidade construída em muitos lares da nossa sociedade não se verifica de forma global. Quantas famílias do Concelho de Alcochete vivem isoladas, abandonadas sem uma companhia para desfrutarem da alegria desta Quadra Natalícia? Quantas famílias existem no nosso Concelho que não reúnem as condições mínimas de habitação para comemorarem o nascimento de Jesus Cristo? Quantas famílias existem no nosso Concelho que não possuem uma típica mesa gastronómica desta altura do ano? Quantas famílias do nosso Concelho gostariam de satisfazer os seus mais pequenotes com uma simples prendinha e que de facto não conseguem concretizar esse tão humilde sonho?
Podereis equacionar a minha retórica mas creiam que esta realidade ainda existe, e nalguns casos concretos com uma descrição significativamente pior do que aquela que aqui descrevo, no entanto os políticos da nossa Praça continuam é preocupados com outros valores…descurando completamente os valores humanos, os princípios básicos da vida, as condições elementares da sobrevivência.
Se analisarmos o Anuário Estatístico de 2008 da Região de Lisboa que entretanto acaba por ser divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) podemos verificar e comprovar como evoluímos, ou não, de como se corrigiram processos e do que está ou não está a ser bem elaborado. E preparem-se porque no que concerne ao Concelho de Alcochete, existem vários dados que me deixam bastante preocupado. Se a questão do ordenamento do território já é o nosso “calcanhar de Aquiles”, outros valores se erguem mais alto, nomeadamente as questões ambientais, onde de acordo com o INE, em 2006/2007 Alcochete era um dos piores municípios da península de Setúbal e da Grande Lisboa em termos de indicadores ambientais. O sistema público de abastecimento de água serve apenas 88% da população, somente 76% dispõe de sistemas de drenagem de águas residuais e da ETAR beneficiam apenas 77% dos residentes.
O dia 25 de Dezembro, independentemente das condições de vida de cada família consta literalmente no calendário de cada uma delas, contudo no Concelho de Alcochete ainda cerca de 2000 pessoas consomem água de poços, 3900 não têm esgotos domésticos e perto de 3700 dependem de fossas sépticas. Estes são alguns bens básicos para além de outros enumerados pelo Anuário aqui referido que nos deixam numa posição bastante fragilizada comparativamente a outros Concelhos.
O executivo deste Concelho conhece as pessoas, ou pelo menos deveria conhecer, de forma a trabalhar para elas, escutando os seus problemas, as suas preocupações e fundamentalmente a encontrar soluções para melhorar significativamente a vida destas pessoas, destas famílias. Em primeiro lugar deveriam estar as pessoas, eu sou dessa opinião.
Na noite de Natal, saia à rua e olhe para o céu, procure a estrela guia. Na imensidão dessa pintura magistral que é o céu, uma estrela vai brilhar.
Este é o seu Natal, quiçá diferente do meu, mas preencho o meu coração de pedidos de uma vida melhor para todos, sem excepção. Nem todas as estrelas são brilhantes, mas espero que a sua ilumine toda a sua vida.
Feliz Natal!!

08 dezembro 2009

Aqui hà Rato...(I)

Há dias, em pequena cavaqueira com alguns amigos, como acontece frequentemente,
onde falamos de muita coisa, inclusive politica global.
Dado momento, um dos presentes mencionou sobre um facto que,
a maior parte dos consumidores, talvez nunca tenham reparado nessa pequena,
mas grande situação que todos os meses somos confrontados.
É claro que falo da facturação que é enviada mensalmente pela EDP,
à primeira vista, todo parece normal, nada se vislumbra de errado.
Mas sim, existe algo de bastante errado principalmente para quem possui
serviços de televisão por cabo, independentemente das operadoras que se encontram
no mercado.Também até aqui, não parece haver (aqui há rato), mas, vejamos:
Consta nas facturas enviadas todos os meses pela EDP aos consumidores uma taxa (contribuição audiovisual no valor de 1,75€ acrescido de 5% de IVA),
logo quem possua um serviço de televisão por cabo, esta esteja a pagar o mesmo
serviço dos (4) canais nacionais que a EDP (ESTADO) nos cobra, sendo que,
o consumidor, tenha de pagar este serviço duas vezes.
Disse duas vezes!
Não errei, caro leitor tomou nota?
Duas vezes em facturas diferentes!
Caro leitor, vasta multiplicar este custo vezes 12 meses desde o ano que aderiu
há operadora por cabo.
Logo chegá à mesma conclusão final, de quanto o estado nos têm roubado
descaradamente sem que ninguém nada faça.
No entanto, não acho justo como consumidor estar a pagar um serviço duas vezes.
Será que (Aqui há Rato), tem o dever de alertar a todos os consumidores para
o simples facto de que estamos a ser enganados, esta é mais uma estratégia
do actual governo (PS), que, fora na sua anterior legislatura que impôs esta nova taxa de exploração a todos os portugueses.
(Aqui há Rato), recorda a todos os leitores e comuns cidadãos deste país se,
já esqueceram o que acontecia antes da revolução de Abril.
Onde até os simples isqueiros a petróleo, onde os seus utilizadores tinham
de pagar uma licença de uso, que não cumpria estava sujeito a multa,
aquando fosse apanhado no seu uso ou simplesmente denunciado.
Por isso também (Aqui há rato), pretende chamar a atenção para que este assunto
seja denunciado nos termos de consumidor, para que a EDP não tenha tantos
milhões de lucros uma vez mais há custa de uma lei anti-democrata que fere a
liberdade dos seus consumidores, onde o (ESTADO PORTUGUÊS) corrobora
pela mesma diapasão contra os contribuintes.
Este assunto é sem dúvida mais um dos muitos atropelos à dignidade dos cidadãos
que (Aqui há Rato), não deixará cair em saco roto…

06 dezembro 2009

A Todos os Visitantes

Gostaria de informar os leitores deste blog sobre um novo projecto relacionado com as localidades de Portugal.
Trata-se de uma Enciclopédia on-line, escrita em colaboração pelos seus leitores.
O site, que se intitula Memória Portuguesa, usa o conceito Wiki, que permite a qualquer pessoa criar ou editar artigos existentes, melhorando a informação neles contida.
Além disso, é possível introduzir comentários em cada artigo, promovendo assim o debate entre os utilizadores.
http://www.memoriaportuguesa.com/ouhttp://terrasdeportugal.wikidot.com/
Será dada especial relevância às memórias dos cidadãos, para que sejam preservadas tradições antigas, recordações de infância, ofícios, cantares, folclore e outras manifestações culturais.
Para podermos enriquecer os artigos de cada povoação com a informação correcta, nada melhor do que recorrer às autarquias ou a movimentos de cidadãos que se esforçam por promover as suas respectivas regiões.
Estamos a solicitar a utilização de texto dos sites das Câmaras, Juntas de Freguesia e sites e blogs particulares, colocando a devida referência à fonte de origem.
Assim, gostaríamos de contar com o vosso apoio, permitindo-nos usar eventual informação pertinente e sugerir que divulguem esta iniciativa junto dos familiares, amigos e conterrâneos da vossa localidade.
Será que poderiam incluir um link para a enciclopédia no vosso site ou blog?
Ficaremos a aguardar a vossa visita!Cumprimentos,Wikinetwww.memoriaportuguesa.com

05 dezembro 2009

Lei Anti-Democracia

A recente lei, que o governo do então 1º Ministro José Sócrates, quando detinha maioria absoluta, fez passar no Parlamento da Assembleia da República votando assim favoravelmente à restrição dos mandatos dos presidentes de Câmara e Juntas de Freguesia.
Sendo que essa mesma restrição fosse de três mandatos consecutivos. Esta lei está longe de consensos tanto por parte dos eleitos do mesmo partido político (PS), como também de todos os outros, sendo que põem em causa a própria democracia local.
Independentemente das ideologias partidárias, os autarcas eleitos deste país afirmam que não é justo esta restrição, até porque, o povo sabe que vai vota naquela pessoa.Ora o que não acontece com os escolhidos para governar, em que é escolhido o partido, mais o 1º Ministro, os outros, ninguém os elegeu...
Outras vozes se levantam no que respeita a outros cargos de cariz político. Os deputados da Assembleia da República, os governos regionais da Madeira e dos Açores.
Existe lacunas na lei lá isso existem, pelo que mencionei, entre muitas outras dúvidas de pleno direito, como cidadão, eu questiono, senão vejamos:
Porque razão só os presidentes de Câmara e Junta de Freguesia?
Porque razão, passam anos e anos seguidos na Assembleia da República os mesmos deputados?Qual o limite de mandato de um 1º Ministro?
Se o povo elege um determinado partido e seu secretário, é porque tem alguma legitimidade para governar independentemente de ter ou não maioria absoluta ou relativa para desempenhar ao qual fora eleito.
Então onde está a restrição de mandatos aos governos regionais?Pois, se calhar a prepotência e arrogância alheadas ao próprio egoismo, leva que nada façam para isto mudar.
Está na hora de todas as bancadas parlamentares levarem este assunto de novo a debate na Assembleia.Será que todos têm interesses comuns que este caso fique assim?
Ou será porque, os governos tenham medo, receios dos autarcas deste país terem mais força que a própria estrutura governamental?
Ou será que estes sejam mais competentes perante tanta incompetência dos vários ministérios governamentais?
Posto isto, julgo entender que, é tempo de algo fazer neste país, pelo menos que todos os políticos estejam perante a lei em igualdade de direitos.
Ou será que não?
Que uns penalizem a vontade popular, que pretendam ver respeitadas as sua vontades nas localidades...
Porquê, estas restrições de mandatos aos autarcas?
Façamos uma pequena reflexão!
Esta é a minha!Qual será a sua?

25 novembro 2009

O outro lado do telhado!

No desenvolvimento do meu artigo de opinião aqui publicado e entretanto designado por “Quando se começa a construir…pelo telhado!” cumpre-me complementar a respectiva informação analisando a questão quiçá…pelo outro lado do telhado. O grupo municipal do PS votou nesta proposta em concreto contra pelos seguintes motivos:

1) Questionamos o Executivo CDU sobre que tipo de negócio iria ser efectuado com a passagem desta parcela de terreno público para domínio privado, se permuta, venda ou outro. O Sr. Presidente da edilidade respondeu que ainda não tinha sido negociado, seria após a aprovação da desafectação…

2) Questionamos se foram verificados os requisitos constantes da Lei 12/2004 de 30 Março, que estabelece o regime de autorização a que estão sujeitas a instalação e a modificação de estabelecimentos de comércio a retalho e de comércio por grosso em livre serviço e a instalação de conjuntos comerciais, nomeadamente se foi feito um estudo de circulação e estacionamento, dado que do lado Este do lote de terreno existe o Centro de Saúde, uma zona já de si congestionada em termo de estacionamento, e do lado Oeste está previsto um arruamento a culminar numa praceta, ainda por executar, onde os locais de estacionamento nos parecem muito escassos para servir os lotes de habitação, novos e existentes e um supermercado de 800m2. O (Dr.) Luís Franco após tentar ultrapassar esta questão contornando-a sem responder, e após a nossa insistência remeteu a questão para o Chefe da Divisão de Urbanismo, que entretanto estava presente na Assembleia, que disse que esse e outros estudos iriam ser feitos após a desafectação para ver da viabilidade da implantação do supermercado…Não foi convincente, denotando imensas preocupações na resposta dada e notou-se literalmente que não estava ciente do que deveria responder…Enfim, primeiro damos o terreno aos privados e depois vamos ver se é viável…

3) Apesar do aumento da área de implantação e consequentemente da área de construção, existe um decréscimo no nº de fogos a construir, de 24 no total dos 3 lotes inicialmente previstos, passamos para 15 na presente proposta. Ou seja, com um aumento da área de construção conseguido com a anexação da zona de domínio público, perde-se em nº de fogos.

4) Apresentamos um estudo da Deco/Proteste que visitou 551 lojas em todo o País. Em Setembro último a revista da defesa dos consumidores analisou mais de 70 mil preços e concluímos que 3 dos supermercados existentes em Alcochete (Lidl não é incluído no estudo) são mais baratos que a Pluricoop. O Intermarche 7%, o Minipreço 6% e o Pingo Doce 2%. O Presidente de Câmara respondeu que os preços são muito voláteis, hoje estão altos, amanhã baixos e que não sabia qual a credibilidade do referido estudo (da DECO!!!). Miguel Boieiro, o Presidente da Assembleia Municipal, declarou-se então um apaixonado do cooperativismo… É assim que vamos apoiar os mais desfavorecidos…as famílias mais carenciadas.

5) Mais, acrescentamos que, ao contrário do que foi defendido pelo executivo, esta não era a única solução, pois acreditamos que com a crise que existe na construção civil, decerto que existiriam empresas dispostas a construir os lotes apenas para habitação e tornar viável a sua venda a custos controlados.Todos estes pontos de vista foram escritos sob a forma de declaração de voto.

E assim se foram mais 250m2 de domínio público!

A Carta

Querido pai Natal, escrevo-te esta minha carta, com muita paz e carinho, neste momento de ternura. Peço-te a ti, este ano, para não esquerceres-te de mim, como sempre tens esquecido!,
Como acontece todos os anos, coloco no mesmo canto da minha velhinha chaminé, o meu melhor sapatinho, na esperança de lá colocares um presende no Natal.
Todos os anos, quando acordo, pela manhã, desloco-me à minha velhinha lareira, na esperança de ser este o ano que tu, meu querido pai Natal tenhas lembrado do meu pedido.
Mas a alegria com que acorde nessas manhãs, dão lugar à desilusão, porque prenda, não as vejo, brinquedos também não, maior ainda é a minha frustração, quando encontro os outros meninos a brincarem, com lindos brinquedos pela rua.
Será pai Natal, que tens medo de sujares o teu fato, ao passar pela minha velhinha chaminé?
Ou será que, tenho comportado assim tão mal durante todos estes anos?
Será que os meus amigos, por serem ricos, tem direito a ter brinquedos lindos, e eu, por ser pobre, não tenho direito a brincar com brinquedos novos e bonitos também, como os meus amigos lá da escola?
Por isso, meu querido pai Natal, escrevo-te esta carta com muito amor, paz e carinho, que aminha chegue junto do teu coração este ano, por favor, na esperança assim ficarei, que seja este o meu Natal, que encontre na minha velhinha chaminé a minha mais apetecida prenda neste Natal.
Assim me despeço ficando na expectativa que, apartir deste dia, todos os Natais para mim sejam sempre mais felizes que nunca.
Deste teu amiguinho, por ser pobre, deseja ser feliz...

Angelo Melo 27-11-06

24 novembro 2009

Sugestão para este Natal


Caros visitantes deste espaço:

Ao pesquisar possíveis prendas para oferecer neste Natal, aos meus mais queridos, deparei com algo interessante que deixaria ambas as partes satisfeitas.
Encontrei um livro (
http://www.wook.pt/), que despertou a minha atenção, pelo seu conteúdo, a história verídica de Elena. Uma criança de 6 anos de idade e da batalha que ela travou contra o cancro.
Nos últimos dias de vida deu a uma toda comunidade um comovente exemplo de como amar e viver. Esta é uma história escrita pelo pai e mãe como uma recordação para a irmã mais nova, este seu diário é um exemplo de humildade e fonte de inspiração da forma como Elena viveu a vida, um dia de cada vez.
Em a "Mensagem de Elena", onde um pai e uma mãe esforçam-se para equilibrar os desejos contraditórios de lutarem implacavelmente contra o cancro de Elena, e aceitarem o fim inevitável traçado da sua filha.
O diário é puro e sincero na sua abordagem e acontecimentos profundamente pessoais e trágicos, além de um apelo a todos os pais no sentido de valorizarem e aproveitarem cada segundo passado com os filhos.
Na venda de cada exemplar, um euro (1€), reverta para a ACREDITAR -Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. Faça como eu, ajude esta instituição adquirindo também um exemplar neste Natal, ou para oferecer a alguém querido, pelo valor de 13,41€.

Parte deste texto foi extraído da sinopse da apresentação do livro da editora Albatroz

21 novembro 2009

Quando se começa a construir...pelo telhado!

Decorreu no passado dia 13 de Novembro de 2009 uma Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Alcochete no Salão Nobre do edifício desta edilidade. Nesta sessão foram eleitos por votação os deputados que no desenrolar destes próximos 4 anos vão representar o órgão deliberativo do Município junto de várias entidades, no entanto o epicentro desta reunião estava sedeado na desafectação de uma parcela de terreno do domínio publico municipal para domínio privado.
Pretende desta forma o actual executivo CDU proceder à alteração da constituição de 3 lotes de terreno no núcleo E – Valbom, em frente ao Centro de Saúde de Alcochete. A junção destes 3 lotes e a anexação de uma parcela de terreno (cerca de 250 m2) vai, de acordo com a Câmara Municipal, permitir a edificação de um supermercado designado por Pluricoop.
Depois de ouvida atentamente a apresentação da “ideia” elaborada pelo Sr. Presidente (Dr.) Luís Franco e considerando a escassez de argumentos, nomeadamente a inexistência da forma de concretização do negócio (permuta, venda ou outro), a falta de um projecto que justifique as pretensões, a ausência de um estudo de circulação e estacionamento que identifique de forma clara os locais de apoio à unidade comercial e a toda a zona de habitação existente e a construir, não menosprezando o facto de existir a escassos metros o Centro de Saúde que requer cuidados fundamentais, a bancada do Partido Socialista foi unânime em votar contra. Não o fizemos por uma questão partidária mas fundamentalmente tendo em conta que, com a actual regulamentação não é permitido manter a dimensão dos lotes prevista no projecto inicial. A desafectação do domínio público da parcela de terreno contígua aos referidos lotes, apenas faria sentido se com isso fosse possível aumentar, ou pelo menos manter, o número de fogos previsto inicialmente. De facto tal situação não acontece, dos 24 fogos previstos, no total dos três (3) lotes e com a configuração proposta apenas passam a existir 15 fogos. Assim sendo, escasseiam as possibilidades e condições para que haja um maior número de habitações destinadas aos agregados familiares carenciados, de modo a que estas famílias, tenham alojamentos em condições condignas. Naturalmente que nos serviços municipais existe um registo do número destas famílias, estamos convictos que a quantidade de inscrições para habitação a custos controlados, não é assim tão pouca quanto isso, como tal julgamos ser impróprio abdicar de todos os fogos possíveis para a concretização da respectiva construção.
Quanto à implantação de uma unidade comercial (Supermercado Pluricoop) nesta zona, importa considerar um estudo que a DECO Proteste realizou com o objectivo de ajudar a reduzir a factura das compras no seio das famílias. A revista da defesa dos consumidores em Setembro último analisou em cerca de 551 lojas de todo o País mais de 70 mil preços. No seguimento deste relatório, que a nós se apresenta com toda a fiabilidade, conclui-se que 3 dos supermercados existentes em Alcochete (Lidl não é incluído no estudo) são mais baratos que a Pluricoop. O Intermarché 7%, o Minipreço 6% e o Pingo Doce 2%. A base de suporte que a edilidade alega, sustentando que esta superfície comercial tinha um público alvo mais carenciado, deixa de fazer qualquer sentido se atentarmos aos números atrás apresentados. Face ao exposto, a dita unidade comercial não pode ser um meio para justificar um fim, logo não se pode argumentar que sem a existência do supermercado Pluricoop não haverá habitações de custos controlados sem esgotarmos todas e quaisquer outras possibilidades.
Nesta conjuntura não nos esquecemos do comércio tradicional que com imensas dificuldades vai sobrevivendo nesta zona habitacional, sendo certo que com esta decisão da CDU será completamente prejudicado. Esperamos que as justificações e argumentos da Câmara satisfaçam o comércio local existente naquela área, onde existem prontos a comer, charcutaria, mercearia, mini-mercado, snack-bar e outros estabelecimentos similares.
Esta alteração vai ser brevemente submetida a discussão pública.

A Droga e A Juventude

Caros condóminos foi-me solicitado pelo senhor Pedro Giro, o texto que transcrevo na íntegra, porque revela muita das preocupações dos pais deste concelho.

Sr. Ângelo Melo sugiro que como comentador possa divulgar publicamente o seguinte assunto:
Acho que era de usufruir do Blog "Praia dos Moinhos", pela sua popularidade no concelho para nós adultos e alguns de nós, pais de adolescentes como é o meu caso, rebater-nos sobre um flagelo que cada vez mais se aviva entre os nossos jovens, a "Toxicodependência).
Ontem junto à escola na zona dos barris, no túnel de acesso a umas garagens, deparei-me com um grupo de adolescentes com cerca de 12/13 anos de idade a fumarem "HAXIXE" no local, o que me deixou bastante preocupado e me levou a reflectir sobre o assunto.

Será que a educação de dedicamos aos nossos filhos são suficientes para evitarem que os mesmos caíam na tentação, sabendo que os mesmos hoje têm em adquirir esses estupefacientes?

Hoje os jovens têm quase mais comodidade em conseguir drogas que em comprar cigarros, Será que as autoridades do concelho não poderão dispensar uma maior fiscalização principalmente, nas zonas envolventes às escolas?

Normalmente os pais quando se aprecebem que os filhos optaram por essas condutas menos correctas, já estes normalmente estão numa situação de dependência, eu sou a favor e é uma opinião pessoal, que se deveriam periodicadamente e aleatoriamente em todas as escolas em que frequentem alunos entre os 12/18 anos, fazere rastreios à urina, como se faz no desporto, com o intuito de detectar substâncias proibidas.
assim deste modo os jovens talvez receassem mais o consumo e em caso de rastreio positivo só os pais os encarregados de educação seriam directamente informados sobre a situação do seu educado. A inserção de cãmaras de filmar nas zonas mais discretas era também na minha opinião uma forma de evitar essa e outras situações.

Hoje devido à internet e a um Portugal cada vez mais "AMARICANIZADO", acho que nós adultos deveríamos reforçar a nossa atenção sobre este conteúdo, acho que andamos todos muito preocupados com a gripe A e muito distraídos, assim sendo, tendo deste modo despertar as autoridades do concelho, assim como todo o pessoal da acção educativa e pais sobre este drama que cada vez mais se arreiga entre a nossa população mais jovem.

18 novembro 2009

A praça oculta de Alcochete

Existe dissimulada em Alcochete uma praça com nome de largo. Podemos apontar o Largo de São João como o único de dois grandes espaços publico em Alcochete do núcleo Histórico (ou outro, é o actual jardim do Rossio), ambos com a mesma origem, ambos bem assimilados pela população. Mas a importância que o Largo de São João tem no contexto urbano de Alcochete não está correctamente contextualizada.
A importância da praça no desenho urbano torna-se relevante no contraste que existe entre o espaço publico e o espaço privado. Ao privado associa-se as actividades da casa, do intimo e do trabalho e o domínio da acção está no domínio da esfera publica. O privado está na base da necessidade, enquanto o publico está na liberdade.
Mas qual a diferença entre um largo e uma praça? Na definição das duas palavras quase nada mas morfologicamente apresentam algumas diferenças. Ambas são o resultado do espaço vazio em contraponto ao espaço edificado. No entanto, um largo não tem a complexidade de relações que uma praça possui, sendo quase sempre o resultando do espaço que sobra da intercepção de duas ou mais ruas sem a necessidade de uma atenção especial ou uma regularização ao nível da forma. A diferença na definição de largo ou praça é que devido a sua importância, são o resultado de transformações posteriores ou o resultado de uma acção de de regularização dos espaços. Dai, normalmente, apresentem uma configuração diferente, quer ao nível da escala, quer ao nível do enquadramento urbano.
Morfologicamente, a praça é o resultado do vazio delimitado pelo privado, que cunha a memória colectiva e actividade pública das populações. É na praça que se troca os produtos, é na praça que se aplica o poder (a praça medieval possuía, por norma, o pelourinho para administrar o poder de uma forma populista como o objectivo de dar o exemplo as populações), onde se organizava as festas, onde se dá as palestras, onde se marcam os encontros. De resto, desde a antiguidade até aos nossos tempos muito pouco se alterou em relação a função social da praça publica. Embora em Alcochete o centro político de origem foi no actual Largo de Republica, muito facilmente transitou para o Largo de São João. A razão desta migração é simples. Segundo os textos, havia em Alcochete dois rossios. Segundo o tombo do concelho, de 1548, “A vila tinha dois rossios, um que partia das casas que foram do infante D. Fernando até as fontainhas, onde lavavam as mulheres, e outro da igreja de S. João ate a cabeça da vila”. Um rossio no período medieval era um espaço amplo que se encontrava normalmente nas entradas ou saídas dos centros urbanos. O objectivo era proporcionar um espaço livre considerável para a realização e eventos de massa - tal como mercados e feiras - ou até, o despejo de lixos ou outras actividades menos nobres, que necessitavam de ser realizadas fora dos aglomerados. Neste caso em particular, o rossio onde “lavavam as mulheres”, é o que nos tempos de hoje continuamos a chamar rossio, na Av. D. Manuel I. O outro era então o actual Largo de São João, com a Igreja á cabeça. O que acontecia neste rossio podemos verificar segundo s textos de Garcia de Resende e Gabriel Pereira:
"(...) Estando El-Rei em Alcochete, indo um dia de casa a pé com a Rainha, e damas e senho-res e muitos fidalgos a ver correr touros no terreiro junto da igreja, acertou que metendo um touro na cancelia fugio do corro e veio por a rua principal por onde El-Rei ia, e diante io touro vinha muita gente fugindo com grande gritaria.(...)
A administração do poder local na zona e Alcochete e Aldeia Galega (Montijo), antes da atribuição do foral em 1515 por D. Manuel I, era feito na freguesia de Nossa Senhora da Sebonha, hoje a zona onde se localiza São Francisco, através do convento então existente. Devido ao elevado crescimento populacional nas duas localidades, o Rei atribuiu um foral desdobrando administração das ambas para dois novos concelhos em dois novos centros administrativos. No caso de Alcochete, a administração foi deslocada para a freguesia do mesmo nome com sede na Igreja de S. João Baptista, a Igreja matriz de Alcochete. Esta operação vai dar uma nova centralidade ao largo de São João. Obviamente, acaba por acontecer mais tarde, a deslocação dos paços do concelho para a mesma zona, no séc. XVIII, tendo então ocupado a antiga casa-solar da antiga família dos Pereiras.
No ponto de vista histórico, compreende-se então a importância deste antigo rossio em particular, onde os nobres vinham ver correr os touros, que passou a servir a sede religiosa do concelho, a sede do poder local com a deslocação dos paços do concelho e onde ficava outras referencias da memória da população, como o poço da vila - que antes da canalização das aguas servia a população da vila - ou até, de uma forma aparentemente indiferente mas que tem a sua importância, o primeiro candeeiro a gás, quando a iluminação no resto da vila se fazia a petróleo. Verificamos que ainda hoje, é no largo de São João que acontece os principais eventos na vila e onde se centra a actividade económica dentro do centro histórico. Ainda hoje, continua a ser a sede do poder político, a sede do poder religioso e a sede da memória colectiva daquilo que representa e representou Alcochete para a sua população.
Com este contexto, o largo de São João tem condições para que se altere morfologicamente para ser a praça de Alcochete. Atendendo ao desenho urbano, o Largo de S. João tem forma trapezoidal com cerca de 75 metros de comprimento e em largura, 35 metros no ponto mais largo e 25 metros no ponto mais estreito, ladeado por edificado com variação de pisos entre 1 a 3 pisos com construções que variam entre o séc. XIV e a actualidade, o que significa que carrega consigo potencialidade, quer no ponto de vista da sua configuração, localização e dimensão para se efectuar uma proposta concreta que alterem com o objectivo de preservar e manter o carácter e a função que sustentou ao logo dos tempos.

11 novembro 2009

Sem Rumo... Ou Destino

A estrada da vida, serve para seguir, as curvas, para serem conturnadas, as estrelas no céu servem para enfeites em longas noites de Natal.
A luz do luar, para iluminar nosso caminho, nas noites frias de Inverno.
Enquanto que ás vezes, também, os destinos se cruzam e nos marcam toda uma vida...
Somos um, entre milhões de seres terráqueos a perpectuar ou não o seu próprio destino...
Porque "a vida é um bem essencial que deve ser preservada o mais possível, porque, sem vida, nada existe... apenas morte..."
Na escolha dos lugares, destinos entrelaçados de amor, paz, harmonia, também esperança, que na vida, que a todos o destino acompanha, não seja, um prenúncio de morte...

09 novembro 2009

Apontamento Poético

No lugar dos palácios desertos e em ruínas
Á beira do mar,
Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas
De quem sabe amar.

Qualquer que ele seja, o destino daqueles
Que o amor levou
Para a sombra, ou na luz se fez a sombra deles,
Qualquer fosse o voo.

Por certo eles foram mais reais e felizes.

Fernando Pessoa,
" Poesias de Ávaro de Campos"
In (No teu deserto) Miguel S. Tavares

06 novembro 2009

ESCLARECIMENTO

Na medida do tempo que me tem sido permitido procuro estar atento à forte participação que tem existido neste espaço. Congratulo-me com o facto de conseguirmos manter a chama acesa do debate de ideias e fazer o contraditório com grande acutilância.
Seria interessante e muito útil, porque vivemos numa sociedade livre e democrática que todos quanto escrevem comentários neste espaço não recorressem ao anonimato e que se deixem de usar pseudónimos, permitindo sua cabal identificação.
Estou certo que ninguém deseja que se voltem a repetir as cenas tristes que deixaram marca em Agosto.

05 novembro 2009

Limpeza da Publicidade de Campanha Eleitoral

Decorrido quase um mês depois das últimas eleições que se realizaram no país, as campanhas já terminaram há muito, e ainda continuam visíveis os painéis publicitários de campanha, dos vários candidatos aos órgãos autárquicos do concelho.
Em alguns casos torna-se notório, outras expostas referentes ás legislativas. a minha preocupação é, como a de muitos munícipes do concelho, que se interrogam do tempo que os referidos partídos levam a retirar as ditas.
Será que os mesmos não têm responsabilidade nas mesmas?
Então de quem é a responsabilidade, de retirar as ditas dos locais onde se encontram colocadas?

Será que a autárquia tem poder para remove-las dos locais, depois aplicar coimas pelo tempo a mais de ocupação de via pública?
Em todo o país vemos o mesmo procedimento, quando é para a colocação, as empresas, fazem o trabalho em tempo recorde, o pior é a remoção das ditas dos locais designados, logo após o término das eleições.

Quando se trata de remoção, parecem as pilhas Duracel (duram, duram, duram...)
Será que os partídos estão à espera dos próximos quatro anos?
Ora meus senhores, não acham que está na hora de devolver os espaços e paisagens à visibilidade dos munícipes de Alcochete?
Para que todos possamos desfrutar da beleza do nosso lindo concelho!
As campanhas já lá vão...
Para quando a limpeza?

03 novembro 2009

Andebol no Concelho de Alcochete

O andebol apareceu no concelho de Alcochete pouco tempo depois de 1974, chegou pela mão dum grupo de jovens milítares da Armada (segundo alguns relatos).
O andebol foi introduzido em Alcochete, precisamente no Futebol Clube Vulcanense, actualmente (Vulcanense Futebol Clube), onde inicialmente começou por participar nos campeonatos do Inatel do Distrito de Setúbal.
Durante muitos anos, esta modalidade no clube, teve os seus altos e baixos, como tudo na vida.
Para além do Vulcanense, outros clubes no concelho também possuiram a modalidade, devido há intermitente causa do Vulcanense. São Francisco, Imparcial Alcochete, NAA e GAJA, estes contribuiram à sua maneira para o eriquecimento e desenvolvimento do andebol em Alcochete.

Também alguns grandes eventos desportivos foram crescendo no concelho nesta modalidade, ajudando assim, que se fosse criando uma outra mentalidade desportiva, educativa e cultural, para além da turística. O Grupo Académico da Juventude de Alcochete, pioneiro neste tipo de eventos Internacionais, trazendo ao concelho dezenas de equipas vindas de todos os continentes. O Torneio Costa Azul, que se realizava na semana da Páscoa, era o ponto mais alto dos torneios realizados no mundo, estando classificado como um dos melhores em termos desportivos, culturais e turísticos.
Depois, também nasceu o Torneio D. Manuel I/ Predial Coimbra organização do Vulcanense em 1998, que se realizava na primeira semana de Junho. O GAJA, criou também o Alcochete/Cup no mês seguinte, é de salientar que actualmente o torneio Costa Azul, sobrevive no tempo mas, em moldes diferentes dos iniciais.
Sem dúvida que estes dois clubes contribuiram para a continuidade do andebol no concelho, que dura até aos dias de hoje. Muito contribuiu a direcção liderada por Carlos Policarpo que, em 1996, convidou um árbitro que pertencia na altura, aos quadros nacionais da (Federação Andebol de Portugal), para fazer parte dessa mesma equipa, com o objectivo de iniciar a secção de andebol, então extinta no clube há mais de sete anos.

A vertente feminina foi o arranque, devido á lacuna e falta de actividade desportiva feminina, enquanto que GAJA, mantinha os escalões masculinos. Uma divergência entre a autarquia e o Académico de Alcochete, proporcionou ao Vulcanense acumular os dois (femininos e masculinos).
Alcochete durante décadas forneceu vários atletas ás várias selecções, regionais e nacionais, sendo de destacar algumas Internacionais no sector feminino pelo (GAJA) e outras pelo Vulcanense. Para além dos vários torneios que participaram e venceram, também alguns titulos regionais e apuramentos para provas nacionais, onde clube, concelho e distrito sairam sempre prestigiados e dignificados.
Durante estes anos da implantação da modalidade de andebol no concelho, alguns árbitros nasceram e se destacaram nesta área desportiva, chegando alguns a pertencer aos quadros da Federação Andebol de Portugal, com grande relevo.

Actualmente a modalidade de andebol no Vulcanense, no concelho, não tem encontrado intermitência desde 1996 até há data de hoje, desde essa altura em que foram criadas estruturas de futuro, prova disso é a continuação de ex-atletas, que têm vindo dando continuidade ao projecto andebol com sucesso desportivo e écletico.
Os padrões iniciais continuam como um dia disse seu mentor:
"É na base da formação que está o sucesso desportivo, e o futuro da modalidade" - Melo 1997

01 novembro 2009

Inquerito ao compromisso eleitoral da CDU!

Na pequena consulta que realizámos nos últimos dias no "Praia dos Moinhos" a qual versava sobre a capacidade da CDU concretizar os seus compromissos eleitorais assumidos na ultima campanha eleitoral Autárquica, cerca de 56% dos inquiridos acha que serão concretizados menos de 50% do assumido pela CDU. Cerca de 12%, por sua vez, acham que serão concretizados mais de 50%, 17% acham mesmo que não serão sequer concretizados nenhuns, e apenas 14% dos inquiridos acreditam na totalidade do compromisso eleitoral da CDU.
Durante os próximos quatro anos pretendemos levar a cabo vários inquéritos sobre os temas importantes do nosso concelho, acredito que serão um bom barómetro do que se vai passando em Alcochete.
A acreditar nos resultados obtidos, o Sr. Presidente da Câmara, tem muito que palmilhar durante o este mandato, pois mal de todos nós, se a CDU não concretizar pelo menos 50% das suas promessas eleitorais, algumas delas já com quatro anos de atraso.
O tempo o dirá...

31 outubro 2009

Novo Romance Controverso de Saramago (Caim)

Ao fim de vinte anos, sensivelmente volvidos, após o lancamento do livro do"Evangelho Segundo de Jesus Cristo", eis que o prémio nobel da literatura lanca um novo e polémico romance onde é invocado uma vez mais a Bíblia, com a sua nova publicação de o (Caim).
Durante as últimas semanas, muitas foram as trocas de galhardetes, entre o autor e representantes da aIgreja, que repudiou pelo facto, mais graves foi, algumas opiniões (comentários menos racionais) de alguns políticos portugueses, em que aconselhavam ao autor a renunciar a sua própria nacionalidade...

" A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com Deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele".

Pólemicas à parte, é de congratular o autor pelo sucesso do livro, que em apenas dez dias vendeu para cima de 80.000 exemplares em Portugal. Também já se encontra à venda em Espanha e Brasil, brevemente será lançado em Itália.
Aconcelho a leitura deste romance (Caim), a todos os e não crentes, para retirar as devidas ilações sobre o romance, deixo uma frase do livro:

"Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que Caim. por causa da sua fé, Deus considerou-o seu amigo e aceitou com agrado as suas ofertas. E é pela fé que Abel, embora tenha morrido, ainda fala.".
(Hebreus, 11,4)

Depois da tempestade…eis que chega a…abundância!

No passado dia 23 do mês de Outubro, os órgãos autárquicos do Município de Alcochete tomaram posse no edifício dos Paços do Concelho desta vila numa cerimónia oficial para instalação do executivo da edilidade, assim como, da Assembleia Municipal para os próximos 4 anos.
Lamenta-se no entanto, que esta noticia quando relatada pelo sítio oficial do Município, não contemple uma alusão sequer aos discursos proferidos tanto pelo PS como pelo PSD. Estou convicto que, num estado democrático como aquele em que estamos inseridos, seria oportuno e sobretudo elegante constar pelo menos a síntese dos respectivos discursos. Valha-nos as fotografias.
Executivo empossado, chegou a hora da distribuição dos pelouros pela vereação e o dia escolhido para o efeito foi o passado dia 28. Esta acção decorreu na primeira reunião de Câmara e pasme-se, quando durante 4 anos este executivo CDU sustenta a sua falta de capacidade de investimento, a sua inércia e a sua inoperacionalidade, nos problemas financeiros da autarquia, decide apresentar uma proposta para colocar a tempo inteiro exactamente os 4 vereadores eleitos! Não me parece de facto uma atitude correcta atendendo à conjuntura socio-económica que atravessamos no Pais e no Mundo e sobretudo, tendo em consideração que a situação financeira da Câmara não é a melhor, a afixação de mais um vereador a tempo inteiro é lesiva para os cofres da autarquia, dado o aumento substancial dos encargos decorrentes da nova situação remuneratória. Considero também, que o volume de trabalho desta Câmara Municipal não justifica a permanência de quatro vereadores a tempo inteiro. No entanto, quero realçar que não pretendo com esta opinião, fazer qualquer juízo de valor sobre a competência do vereador em causa.
Também por estas razões os vereadores do PS votaram contra a proposta do Presidente da Câmara.
Provavelmente, muitos de vós não tendes noção dos valores a que me refiro, por isso aconselho a visitarem este link e retirem as vossas próprias conclusões:

http://www.dgaa.pt/pdf/Vencimentos_dos_eleitos_Municipios_2009.pdf


A vila de Alcochete está abrangida pela coluna cujo número de eleitores é mais de 10 mil e menos de 40 mil.

Pretende-se desta forma responsável e construtiva, estar atento aos inúmeros problemas que acercam a nossa vila. O objectivo é apenas um, com determinação e entusiasmo, desenvolver um trabalho que seja benéfico para Alcochete continuando a contribuir para o desenvolvimento desta nossa terra e da qualidade de vida de todos os que aqui residem. E neste capítulo…podem contar comigo!

28 outubro 2009

Análise ao texto de 14 de Outubro de 2009

Caros condóminos e visitantes do Praia dos Moinhos, no passado dia 14 de Outubro de 2009, Fernando Pinto, fazia a seguinte análise, ao acto eleitoral Autárquico (...).
Para lerem na íntegra este texto, tenham a amabilidade, meus caros visitantes, de se deslocarem ao meu blogue, que fica mais a baixo, do vosso lado esquerdo do monitor, onde diz: C/Temas locais (Angelo Melo).
Por tudo o que consta no texto, eu, como muitos outros cidadãos, munícipes e votantes nos actuais eleitos, temos o direito à indignação e demonstrar o nosso repúdio pela forma menos sóbria, com que, produziu o seu texto...
Este sentimento é corroborado por dezenas de munícipes do concelho, que junto de mim têm manifestado a sua total indignação.

BEM HAJAM

A todos os leitores e condóminos apresento as minhas desculpas pelo facto de não estar a ter participação activa neste espaço, tal se deve sómente à falta de tempo, em breve espero encontrar essa disponibilidade.

27 outubro 2009

"Limpar Portugal"

Existe neste momento em Portugal um grupo criado, para levar a cabo uma excelente iniciativa a decorrer no próximo dia 20 de Março de 2010, que visa a limpeza das florestas portuguesas de lixeiras.
Esta iniciativa assenta no voluntariado, portanto aqui fica o link para quem estiver interessado em participar:
http://limparportugal.ning.com

26 outubro 2009

Estrada Perigosa!

Gostaria de dar ênfase a um comentário publicado na plataforma autarquias.org pela Sra. Rute Madeira, que aborda a questão da Rua das Laranjeiras (liga o Minipreço ao Intermarche).
Esta rua não dispõe de passeios, nem passadeiras e como se trata de uma artéria que liga duas zonas comerciais tem elevado tráfego.
Os automobilistas raramente cumprem o código da estrada ultrapassando largamente o limite de velocidade (50km/h).
Era imperioso a colocação de bandas sonoras, duas passadeiras e a construção de passeios dos dois lados da via.
Qualquer dia ainda ocorre um acidente grave!

24 outubro 2009

Pequena Resenha Histórica do Vulcanense F.C

O Vulcanense Futebol Clube de Alcochete, foi fundado a 10 de Junho de 1962, no entanto, o seu aparecimento remonta, muitos anos antes. O clube, que, inicialmente se chamava Futebol Clube Vulcanense de Alcochete, este foi o nome atribuido aquando da sua implantação.
Este clube nasceu, porque um grupo de jovens (naquela época), desejavam participar no torneio de futebol. Segundo alguns relatos de antigos fundadores, que afirmam, "terem feito um peditório para a compra de equipamentos e bola", a primeira sede era então na Taberna da (Ti Aurora), o seu filho também fazia parte deste grupo de jovens que, aliás guarda o primeiro troféu conquistado pelo clube no ano de 1958/1959.
O nome atribuido ao clube, após muito inexistente consenso, fora então de Futebol Clube Vulcanense, que deriva de Vulcão e Vulcanização, (vulcanizense/vulcaonense), sendo a última a melhor das hipóteses (segundo o meu ponto de vista de conhecimento em torno daquele clube).
O primeiro logótipo (quadro pintado a óleo pelo José A. Serra), anos antes deste, partir para a guerra colonial, era completamente diferente do actual, onde se podia ver os castelos por cima do logótipo, sendo o fundo em amarelo com traços em verde.
Os primeiros equipamentos a serem comprados para o clube foram:
Camisola branca com uma lista preta na diagonal, como usava o (Vasco da Gama do Brasil), e calções também da mesma cor, o verde e o amarelo fazem parte como cores obrigatórias do clube.
Após a mudança de intalações para a actual sede, sita na rua da Liberdade, Valbom Alcochete, foram alterados os estatutos, onde foi atrubuído o nome de Vulcanense Futebol Clube, que permanece até aos dias de hoje.
Nos dias que correm, este clube é conhecido pelos seus adversários como o Vulcão, que significa, força, determinação, garra, reverencia e atitude, daí talvez a sua influência da erupção do Vulcão dos capelinhos nos Açores, para uns é a junção das duas palavras (Vulcão/Vulcanização), talvez também, pela implantação da FIRESTONE no concelho.
O atletismo teve grande relevo no clube após o 25 de Abril, sendo esta uma das mais ecléticas até há década de oitenta. Muitas outras modalidades foram aparecendo no clube:
Atletismo, Andebol, Karaté, Futebol, Futsal, Xadrez, Mushing, Colombofilia, Ginástica de Manutenção, Campismo e Caravanismo, Cicloturismo, Pentatlo Moderno e Ténis de campo.
Actualmente o clube mantem actividade das seguintes modalidades:
Andebol, Ténis de Campo, Cicloturismo, Karaté, modalidades estas federadas.
Os órgãos sociais do clube são por sufrágio, em que os sócios elegem os três órgãos, direcção, concelho fiscal e assembleia geral, os mandatos são bianuais.

O Vulcanense Futebol Clube de Alcochete é o Clube do concelho mais eclético, também pela sua divercidade de modalidades desportivas praticadas.
Futuramente trarei a este espaço um texto, como nasceu (em síntese) o andebol no clube e no concelho de Alcochete.

23 outubro 2009

Plataforma autarquias.org

Foi criada uma plataforma a partir da qual os cidadãos podem alertar os municípios para as mais variadas situações, desde o lixo na via pública, postes de iluminação que não funcionam, buracos na via pública, equipamentos danificados e outro tipo de problemas que os municípios muitas vezes não têm conhecimento.

Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas apresentados por outros cidadãos, como também participarem nesses mesmos alertas adicionando comentários.

www.autarquias.org permite a criação de debates de cidadãos que pretendem discutir assuntos que lhes parecem pertinentes com outros cidadãos e com o próprio município ou questionar a autarquia sobre um assunto do interesse de todo o município.

21 outubro 2009

"INFORMAÇÃO SOBRE GRIPE A(H1N1)"

O vírus da gripe A(H1N1), é transmissível entre os seres humanos. Os sintomas de infecção são normalmente semelhantes aos provocados pela Gripe Sazonal:
Febre
Sintomas respiratórios (tosse, nariz entupido).
Dor de garganta
Possibilidade de ocorência de outros sintomas:
- Dores corporais ou musculares:
- Dor de cabeça:
- Arrepios:
- Vómitos ou diarreia ( embora não sendo típico na gripe sazonal, têm sido verificados em alguns dos casos recentemente).

O modo de transmissão do novo vírus da Gripe A(H1N1), é idêntico ao da Gripe Sazonal.

O vírus transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas libertadas quando uma pessoa fala, tosse ou espirra.

Os contactos mais próximos com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco.

O tempo que decorre entre o momento em que uma pessoa é infectada e o aparecimento dos primeiros sintomas, podem variar entre 1 a 7 dias.

Para evitar a propagação do vírus, limite o contacto com outras pessoas.
Cubra a boca e o nariz quando espirra ou tosse, usando um lenço de papel; ou um braço, nunca as mãos!
Utilize lenços de papel uma única vez e coloque-os de imediato no lixo.
Lave frequentemente as mãos com àgua e sabão, em especial após tossir ou espirrar.
Previne a sua Saúde e a dos outros.
Fonte: Plano de contigência à comunidade do (Instituto Politécnico de Setúbal)

Sugestão de Jornal Online!

Foi me sugerido pelo nosso visitante José Fugassa, o seguinte site onde poderá ser consultada toda a informação sobre impostos:

www.impostospress.net

20 outubro 2009

Arco Ribeirinho Sul



Foi aprovado em Conselho de Ministros o projecto do Arco Ribeirinho Sul, projecto este que visa o desenvolvimento dos concelhos da Margem Sul do Tejo, compreendidos entre Almada e Alcochete.
Gostaria de vos deixar, de uma forma sucinta, os seus pontos principais:

Actividades económicas – deslocalização de algumas actividades económicas existentes, manutenção das actividades com maior potencial de desenvolvimento e instalação de outras compatíveis com as novas vocações destes territórios e geradoras de emprego qualificado, designadamente de apoio ao novo aeroporto, à plataforma do Poceirão e ligadas ao rio/mar e ao turismo/lazer;
Equipamento – dotação de equipamentos-âncora, e a instalação de equipamentos colectivos nos domínios fundamentais, quer da educação, da saúde, do desporto e da cultura;
Mobilidade e acessibilidades – estabelecimento de uma nova rede de acessibilidades, implementação de soluções de transporte colectivo, criação de condições de circulação com prioridade à circulação pedonal e ciclável, assim como a adaptação do espaço público que assegure a facilidade de deslocação a cidadãos com mobilidade reduzida;
Ambiente e paisagem – requalificação da frente ribeirinha e valorização da relação com o rio Tejo e desenvolvimento de uma estrutura verde que se integre num grande corredor ecológico do Arco Ribeirinho Sul;
Identidade e valores socioculturais – instalação de serviços ou equipamentos que assinalem e contribuam para a preservação da memória sobre o papel destes territórios e desenvolvimento de um plano de marketing territorial que promova a sua valorização.

Foi também aprovada a criação da Sociedade Arco Ribeirinho Sul, S. A., sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com um capital social de 5.000.000 de euros, que tem por objecto a coordenação global do Projecto do Arco Ribeirinho Sul e a execução do investimento a realizar naquele âmbito, nas áreas e nos termos definidos no respectivo Plano Estratégico.

Para execução das operações de requalificação urbanística e valorização que integram o projecto do Arco Ribeirinho Sul, a Arco Ribeirinho Sul, S. A., constituirá sociedades executoras locais, em parceria entre a sociedade gestora do projecto global, com uma participação no capital social correspondente a 60%, e cada município directamente envolvido na respectiva área de intervenção, com uma participação correspondente a 40%.

Este é um projecto que poderá ser interessante, assim o executivo da Câmara o entenda.

Para quem quiser poderá consultar o Documento Estratégico em:

AOS RESIDENTES E VISITANTES

Caros condóminos residentes e visitantes deste espaço aberto, que serve de alguma forma, para ser debatidos e comentados assuntos relacionados com o concelho de Alcochete.
No entanto, porque surgiu a oportunidade do actual administrador aceitar o repto lançado por Zeferino Boal, em alargar este espaço interventivo a outras pessoas do concelho.
Eu, ao aceitar este novo desafio, fi-lo convicto que, a minha participação fosse benéfica para todos os que visitam diáriamente este espaço, como também, para Alcochete.
Nunca escondi as minhas ideologias partidárias, em democracia, devemos respeitar ideologias, raças, religiões ou clubismo. Isso prova o respeito mútuo, maturidade, bom senso, muito embora possamos divergir opiniões.
Como cidadão e munícipe deste concelho, tentarei ser sempre frontal e honesto na abordagem dos temas, como sempre fiz até hoje, quer gostem ou não outros comentadores.
A terefa que fui incumbido, neste espaço público, veio aumentar a minha responsabilidade, no concelho trazendo mais uma voz interventiva ao Praia dos Moinhos.
Não deixarei de ser como sou, nem me irei amedrontar com ataques directos, desde que sejam dentro dos contextos, do próprio espaço. Terei o melhor gosto de partilhar as minhas experiencias com todos, em outras áreas, até aqui inexistentes.
Em nota final, quero deixar explicite que:
Este espaço tenta manter alguma pluralidade definida pela própria democracia, foi com esse espírito, que um dia foi criado, para ser, crítico, interventivo, informativo mas também regido com algum rigor e isenção.

19 outubro 2009

"MEMBROS DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS TOMAM POSSE ESTA SEMANA"

VÃO TOMAR POSSE OS NOVOS MEMBROS ELEITOS PARA A CÃMARA MUNICIPAL DE ALCOCHETE E ASSEMBLEIA MUNICIPAL, ACTO QUE TERÁ LUGAR NO EDIFÍCIO DOS PAÇOS DE CONCELHO EM ALCOCHETE, É NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA DIA 23 DE OUTUBRO DE 2009, CERIMÓNIA PÚBLICA QUE TERÁ INICIO MARCADO PELAS 21H00.
TOMARÃO POSSE PARA A CÃMARA MUNICIPAL DE ALCOCHETE, PARA ALÉM DO REELEITO PRESIDENTE LUÍS FRANCO, OS SEGUINTES VEREADORES DA (CDU), JOSÉ L. ALFÉLUA, SUSNA CUSTÓDIO, PAULO MACHADO E JORGE GIRO, TAMBÉM OS VEREADORES DO(PS), ANTÓNIO MADURO E JOSÉ NAVARRO.

TAMBÉM OS TRÊS TITULARES DOS MANDATOS DAS JUNTAS DE FREGUESIA VÃO TOMAR POSSE ESTA SEMANA, QUE COMEÇA:
JÁ NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA DIA 20 DE OUTUBRO PELAS 21H00 NA SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO FRANCISCO, TOMAM POSSE OS MEMBROS ELEITOS, DEPOIS SEGUE-SE, NO DIA SEGUINTE, NA JUNTA DE FREGUESIA DO SAMOUCO, ACTO QUE TERÁ INICIO ÁS 21H00 NA SEDE LOCAL.
NO DIA 22 DE OUTUBRO DECORRERÁ A CERIMÓNIA DE TOMADA DE POSSE DOS MEMBROS DA JUNTA DE FREGUESIA DE ALCOCHETE PELAS 21H00.

TODOS OS MUNÍCIPES ESTÃO CONVIDADOS A ESTES ACTOS PÚBLICOS NAS RESPECTIVAS SEDES DE FREGUESIA, ONDE TOMARÃO POSSE OS MEMBROS ELEITOS, APÓS O ÚLTIMO SUFRÁGIO AUTÁRQUICO NO CONCELHO, PARA OS PRÓXIMOS QUATRO (4) ANOS, EM ALCOCHETE.

Novo Condómino

É com imenso prazer que anúncio que temos como novo condómino no Praia dos Moinhos, o senhor Ângelo Melo.
Como já foi afirmado anteriormente por Zeferino Boal, é nossa intenção reforçar o nosso painel de colaboradores com a maior abrangência possível.
Este é o espaço mais visitado de Alcochete com uma média de visitas que ronda as 200 pessoas por dia, portanto devem no nosso entender estar representadas TODAS as sensibilidades do Concelho.
Desejo as mais sinceras felicidades ao nosso novo membro e que traga até nós a sua visão de Alcochete.
Alcochete fica a ganhar!

Pequena resenha histórica de Alcochete

A ocupação humana do concelho de Alcochete remonta ao Paleolítico inferior, evidenciado por várias estações arqueológicas existentes no território. O sítio da Conceição, ocupado, há 28 000 anos (Paleolítico Médio) é uma das principais jazidas pré-históricas, situada sob a estação de serviço da Ponte Vasco da Gama.
Durante as acções de exploração deste local associadas à escavação arqueológica, foram recolhidos cerca de 8500 artefactos líticos, que comprovam a existência de abundante matéria e uma intensa utilização desta área enquanto “área de fabrico”, nomeadamente de grandes quantidades de “núcleos”, além de subprodutos de talhe de seixos.
Perto da povoação do Samouco foram identificados vestígios de ocupação humana no Neolítico, datada do período entre 5000 e 4500 anos, designadamente instrumentos em pedra, fragmentos de cerâmica, que confirmam a presença de comunidades recolectoras e dos primeiros agricultores que também exploraram estas terras, deixando marcas da sua presença na Quinta da Praia (Samouco), há 7.000 anos.
A ocupação romana estendeu-se ao longo da margem direita da Ribeira das Enguias, em várias unidades de produção oleira. Destas unidades destaca-se a de Porto dos Cacos, situada na herdade de Rio Frio, com produção contínua entre os sécs. I e V d.C., com especial destaque para a produção anfórica. As ânforas eram recipientes em cerâmica, usados para embalar e transportar preparados piscícolas, nomeadamente, conservas e molhos, que chegavam desta forma a todo o Império Romano.
As escavações efectuadas nos anos 80 puseram a descoberto fornos, um enigmático alinhamento de ânforas e uma área de necrópole, que indicia um povoamento constante na área. Este sítio atesta ainda ocupação visigótica.
A ocupação árabe não foi ainda comprovada arqueologicamente no concelho, embora o topónimo “Alcochete” que parece derivar de uma expressão árabe que significa “o forno”, tenha já alimentado muito esta ideia, em diversa bibliografia.

Após a Reconquista, Alcochete passou a integrar a área denominada pela Ordem de Santiago, de Riba Tejo. Nesta vasta região limitada a nascente pelo Rio das Enguias e a poente pelo Rio Coina foi identificada a existência, já no século XIII de vários povoados ribeirinhos que tinham como actividades principais a salicultura e a produção de vinho.
Santa Maria de Sabonha, sede paroquial dos lugares da parte oriental do antigo concelho de Ribatejo, foi uma das sedes deste concelho, local onde estava edificada a igreja com o mesmo nome, e onde no século XVI os frades recolectos de S. Francisco fundam um convento, do qual só existe a fachada, na actual freguesia de São Francisco.
No século XV, graças aos bons ares e abundância de caça, Alcochete transforma-se na estância de repouso preferida pela corte. D. João I que vinha com frequência descansar a Alcochete. O Infante D. Fernando escolheu-a para residir e foi aqui, que em 31 de Maio de 1469, nasceu o seu filho D. Manuel, aquele que viria a ser o Venturoso rei de Portugal. Ainda sob a protecção do Infante D. Fernando, 10.º Mestre da Ordem de Santiago (1418-1442), Alcochete terá adquirido autonomia e privilégios que a terão conduzido à categoria de Vila. No Livro das Vereações de Alcochete e Aldeia Galega de 1421-22, Alcochete é referenciada como vila.
Em 17 de Janeiro de 1515, D. Manuel concedeu à sua terra natal o foral, importante documento, marco emancipador na vida do então jovem concelho de Alcochete. Os Descobrimentos marcaram, também, a economia e a sociedade – de Alcochete partiam grandes quantidades de madeira para Lisboa, aqui chegavam novos produtos e gentes. A época quinhentista está bem patente no Concelho em monumentos como a Igreja Matriz, a Capela de Nossa Senhora da Vida, o Convento dos Recolectos da Ordem de São Francisco, já referido, e também no retábulo da Igreja da Misericórdia e na bandeira da Misericórdia.
Nos séculos XVI e XVII o Concelho conhece um significativo desenvolvimento económico motivado por uma crescente produção de sal e motivador de um acréscimo populacional. A documentação da época refere a existência de 180 moradores na Vila no século XVI, registando no início de século XVII 360 fogos e 1902 habitantes.
No século XVIII Alcochete continuou a abastecer Lisboa. Inúmeras barcas navegavam no Tejo em direcção à capital, carregadas de sal, lenha e carvão.
No século XIX a história do Concelho ficou marcada pela perda e Restauração da autonomia do concelho, geradoras de grandes movimentações populares. O período de dependência municipal relativamente a Aldeia Galega a partir de Outubro de 1895 gerou um sentimento de angústia por parte das populações e despertou simultaneamente uma consciência de identidade municipal que foi progressivamente ganhando raízes. A 15 de Janeiro de 1898 é publicado no Diário do Governo o decreto que restaura 51 concelhos, entre os quais o concelho de Alcochete. Destaque ainda para o contributo filantrópico do 3.º Barão de Samora Correia que doou à Misericórdia local avultados bens entre os quais um palácio que viria a ser mais tarde um asilo para idosos, instituição que permanece em funcionamento.
No que concerne à actividade agrícola, o Concelho foi alvo de experiências pioneiras de fomento agrário, promovidas por Jacome Ratton, no século XVIII, e por José Maria dos Santos, no século XIX. Outras actividades até então proeminentes como a pesca, navegação fluvial e salicultura, entraram em decadência, e o concelho de Alcochete viu-se excluído das principais vias de comunicação, com o advento dos transportes ferro-rodoviário, que viriam a substituir o transporte fluvial no escoamento dos produtos e abastecimento do mercado lisboeta.
O Concelho permaneceu assim, predominantemente rural até meados do século XX, quando se iniciou a actividade da seca do bacalhau, um sector que conheceu grande expansão, proporcionando localmente a existência do maior centro de secagem em Portugal, favorecido pelo clima e pela facilidade de descargas dos navios bacalhoeiros. O processo de industrialização teve início com a instalação da fábrica de pneus Firestone em 1958, à qual se seguiu a instalação de outras unidades de processamento de cortiça e de alumínio.
Com a construção da Ponte Vasco da Gama o concelho de Alcochete voltou a ser alvo de investimentos, retomando o desenvolvimento económico, que tinha abrandado com o encerramento das referidas unidades industriais, ganhando uma nova centralidade na Área Metropolitana de Lisboa.

Alcochete é actualmente um concelho com identidade que assenta maioritariamente na afirmação das suas origens históricas, nas suas tradições de cariz tauromáquico, onde o forcado, o campino e o salineiro são figuras de destaque, quer nas inigualáveis Festas do Barrete Verde e das Salinas, quer nas festividades religiosas relacionadas com o culto a São João Baptista, a Nossa Senhora da Vida, a Nossa Senhora do Carmo e a Nossa Senhora da Atalaia.
Actualmente, Alcochete é um concelho moderno onde se pode vislumbrar e contactar directamente com a história, em cada monumento, em cada casa senhorial ou edifício ou nas ruas onde a história se respira em cada esquina e é vivida com intensidade.

Sugestão Cultural

Teatro "O Pranto de Maria Parda"

Maria do Céu Guerra sobe ao palco com "O Pranto de Maria Parda" de Gil Vicente, num monólogo que retrata o itinerário de uma privação dolorosa que impõe a figuração da Morte.

Dia 23 de Outubro, às 22h00 no Fórum Cultural de Alcochete.

S.Energia promove "Sessão Medida Solar Térmico 2009"

A S.Energia – Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, vai promover uma sessão pública para informação sobre o Programa Solar Térmico 2009 para Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou Associações Desportivas de Utilidade Pública, junto de potenciais beneficiários da sua área de intervenção - Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.
O Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE), prevê medidas de dinamização da energia solar térmica em Portugal através da criação de condições favoráveis à aquisição dos equipamentos que permitam ultrapassar a barreira do investimento inicial, deste modo foi recentemente alargado a instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e associações desportivas de utilidade pública.
Esta medida possibilita a obtenção de apoios até 65% a fundo perdido, até ao limite de 200 mil euros, bem como, em caso de grandes dimensões, de um complemento de financiamento bancário com taxa reduzida, para a instalação de equipamentos de energia solar térmica para aquecimento de águas quentes.
Esta acção, em vigor até 31 de Dezembro de 2009, embora a sua realização física possa ser executada até ao final do primeiro semestre de 2010, permite uma redução da factura energética associada ao aquecimento de águas, conduzindo também a um conjunto de benefícios para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete a nível energético, social, económico e ambiental, importantes vectores do desenvolvimento sustentável
Com o objectivo de informar e esclarecer os potenciais interessados neste programa de apoio, será realizada uma sessão pública no dia 20 de Outubro de 2009, Terça-feira, pelas 19 horas, nas instalações da Cooperativa Cultural Popular Barreirense.

18 outubro 2009

PARTICIPAÇÃO CIVICA

Caros amigos, na mudança de ciclo que agora é comum denominar-se quando se altera algo, importa esclarecer alguns pressupostos.
Estou disponível conjuntamente com o Sérgio Silva para dar continuidade a um esforço de dedicação de quase uma década (juntar o Tágides) feito no seu essencial pelo nosso amigo Arnaldo Fonseca Bastos. Este Bogue já é lido e revisto por muitos membros da nossa comunidade, tem matéria de arquivo a qual não deve ser desprezada, antes pelo contrário.
Alcochete precisa de debate de ideias e sem condicionalismos por parte de quem organiza as iniciativas Não quero com isto dizer que da minha parte estive condicionado em qualquer circunstância, mas compreendo que nem todos agem do mesmo modo.
Tal como inúmeras vezes aqui foi escrito nos quatro anos de existência deste Bogue, «Praia dos Moinhos» é um fórum supra partidário sobre questões pertinentes e relevantes para Alcochete e sua comunidade.
Este Bogue foi, é e será um espaço de convergência e de reflexão e discussão entre pessoas sem filiação partidária ou filiadas em diferentes partidos, embora não se subordine a nenhum em especial.
«Praia dos Moinhos» está aberto à participação de qualquer pessoa que ame e respeite esta terra e suas gentes, tenha ou não pontos de vista coincidentes com os dos condóminos mais antigos.
Apelo a todos que tenham por base estes pressupostos adiram a este espaço de comunicação.
Estou (estamos) abertos a novas ideias e formas de colaboração, apenas consideramos que os contributos devem ser como na maioria dos casos têm ocorrido de uma forma educada e civilizada, sem deixarem de ter a acutilância de pensamento que cada um pretende incutir às sua ideias.
Como forma clarificadora e transparente que sempre orientou os progenitores deste Blogue, os interessados em inscrever-se como autores deverão enviar e-mail ao administrador do Blogue, Sérgio Silva, ou introduzir um comentário em qualquer texto, no qual manifestem tal desejo e indiquem telefone e/ou e-mail para contacto directo.

16 outubro 2009

Pais chumbam proposta da Câmara Municipal.


Os pais e encarregados de educação dos alunos da escola EB1 nº 1 Monte Novo, recusaram, por larga maioria, a proposta da CMA sobre a deslocalização dos seus educandos para a escola do Valbom.
Foi através de inquérito em sobrescrito fechado que a maioria dos pais recusaram a proposta do contentor modelar apresentada pela divisão de educação da CMA.
No entanto, as condições de segurança na escola do Monte Novo, não foram alteradas até hoje, desde a queixa apresentada pelos pais à ASAE.
O que vai acontecer no futuro a estas crianças é portanto ainda incerto, já ouvi várias versões, desde aquela que passa pela não colocação de novas turmas nesta escola nos próximos anos, até à transferência das crianças no próximo ano lectivo.
Espero que a nova Vereadora da Educação, a Professora Susana Isabel Freitas Custódio, tenha uma visão estratégica para este problema, e que a apresente à comunidade educativa em tempo útil, com vista a ser debatido por todos os interessados.

Esclarecimento

Tudo o que está escrito neste blog por mim está sob o meu nome: JMarafuga.
A possibilidade de eu aparecer aqui com um pseudónimo é absolutamente incompatível com o meu carácter.

14 outubro 2009

Um Novo Olhar Rumo ao Futuro

O que se passou em Alcochete a 11 de Outubro de 2009 foi o que de mais soberbo a Democracia possui, ou seja, a vontade do povo espelhada na votação de maioria absoluta na lista liderada pelo Dr. Luís Franco, a quem endereço as minhas felicitações pela vitória alcançada.
Durante o período da campanha eleitoral entendi que não só me deveria inibir de colocar qualquer texto, enquanto autor, neste prezado Blogue, assim como proferir quaisquer comentários. Foi uma decisão minha, tomada em consciência e da qual não me arrependo.
Findado este período, estou de regresso para manter no único espaço de debate existente na nossa terra, uma permanência assídua discutindo com rigor, seriedade, transparência e competência todos os assuntos de interesse global e cuja discussão vise única e exclusivamente melhorar a performance do sistema governativo local apresentando soluções e criticando o que de muito mau ainda se faz neste Concelho, infelizmente.
Como pressuponho que seja do domínio público, fui eleito como independente, embora inserido na lista do Partido Socialista, para Deputado na Assembleia Municipal.
Apesar de integrar um grupo que se apresenta em minoria na Assembleia Municipal, creiam que de tudo farei para defender os interesses supremos de Alcochete e em particular de todos os munícipes, quer aqueles que no PS depositaram a sua confiança, quer todos os outros que optaram por outras soluções.
Sinto-me com força e estímulo para que com a determinação e o entusiasmo que me caracterizam, possa desenvolver um trabalho que seja benéfico para Alcochete continuando a contribuir para o desenvolvimento desta nossa terra e da qualidade de vida de todos os que aqui residem.Agora, importa reflectir no que se esconde por detrás dos votos, é necessário retirarmos conclusões e analisarmos bem a vontade expressa da população no exercício do seu dever cívico. No entanto mais importante do que isso, é não esquecermos este passado recente, trabalharmos de imediato no presente e colocarmos um novo olhar rumo ao futuro.

Novo administrador

Gostosamente informo que o condómino Sérgio Silva é, a partir de agora e para todos os efeitos, responsável e novo administrador deste blogue.
Previamente à transferência validei os comentários pendentes.
Doravante será dele a decisão em todas as matérias respeitantes ao blogue, incluindo a validação de novas mensagens de autores não inscritos.
Agradeço a disponibilidade de Sérgio Silva e desejo-lhe os maiores sucessos no trabalho de agitação das consciências e de expansão da audiência. Peço também aos restantes condóminos que cooperem mais neste espaço e se esforcem por escrever, pelo menos, uma linha diária de texto.
Nada sei das consciências alheias – basta-me saber da minha! – mas da audiência deste blogue sei alguma coisa: a julgar pelos dados que conheço, é o mais popular a nível local!
Bem poderão algumas mentes "superiores brilhantes" continuar por aí a simular que este sítio é pouco recomendável, mal frequentado, de má fama ou inexistente, porque a realidade é outra: em primeiro lugar, continuarão certamente a ser frequentadores diários como até agora; e, em segundo lugar, a média diária vai em 254 visitantes únicos e 762 páginas consultadas, sendo a duração média de cada visita de 8 minutos e 42 segundos.

Ainda três palavras finais de agradecimento:
1. Aos condóminos do «Praia dos Moinhos», pela coragem de terem o nome ligado à experiência inédita de um blogue colectivo sobre Alcochete. Ainda hoje não conheço todos, mas da esmagadora maioria só tive provas de consideração e respeito;
2. Ao dr. João Marafuga, pela paciência e a preciosa ajuda, dada nos últimos meses, na validação de muitas dezenas de comentários diários;
3. A todas as pessoas que, em conversas telefónicas, mensagens pessoais ou comentários deixados no meu último texto, manifestaram compreensão, solidariedade e até o desejo de que mudasse de ideias.

Continuarei a andar por aí e acompanharei, atentamente, a luta de quem, como eu, deseja que Alcochete entre no bom caminho.

12 outubro 2009

Uma palavra a autores e comentadores

Meus amigos, vou partir para outro tipo de intervenção cívica, razão por que vos trago a despedida ao Praia dos Moinhos.
Perdi o blog Marafuga no jornal «SOL», mas fundei outro neste mesmo órgão de comunicação cujo endereço é o seguinte: http://sol.sapo.pt/blogs/JMarafuga. Doravante, passarei a escrever aqui o que me vier à cabeça.
Com um pedido de desculpas por ter ferido algumas susceptibilidades, o meu obrigado a todos.

A CDU reforça votação em Alcochete.

Os resultados eleitorais foram claros, o povo decidiu em consciência e, quero desde já, dar os meus mais sinceros parabéns a Luís Franco e toda a sua equipa.
Têm agora mais um mandato para concretizar as propostas que fizeram há quatro anos. Neste mandato que agora se inicia, já não há lugar a desculpas como “tivemos que equilibrar as contas da câmara municipal” nem mesmo para o “estamos a estudar” ou o “temos que projectar”, a partir de hoje é tempo de agir, agir e resolver os graves problemas que temos em Alcochete.

Gostaria agora de fazer uma pequena análise sobre o que no meu entender foram as causas destes resultados eleitorais:

Em primeiro, a erosão interna dos partidos da oposição, o PS passou quatro anos a olhar para o umbigo, em lutas internas, que em nada dignificaram a actividade deste partido, quer na Assembleia Municipal, quer na Câmara Municipal, onde dispunham de três vereadores, que não apresentaram em todo o mandato uma única proposta para Alcochete.
Por outro lado, António Maduro, chega à campanha tarde, com um projecto com algumas lacunas, quer na forma, quer no conteúdo. O PS perde em larga escala, muito por sua culpa e sua inactividade. Aprendam com os erros do passado, façam uma oposição construtiva, apresentem um projecto político consistente, defendam-no durante quatro anos e talvez ai tenham alguma hipótese de voltar ao poder.
O PSD, mostrou alguma regeneração e força de vontade no ultimo ano e meio, com o seu candidato Jorge Borges da Silva, a denunciar alguns erros da gestão CDU, e a apresentar algumas ideias novas para Alcochete, ideias essas que acabaram por ser adoptadas por todos os programas eleitorais dos vários partidos.
No entanto, há que dizer claramente que o PSD, no total do concelho, não sobe a sua votação, portanto não consegue cativar o voto dos novos moradores, apenas conseguindo manter o seu eleitorado tradicional, à excepção de Nelson Constantino que consegue ser eleito para a Assembleia de Freguesia do Samouco (facto que não acontecia há 12 anos), o que demonstra que o trabalho realizado por este social democrata tem vindo a ter resultados.
No meu entender, a ausência do Dr. Luís Proença, da lista à Assembleia Municipal, foi mais um aspecto negativo desta campanha Social Democrata, não foi bem explicada pelos responsáveis do PSD, não existiu uma verdadeira clarificação dos acontecimentos deixando por isso a CDU e Jorge Giro na mó de cima.

Agora urge aos dois partidos da oposição com acento na Assembleia Municipal, fazer uma oposição forte, correcta e construtiva, não se limitando apenas a votar tudo contra, mas ir paulatinamente apresentando propostas para a resolução das graves carências do concelho de Alcochete.

Devem ainda, PS e PSD reflectir urgentemente sobre as estratégias seguidas, dirigentes e projectos que têm para o futuro, mas sejam rápidos nessa reflexão, pois o tempo urge e vêm ai decisões importantíssimas para as próximas gerações de Alcochetanos.

Gostaria ainda de deixar o meu voto de solidariedade para com Arnaldo Fonseca Bastos, deixando já um pedido para que adie por mais algum tempo a sua merecida reforma, Alcochete continua a necessitar de pessoas como ele.

APELO E EMPENHAMENTO

O resultado eleitoral foi o que foi, alguns foram surpreendidos outros não! Se algo tivesse passado de forma diferente os manuais da ciência política teriam que ser revistos. Não é possível estar na toca durante tanto tempo como cordeirinhos e de repente sair para a rua como lobo mau que impõe respeito. Que se saibam extrair ilações.
Importa aqui neste espaço fazer um apelo aos intervenientes sejam eles mais assíduos ou menos interventivos, que saibamos analisar o quão foi positivo este espaço de debate e o que correu menos bem. Independentemente de divergências ideológicas que aqui divergiram, surgiram textos e adjectivos com os quais não partilho totalmente, mas tenho uma convicção este é sem dúvida o melhor espaço de debate, para não dizer o único ao serviço da causa pública no concelho de Alcochete.
É a segunda vez no espaço de uma década que tal serviço é prestado por um cidadão morador neste concelho ao qual tem dedicado muitas horas de forma gratuita e livre, esse cidadão tem o nome de Arnaldo Fonseca Bastos.
No mandato autárquico de 2001 a 2005 tivemos o serviço prestado pelo “Tágides”, no qual intervinham com assiduidade autarcas ligados à CDU, porque lhes dava jeito. Apanhados no poder a partir de 2005, procuraram desvalorizar o “Praia dos Moinhos”, no entanto por testemunho pessoal foram vários os que reconheceram que todos os dias liam o que aqui se escrevia.
Que saiba nunca ninguém foi proibido de aqui participar, no entanto houveram comentários que e muito bem tiveram de ser eliminados pela gravidade da mensagem expressa.
Alcochete tem relevância mediática por diversos motivos, mas está a regredir em algumas questões de participação cívica, não deixemos cair este local de debate e de discussão. Relevo aqui a nobreza de carácter de todos para o facto de ter existido um respeito pelo período de reflexão eleitoral consignado na Lei.
Colocadas estas reflexões madrugadoras venho apelar à reconsideração do nosso amigo Fonseca Bastos e vou mais longe no desafio que tão breve quanto possível possamos encontrar uma metodologia para que esta ferramenta de participação cívica não se perca.
Seria arrogante da minha parte apresentar de imediato algumas sugestões, limito-me tão só a fazer este apelo e possamos todos contribuir para a continuidade deste excelente espaço de debate.

11 outubro 2009

Posição de Alcochete nas guerras napoleónicas

Facto curioso da importância que Alcochete teve em fazer a charneira entre o norte e o sul de Portugal.
De notar que vário autores descaram essa importância desde o séc. XIV e XV, com o assentamento da família real. Mas essa condição foi importante até ao séc. XIX

São despachos de Arthur Colley Wellesley, 1.º Duque de Wellington, importantíssimo na resistência ibérica contra Napoleão, com alto reconhecimento em Portugal para a posterioridade.


"The despatches of field marshal the duke of wellington, during various campaings in India, Denmark, Portugal, Spain, The Low Contries and France"
1799 a 1818
Escrito pelo Tenente Coronel Gurwood em 1894


Pero Negro, 26th October, 1810.
My Dear Sir,
I have received your letters of the 21st and 22nd. I am convinced that the enemy are not yet prepared with means of passing the Tagus with any thing but marauding parties; and the best people to employ against them are the ordenanza, and the irregular horse lately got together.
The swamps on the island of Lyceria would not do your marines and seamen much good; and they are not necessary to keep the enemy's marauding parties in order.
'When they shall have prepared their bridge, the matter will become too serious for any number you could detach from your squadron, and they might experience difficulty in getting away again. I recommend to you, therefore, at present not to make the detachment proposed. Hereafter it might be desirable to station a few men at Alcochete, about a league in front of Aldea Galega.
Believe me,
Vice Admiral 'wellington.


Outra passagem datada de 1 de novembro do mesmo ano.

(...) It is not very probable, according to all accounts, that he will attempt it below Santarem. If he should cross above the situation in which you will be, you will retire gradually upon Salvaterra, and from thence to Aldea Galega, giving the Assistant Quarter Master General and me the earliest information of your movements, in order that boats may be prepared to transport you. You will find a good post at Alcochete, about a league in front of Aldea Galega.
' If the enemy should cross below you in force, you must in that case retire direct from the river till you shall come upon the great road leading from Monte Mor to Aldea Galega, and thence to that town.
' If by any accident you should be cut off from Aldea Galega, which is not very likely, you will retire upon Palmela and Setuval.
' Believe me,

Major General Fane.' 'WELLINGTON.

Fim de ciclo

Entre finais de 2005 e o início do Outono de 2009 – um mandato inteiro! – não houve oposição política em Alcochete.
O PS foi inimigo de si próprio: em quatro anos teve quatro lideranças distintas e incompatibilizadas entre si. O PSD sobrevive mal, há anos, com balões de oxigénio. O CDS apagou-se e o BE nem saiu da incubadora.
Sendo os partidos a essência da democracia, todos estavam antecipadamente derrotados a menos que se redimissem durante a campanha, apresentando propostas consentâneas com uma realidade municipal que têm obrigação de conhecer.
Nada disso sucedeu de um extremo ao outro da paleta política: as campanhas arrancaram mal e tardiamente (algumas forças nem a fizeram, pura e simplesmente), as candidaturas revelaram imensas fragilidades e escassa coesão (de três tive nítidos sinais de estranhas divisões), houve falhas impensáveis na distribuição domiciliária de papel, ninguém soube usar o poder imenso da Internet e, se se deu ao trabalho de gastar uns minutos a ler propaganda, o comum dos mortais facilmente concluiu que 95% das promessas eram pura demagogia.
Erros especialmente penalizadores para uma oposição frágil que, durante mais de três anos e meio, nunca se demarcou nem soube apontar rumos alternativos relativamente a um poder useiro e vezeiro em propaganda pacóvia e cuja acção política foi idêntica ao eucalipto: secou tudo à volta!
A oposição nem mesmo reparou que, em Alcochete, há muitos anos, o dinheiro de todos pode ser usado para o poder se eternizar através da secretaria: dando emprego a fiéis e amigos fixes, distribuindo generoso bodo a colectividades permeáveis, passeando e exercitando os cidadãos velhos e de parcos recursos a que a sociedade volta costas de forma desumana.
Esta campanha eleitoral era, pois, uma oportunidade para a oposição se redimir e testar a sua capacidade de confrontar os alcochetanos com a realidade, levando-os a reflectir e a reagir através do voto.
Contudo, por incapacidade, desconhecimento, erros estratégicos ou falta de coragem, os manifestos e promessas eleitorais eram irrealistas. Comodamente refugiaram-se no futuro e quase ignoraram passado e presente nada lisonjeiros. Ninguém desceu ao cerne dos problemas e os eleitores – conhecedores e principais vítimas do estado do país – aprenderam há muito que o Paraíso parece cada vez mais distante e resta tentar sobreviver.
Os cidadãos metem as promessas no saco de lixo das ilusões e julgam que a solução está em fugir às urnas. Desinteressaram-se porque, politicamente, nada evoluiu em 20 anos: os roncadores do poder continuam a menosprezar a realidade e a tentar iludir a populaça. Inutilmente, pois está à vista que a esmagadora maioria das suas promessas e preocupações é propaganda e demagogia.
A verdade dói mas tem de ser dita: a ganância arruinou a paisagem de Alcochete, o país e a credibilidade da política. A forma como se retalhou o território originou sociedades urbanas enjauladas, rodeadas de betão e sem espaço para conviver e respirar. E ainda continua a especular-se, desde as promessas eleitorais à prática diária.
O sentimento mais generalizado é de frustração. E por muito distraídas e desenraizadas que pareçam, as pessoas conhecem alguma coisa da realidade com que se confrontam, diariamente, em Alcochete:
- Escolas a rebentar pelas costuras e terceiro-mundistas;
- Água das torneiras frequentemente acastanhada;
- Transporte público rodoviário digno de uma república das bananas;
- Contentores de lixo e de desperdícios recicláveis mal distribuídos e ruidosamente esvaziados a horas e dias impróprios;
- Os aceleras que por aí andam, altas horas da noite, a perturbar o descanso com chiadeira de pneus. O número excessivo de motociclos com escapes irregulares;
- Aumento da pequena criminalidade e o risco de escalada da insegurança;
- Carência de espaços de lazer e de recreio com dimensão suficiente em todas as freguesias;
- Incapacidade em conceber espaços inclusivos e áreas de convívio;
- Estradas municipais degradadas e sem manutenção;
- Boatos sobre armazéns municipais vazios por falta de dinheiro para comprar material;
- Aumento significativo do número de funcionários na câmara mas cada vez menor percepção da sua utilidade prática;
- Crescentes dificuldades em angariar dinheiro para pagar ao pessoal camarário;
- Urbes desumanas e abandonadas, com canteiros visivelmente descuidados e passeios inexistentes ou escalavrados;
- Lixo acumulado em espaços públicos bem visíveis;
- Enorme falta de senso, de gosto ou de oportunidade em inúmeras obras recentes;
- Centros históricos a esvaziarem-se e a morrerem lentamente.

Cansados do logro os cidadãos já não passam cheques em branco. Votam sempre aqueles cuja sobrevivência depende do poder. Os outros preferem ficar em casa, esquecendo que o alheamento das urnas significa perda de soberania e negação da sua capacidade de influenciar e de criar um futuro melhor.
Surpreende-me apenas que os cidadãos continuem a assistir, passivamente, ao esbanjar de dinheiro de impostos, taxas e licenças que pagam com sacrifícios imensos. Que continuem dispostos a adormecer, diariamente, com cantigas de embalar dos seus autarcas.
Esquecem-se que vão a votos para decidir quem dará destino a boa parte do seu rendimento mensal (mais de 400€ anuais por cabeça só em impostos)? Que nunca sabem como foi gasto o que pagaram em anos anteriores? Quantos terão a certeza de que o seu dinheiro não serve para subsidiar inutilidades, comprar lealdades e financiar autopromoção?
Exceptuando escassa meia dúzia, os residentes em Alcochete carecem de consciência crítica e aceitam ser tratados como beduínos ou camelos. Inclusive, como estrangeiros no seu próprio país!
Tardiamente, daqui a uns tempos, quando se comprovar que o desfecho foi infeliz, alguns queixar-se-ão de que lhes venderam gato por lebre.
Não é possível salvar a democracia e regenerar as instituições sem oxigenação da vida política e desinfestação do caciquismo, da autocracia e da plutocracia.
O governo local tem de orientar-se pelas carências e aspirações das pessoas e não pelos interesses imobiliários que ajudam a compor a tesouraria municipal. Mas quantos haverá por aí dispostos a indicar-lhe melhor rumo para o dinheiro dos nossos impostos?

Particularmente nos últimos quatro anos – conforme está demonstrado no arquivo deste blogue – debalde tentei despertar consciências. Desde muito cedo antevi que, sem acções enérgicas e concertadas, o desfecho eleitoral autárquico mais plausível seria este. E, em meu entender, em democracia é impensável transigir com um poder sorridente no qual se acoitam caciques e cangaceiros para os trabalhos sujos.
Tem sido impossível criar a massa crítica indispensável para uma revolução pacífica que permitisse, finalmente, rasgar horizontes rumo a uma comunidade de seres atentos, activos e exigentes.
Apelei à união da comunidade e à cidadania pró-activa. Critiquei os jogos e os biombos do poder local. Apontei mascaradas e erros grosseiros. Revelei pormenores ignorados do mundo subterrâneo das negociatas. Sugeri acções e reclamações. Acompanhei a morte lenta dos últimos vestígios da vida partidária. Tentei o diálogo directo entre candidatos autárquicos e cidadãos. Participei em algumas (poucas) iniciativas para que me convidaram e em que acreditei. Recusei vários convites para candidaturas autárquicas. Ocupei-me um pouco do património e da memória colectiva.
Infelizmente, o esforço pessoal de uma década pouco mudou o panorama geral e as pessoas preferem abster-se de tudo. A novel sociedade alcochetana ainda não amadureceu o suficiente para entender que o poder da mudança está em suas mãos.
Devido à experiência de vida e ao meu ADN (Afastamento da Data de Nascimento) – curiosa expressão que alguém me sugeriu há semanas – estou desiludido e cansado.
Prefiro retirar-me.
Faço-o em paz com a consciência, porque nada pedi nem recebi de Alcochete e dos alcochetanos. Durante dez anos dei-lhes o melhor que podia e sabia, porque me enamorei por esta terra. Tive pena de assistir à sua destruição por roncadores do poder e gostaria de ter contribuído para as soluções.

Consequentemente, a minha participação cívica em Alcochete e no «Praia dos Moinhos» cessam aqui.
Agradeço que algum condómino se disponha a assumir o encargo de administrar um blogue com quase 800 leitores diários. De contrário, ficará parado no tempo. Talvez seja útil para memória futura...