Desde há muitos anos que nos órgãos de comunicação tradicionais e depois electrónicos eu denuncio a "evangelização" marxista perante os munícipes por parte da Câmara de Alcochete com dinheiros dos contribuintes, quero claramente dizer, com dinheiros dos pagadores de impostos.
O caso mais gritante e revoltante tem sido toda a propaganda a favor da criminosa teoria de género, poderoso instrumento de extermínio espalhado por todo o mundo. Não penses, amigo que exagero, porque, eu digo-te, sabendo o que estou a dizer, a realidade é muito mais monstruosa do que aquilo que eu aqui seja capaz de pintar com as palavras.
Agora, o veneno é espalhado de uma maneira assaz subtil em desdobrável que me veio parar às mãos, verdadeiro armário de lixo. Intitula-se assim: "Abril 2012. Alcochete. Guia de eventos". O que mais graça tem é que qualquer pessoa que leia o tal Guia, acha-o inocente. Mas quem pensa que uma câmara comunista faz coisas inocentes? Os ingénuos? Ora é destes que eu tenho muito medo porque a ingenuidade deles bate à porta da minha liberdade.
Veja-se o que no tal Guia se diz sobre "Arquitectura com Palavras": «Nesta arquitectura de palavras a impossibilidade não é nenhum entrave... mas sim um incentivo à criação! Descobrir o lado lúdico das palavras e colocar à prova a capacidade de cada aluno para elaborar textos surrealistas será um desafio. Um atelié de escrita criativa em que os momentos divertidos surgem de forma espontânea» (negrito meu). A maioria das pessoas que lê isto não foi treinada nem tem as ferramentas mínimas, em termos conceptuais, para descortinar a destilação de veneno que o texto contém. Então introduzamos a nossa pergunta: o que é o surrealismo?
O surrealismo, do francês, surréalisme, é a revolução pela arte, quero claramente dizer, a revolução através da arte. Por minha conta diria: o surrealismo é o marxismo na arte. De facto, não posso pensar outra coisa depois de ler as seguintes palavras do surrealista dos surrealistas, André Breton (1896-1966), expulso do Partido Comunista em 1933: «'transformer le monde' a dit Marx; 'changer la vie' a dit Rimbaud: ces deux mots d'ordre pour nous n'en font qu'un». A partir daqui, haverá mais alguma coisa de substancial a dizer? Para mim, não.
Mas enfim, diga-se mais alguma coisa: o surrealismo histórico surgiu no segundo quartel do séc. XX e morreu nos fins dos anos 60. Mas claro, os surrealistas falam no surrealismo eterno, o que justificaria o evento da Câmara de Alcochete a favor de modos de pensar livres de toda a preocupação racional, moral e estética. A pessoa é convidada a despir-se do legado civilizacional e a obedecer a automatismos psíquicos que ponham cá para fora, através da escrita, pintura, cinema, etc., o que lhe vai no inconsciente.
Mas eu sei muito bem o que vai no meu inconsciente. Este é depositário da criminalidade hereditária. Se eu não puser o mandamento bíblico "não matarás" por cima da minha cabeça, eu mato mesmo. Eu poderei acreditar que uma pessoa me diga que é incapaz de roubar, de incendiar a propriedade alheia, mas se essa pessoa me disser que é incapaz de matar, eu tomo-a como insciente e ponho-me a léguas dela. O instinto assassino é algo que nos espreita a cada minuto.
O surrealismo é avesso à lógica, isto é, à coerência do pensamento. Pretende o surrealismo, em português sobrerrealismo, eliminar qualquer controlo do pensamento. Porém, «o real é o que faz o pensamento» (Ernesto Palma:1996). Eis por que o surrealismo pretende estar para além do real, o que, no fundo, significa estar para além do bem e do mal, quer isto dizer, estar para além de toda a moral. Isto é nihilismo, vale dizer, o fim dos mais elevados valores da civilização que, para os surrealistas, são cárcere para o homem. Este então terá que rejeitar o consciente e dar rédea solta ao prazer sobre as condições reais.
Qual facalhão a esquartejar carne, há outro ingrediente inultrapassável do surrealismo, a saber, o humor negro, muito utilizado no teatro até desembocar no teatro do absurdo, gostoso ao marxismo cultural.
E tudo isto para quê? Para a trama surreal dos socialismos, quero dizer, para a construção do homem novo, da sociedade nova. Agora se percebe a razão por que o público alvo para o evento da Câmara de Alcochete, "Arquitectura com palavras", são alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico, na generalidade crianças com 10, 11, o máximo 12 anos. É que se quer tirar partido do primitivismo infantil, uma das grandes pérolas do surrealismo, no qual deveria assentar a reestruturação da sociedade nova.
Os pais deviam estar atentos, muito atentos, a esta infame ideologicização das crianças levada a cabo pelo poder local e não autorizar que seus filhos compareçam neste famigerado evento.
1 comentário:
A minha principal fonte para este texto foi ENCYCLOPAEDIA UNIVERSALIS, Paris, 1996, volumes 4 (Breton), 7 (Dada) e 21 (Surréalisme).
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