Ambientalismo é uma palavra que deriva de ambiente (ambient-+al+ismo).
Ora o melhor é apresentarmos já uma definição do que é o ambiente para o direito e política: «a expressão de uma visão global das interacções e relações dos seres vivos entre si e com o meio» (...l'expression d'une vision globale des interactions et des relations des êtres vivants entre eux et avec leur milieu...).*
Mas quando ouvimos na televisão ou lemos nos jornais uma notícia sobre ambiente, somos confrontados com uma perspectiva muito redutora, quero dizer, quase só com a protecção da natureza. Espaços, paisagens e recursos naturais contra todas as causas de degradação que os ameaçam; espécies animais e vegetais a favor dos respectivos equilíbrios biológicos. Por um lado, repara que ninguém, radicalmente, está contra isto; por outro, é a partir disto que todo o mal se levanta.
Na verdade, em todo o Ocidente, as legislações progridem e agigantam-se de tal forma que, amanhã, poderás ser criminalizado pelo cigarrinho desfrutado com prazer numa calma tarde de Verão a passear pelo campo. Estás a poluir o ar e, quiçá, a atentar contra a segurança do ambiente. Este, porém, já vai longe, emergindo o ambientalismo que poderá preocupar-se com uma colónia de ratos em vias de extinção, ocultando interesses inconfessáveis, mas nunca com o ser humano, considerado predador irrecuperável que urge eliminar.
O ambientalismo é mais cruel que o comunismo e o nazismo porque a grande alavanca para a redução drástica da população mundial através, principalmente, do ataque sem tréguas à sociedade industrial que alimenta centenas e centenas de milhões de pessoas a custos relativamente baixos.
Todavia, não é possível atacar a sociedade industrial sem atacar a sociedade capitalista, ou seja, a iniciativa individual e o mercado tal como o conhecemos. O fim daquela e deste é o fim da liberdade. Não admira, portanto, que o ambientalismo defenda que «a propriedade privada deve ceder perante as exigências de ecossistemas naturais que impliquem a abertura de espaços» (La propriété privée doit céder devant les exigences des écosystèmes naturels qui impliquent l'ouverture des espaces).*
Finalmente, o ambientalismo é uma religião biónica temível porque nos quer fazer regredir ao paganismo, quero dizer, ao culto da natureza, arredado que entretanto poderá estar o ambiente cristão, familiar, da comunicação interpessoal, da cultura popular, etc.
*ENCYCLOPAEDIA UNIVERSALIS, corpus 8, Paris, 1996, pp. 484, 485, 486.
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