03 outubro 2010

A Saga de um Autarca - Narração de João Marafuga

NOTA: Por impossibilidade de o fazer enquanto autor do texto, solicita-me o Professor João Marafuga a inclusão do texto abaixo colocado:

No passado Sábado, dia 2 de Outubro, em Alcochete, o meu filho, num dos seus passeios habituais de fim-de-semana, à tarde desse mesmo dia, levava consigo a sua cadela de pequeno porte a acompanhá-lo.
Quase no centro da vila, no Largo Coronel Ramos da Costa, onde se situa a Farmácia Nunes e a típica estátua em homenagem ao Forcado e ao Touro, avista uma bica (bebedouro público) onde pensa levar o seu animal de raça canina a matar a sua sede, num gesto que pensava ser inofensivo e não ter consequências. Nisto, sem que nada o fizesse prever, sai um senhor de um veículo acompanhado pela sua mulher e filha. Quando o meu filho se retirava do local, o referido senhor, de uma forma desapropriada, comenta em alta voz para a sua família que o acto de meter uma cadela empoleirada para beber água numa bica pública era reprovável. O meu filho, naturalmente, vira-se para trás, achando aquela maneira de alguém se dirigir a outro, para reprovar um acto, um modo deselegante de o fazer. O meu filho, já virado para o senhor e mantendo o contacto visual, ouve esta palavra em tom afirmativo:
- Paneleiro!
Então pergunta:
- Eu conheço o senhor de algum lado?
O senhor responde:
- Ainda bem que não me conheces!
E volta a repetir:
- Mas eu conheço o senhor de algum lado?
- Não tens educação nenhuma, pá!
Responde o meu filho:
Desculpe! Eu tenho pais em casa que me dão educação, não preciso que o senhor ma dê. E educação não tem o senhor que não me conhece de parte alguma. E se queria fazer-me um alerta por ter estado errado em meter a minha cadela a beber de um bebedouro público, não o faria desse modo que até hoje na minha vida parece-me de todo ser o mais absurdo.
Responde:
- Eh pá, eu vou-me a ti! Eh pá, eu vou-me a ti!
Nisto o senhor dirige-se violentamente ao meu filho e empurra-o com toda a força, ficando o meu filho afastado dele um metro aproximadamente.
O meu filho responde:
- O senhor não deveria ter feito isso, só mostrou não ter formação e não tinha razão alguma para ter feito o que acabou de fazer, visto o meu acto de colocar a minha cadela no bebedouro não merecer essa sua acção para comigo.
O homem, sempre numa atitude ofensiva, continuava com a discussão, mas o meu filho não estava para aí virado. Então disse-lhe que já tinha idade para ter juízo e se quisesse agredir alguém, que agredisse pessoas da idade dele.
O homem continuou a fazer resistência e o meu filho avisou:
- Você não me conhece, não sabe com quem se está a meter. Eu conheço a sua mulher e a sua filha. A sua mulher é funcionária da Fundação de Alcochete e a sua filha vai todos os dias no mesmo autocarro que eu para a Universidade em Lisboa.
A seguir, o meu filho foi-se embora do local, regressando pouco depois para tomar nota da matrícula do veículo pertencente ao agressor. Aqui, António Luís Lucas Rodrigues, ex-vereador comunista da Câmara Municipal de Alcochete em vários mandatos e actual membro da Assembleia Municipal, aproxima-se do meu filho novamente, agarra no seu braço com força e pergunta-lhe o que é que ele fazia perto do seu veículo? O meu filho respondeu:
- Não me volta a tocar! Largue-me! Acabo de tirar a matrícula do seu jeep para apresentar queixa na GNR.
António Luís responde:
- Quem faz queixa de ti sou eu!
E ainda ironizou:
- Já estou a falar ao telefone com o meu advogado.
A partir daqui, cada um que faça o seu julgamento. Eu, o pai, acompanhei o meu filho à GNR de Alcochete para apresentação de queixa, seguindo esta história rocambolesca para Tribunal.

João José da Silva Marafuga

1 comentário:

Unknown disse...

estou admirado como é que esse senhor ex vereador importou-se com o facto de um animal beber água na bica,visto quando esteve no activo como vereador nunca se impotou com nada lá dentro na camara que aquilo andava a saco e usufruia de bens publicos para beneficio particular!...