A Fundação da Nacionalidade firmou-se na luta contra o inimigo estrutural que era o árabe, vulgarmente conhecido por mouro, do Latim maurus, escuro.
Tomados aos mouros por D. Afonso Henriques os castelos de Lisboa (1147) e Palmela (1148), Alcochete cai na posse dos cristãos.
Aqui cabe uma pergunta: Alcochete teria sido terra moçárabe, isto é, terra de cristãos submetidos aos árabes? Nada sobre isto nos diz a tradição. O que esta nos diz é que Alcochete foi fundada pelos árabes. Ora, pelos estudos que fiz, sei que não há nenhuma tradição absolutamente gratuita.
Costumava dizer o professor Francisco Leite da Cunha, a plenos pulmões, que a Igreja Matriz de Alcohete se erguia sobre uma antiga mesquita árabe, prática habitual por parte dos grupos da reconquista cristã: os vencedores, para selar a posse das terras, destruíam o templo dos vencidos e sobre a mesma área sagrada erguiam o próprio templo.
Passei o dia deste último Natal em Silves, sendo-me dito por amigos que a Sé desta cidade algarvia foi construída sobre uma mesquita.
Então, por que razão há pessoas em Alcochete, nomeadamente o sr. Miguel Boieiro, a defender que Alcochete é uma terra fundada pelos Romanos? Na minha visão das coisas, o posicionamento dessas pessoas almeja varrer da memória colectiva a luta que nos opôs aos árabes, nos agregou e levantou do chão como nação.
Assim, com uma subtileza que tem o condão de passar por inocente, o assumido comunista Miguel Boieiro dá o contributo para o esbatimento do patriotismo a favor do internacionalismo totalitário.
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