Eu não sei como é que ainda vou tendo forças para estas coisas. Vou andando até Deus querer.
Nas páginas centrais do IN-alcochete, feito e posto a circular à custa dos dinheiros públicos, tive a paciência de ler uma entrevista completamente imbecil. Ali se fala na "democratização da cultura" como se uma bestialidade destas fosse um grande achado.
Meus amigos, "democratização da cultura", na boca desta câmara, significa igualitarização da cultura, quer dizer, esta é nivelada por baixo. De facto, em caixa destacada da entrevista em foco pode ler-se: «democratização da cultura é torná-la acessível e compreendida por todos» sic. O que as camadas mais baixas da população não percebem...não é cultura. De facto, como fazer todos compreender os sermões do Padre António Vieira? Porque só uma pequena elite de intelectuais os percebe, vamos deitá-los borda fora?
«...O igualitarismo é o grande obstáculo à actividade do espírito...» (Ernesto Palma), logo, o igualitarismo é a negação da cultura, vale dizer, a morte da cultura.
Assim, a malfadada entrevista integra o cultural no político à boa maneira dos totalitarismos com devotos seguidores em Portugal, a saber, o socialista Manuel Maria Carrilho que disse em Aventuras da Interpretação, Lisboa, 1995: «A cultura é um fenómeno social total. A esquerda deve integrar o cultural no político. É vital dotar o Estado dos meios administrativos e técnicos que lhe possibilitem uma intervenção profissionalizada nos sectores da cultura. Desde o património à criação...». Hitler não falaria melhor.
Se a Câmara de Alcochete, em vez de uma "política cultural", se imbuísse de uma verdadeira cultura política, perceberia a vital necessidade de deixar a cultura em paz. Mas aqui eu estou a pedir o impossível a uma câmara comunista...e tanto mais nos dias de hoje.
1 comentário:
As esquerdas, por força do que lhes é mais profundo, não podem fazer o exercício da cultura política porque as ideologias de esquerda são a «libido dominandi» (Eric Voegelin).
Enviar um comentário