Há 30 anos, quando ensaiei os primeiros passos dentro da política, organizar campanhas eleitorais era um trabalho diabólico. O fax dava os primeiros e incipientes passos, o meio de comunicação mais expedito era o telex, os telefones eram raros e funcionavam irregularmente, a TV resumia-se a um canal que mal cobria o país e poucas alternativas existiam para mobilizar, esclarecer e informar os eleitores sem ser através da Imprensa, da Rádio, dos cartazes e de toneladas de papel impresso distribuído em mão e porta-a-porta.
Foram tempos verdadeiramente heróicos porque, não obstante as imensas barreiras para nos abeirarmos dos eleitores, a afluência às urnas era esmagadora.
Estamos a menos de mês e meio de eleições locais e havendo telefones celulares, Internet, blogues e redes sociais – os meios de comunicação preferenciais de praticamente toda a população activa – se bem repararmos localmente a campanha ainda se resume a alguns cartazes com frases escolhidas a dedo.
As listas de candidatura estão judicialmente validadas desde ontem mas são inteiramente desconhecidas, os programas eleitorais continuam fechados a sete chaves, não haverá tempo sequer para conhecer as caras dos candidatos quanto mais para digerir programas de fio a pavio, não há uma única ideia consistente e mobilizadora e toda a gente embrenhada na política local parece continuar em férias.
A pobreza da comunicação é confrangedora e temo que o resultado final de tudo isto seja péssimo para a democracia. A abstenção não beneficia ninguém e tenho como seguro que haverá acusações mútuas se se concluir ter sido a maior de sempre.
Esta gente parou no tempo? Ignora que 45% da população tem acesso à Internet a partir de casa e que quase 75% o faz no trabalho? Que a audiência de um simples blogue local colectivo se mede por centenas de acessos diários? Que toda a gente tem telefone celular (e muita mais de um)? Que as formas de comunicação mais rápidas e expeditas são hoje inteiramente gratuitas e basta uma pessoa para as gerir?
Por muitas razões gostaria de poder recomendar, até à exaustão, que ninguém ficasse em casa no dia das eleições locais. Mas como poderei fazê-lo se eu próprio, que me considero dos mais atentos e informados, continuo à deriva e com vontade de depositar na urna um voto de protesto?
21 comentários:
Do que andam à procura os candidatos do PS e PSD à presidência da Câmara?
Eles andam à procura de que ganhem os comunistas e comam todos.
Eu não sirvo para isto porque não sou capaz de viver a agradar a Deus e ao Diabo.
Já lá vão mais de 15 dias sobre a ignominiosa agressão de Jorge Giro a Luís Proença. Já foi tomada alguma posição por António Maduro? E quando é que este candidato e Borges da Silva resolvem responder às perguntas de alguns munícipes postas neste blog? A que se deve todo este silêncio? Pensam que eu não sou capaz de dar uma resposta à minha própria pergunta? Por agora vou-me conter.
Srs António Maduro e Borges da Silva, o vosso adversário, o nosso adversário, é o comunista Luís Franco.
VAMOS À LUTA.
Não acho que partidos que nada tiveram a ver com a a agressão tenham que se manifestar. Se o próprio agredido se absteve de fazer comentários mais profundos, não se pode exigi-lo de partidos alheios ao acontecimento.
Eu prefiro uma campanha esclarecedora e pró qualquer coisa de positivo do que a velha história de acusar as forças opositoras.
Por muito que(eu) não aprecie o poder da CDU, não concordo nada com a forma como se manifesta, Sr. JMarafuga.
Mas cada um é livre (ou deveria ser) para se manifestar da forma que entender.
É por isso que manifesto também o meu desagrado neste momento.
Quanto ao texto de Fonseca Bastos, concordo plenamente.
O problema da abstenção é que as intenções políticas não chegam a toda a gente, nem são esclarecedoras em muitos dos casos.
Conheço imensa gente que diz não ir votar nas autárquicas porque nem sabe quem são os candidatos. Só os mais atentos sabem. E se isto se passa em campanhas de maior cobertura, a nível autárquico é ainda pior.
E se é verdade que hoje em dia não há motivos para não se conhecer programas eleitorais, é também verdade que a componente presencial continua a ser muito importante. Por muito que Portugal esteja relativamete desenvolvido no que respeita às TIC, a população nem sempre faz uso das mesmas para assuntos deste género.
Por mais agressivo que eu seja contra o comunismo, pode acreditar a Patrícia que eu não digo uma milionésima de milionésima do que deveria ser dito à cara dos comunistas.
SEI O QUE ESTOU A DIZER.
O comunismo, no séc. XX, matou mais de cem milhões (100.000.000) de pessoas.
Seria preferível uma pessoa não ter nascido do que julgar que os comunistas de Portugal nem os de Alcochete têm alguma coisa a ver com o assunto.
Está a perceber, agora, a Patrícia por que é que o professor titular João Marafuga, à beirinha da reforma, não vai colaborar com a Universidade da Terceira Idade quando esta se institucionalizar em Alcochete?
Antes de fome morrer do que morto viver.
Gostaria de deixar algumas perguntas ao senhor F.B:
Não serão os partidos culpados pelo afastamento dos cidadãos às urnas?
Já ouviu dizer algum partido o que está a fazer para chamar os cidadãos a votar?
Não acha que é tempo dos cidadãos estarem bem informados sobre as propostas de cada um para os diferentes organismos?
Porque a abstenção preocupa-me, se dela, estiver em causa a democracia representativa.
Também exististiram crimes contra a humanidade resultantes de outras forças políticas...
Além de que o comunismo totalitário é a ideologia corrompida.
Sucede o mesmo com as religiões (islamismo, catolicismo...).
Se estes comunistas em Alcochete são comunistas pela ideologia, será pela original. Ou então apenas porque pretendem um cargo na câmara e a CDU é a força política com mais força no distrito de Setúbal.
As generalizações são sempre redutoras quando em causa estão pessoas, pessoas que compõem o partido.
A Patrícia fala de coisas que não sabe e sem rigor nenhum.
Quer saber uma verdade? Eu digo-lha: o regime comunista da Coreia do Norte, neste momento, tem duzentos mil prisioneiros políticos encarcerados e submetidos não só a torturas e maus tratos, mas também a trabalhos forçados. O que tem isto a ver com os comunistas de cá? Qualquer pessoa entendida minimamente em política sabe que se os comunistas portugueses fosssem poder central, fariam o mesmo que fazem todos os comunistas no mundo porque no mundo a ideologia do comunismo é só uma e a mesma.
Segundo o meu professor na Faculdade de Letras, António José Saraiva, a Inquisição em Portugal matou 3000 (três mil) pessoas em 3 séculos (trezentos anos). Em Espanha foi mais, mas, em todo o caso, a coisa não passou de umas escassas dezenas de milhar de pessoas (30 ou 40 mil). A Inquisição também deitou a mão a pessoas na Índia Portuguesa, no Brasil e noutras áreas colonizadas pelos espanhóis na América do sul. Tudo somado, o total continuará na ordem das dezenas de milhar ou pouco irá para lá disso. A Patrícia quer comparar isto com cem milhões (100.000.000) de mortos às mãos dos comunistas em menos de um século?
Depois a Patrícia pode-me dizer que os fascismos, nomeadamente o nazismo, também mataram. Mas os fascismos, com destaque para o nazismo, são totalitarismos como o comunismo.
Caro Melo:
Respondo a três das suas perguntas com sim e com um não à segunda.
Todos conhecemos a "democracia" comunista!
Todos conhecemos os seus métodos!
Todos sabemos que a democracia tal como a temos, seria imediatamente abolida no dia em que tal gente chegasse ao poder!
Todos sabemos a corrupção e os maus tratos ao povo que tais regimes ditatoriais impõem nos seus países!
Mas Caro Marafuga também temos de acreditar que a maturidade dos portugueses irá a breve prazo por fim aos condados comunistas ainda existentes!
Não há necessidade de sermos tão contundentes..... "Eles" vão cair de podre!!!
Luiz Batista
Luiz, o que diz só se concretizará se não desarmarmos.
Luiz, nós dormimos, mas os comunistas não dormem.
Mas nós estamos vivos!!!
De olhos abertos e críticos de todas as incompetências demonstradas!
Basta ver o atraso em que o concelho se encontra!
A educação......?
A saúde......?
A rede viária....?
A segurança.....?
O que resta de tudo isto....? Muito arraial.....!
Já alguém experimentou ir ao Forum ou ao Freeport a pé???
Quatro anos é de facto muito tempo deitado ao rio....!
Mas por que é que fala assim?
O que tem se eu não percebo de política?
A minha opinião é que não é correcto fazer certas generalizações, e em Alcochete então nem se aplica esse receio, porque, como disse, a maioria dos militantes da CDU são-no unicamente pela oportunidade profissional.
Estados totalitários não são exclusivamente comunistas, por isso não compreendo a sua associação.
Tem TODA a razão, Luiz, mas é justamente a lógica da nossa razão que os comunistas querem destruir pela inversão da realidade.
Se o Luiz ouvir Luís Franco a falar, fica com a impressão de que não há melhores e maiores trabalhadores do que os comunistas. É inacreditável. Os comunistas falam de tal maneira, que, por momentos, chegamos a duvidar da nossa própria razão, ainda que à frente dos nossos olhos os factos falem tudo ao contrário. É nisto que consiste a inversão da realidade que eles fazem porque desfactualizam e até negam a própria realidade.
Dr. JMarafuga
Tenho que aproveitar esta via de comentário a um Post do Sr. Fonseca Bastos para comentar um comentário seu, o que não me parecendo a via mais correcta é a única que me resta.
Este meu comentário é motivado pela sua troca de comentários com P* , e o que se me oferece dizer é o seguinte:
-Também já reparei, e já fiz uma ténue referência a isso em comentário anterior, na sua obsessão fundamentalista contra os comunistas. Julgo que essa obsessão limita o fluir da sua capacidade intelectual para outras áreas onde certamente seria mais útil.
- Julgo que deve reconsiderar a possibilidade da sua participação numa futura Universidade da Terceira Idade que venha a ser criada em Alcochete, onde certamente a sua bagagem intelectual, destituída do seu fundamentalismo anti-comunista, seria muito útil.
-As Universidades da Terceira Idade que conheço nem todas são de génese autárquica pelo que não vejo razão nenhuma para que a iniciativa da criação de uma UTI em Alcochete não seja sua.
Pela minha parte tento afastar a minha mente de qualquer condicionalismo fundamentalista para evitar a limitação da minha capacidade critica.
Já agora, sobre os comportamentos dos homens à sombra das instituições onde se acoitam, recomendo-lhe a leitura de um texto do Prof. Anselmo Borges impresso no Diário de Notícias do passado dia 15 de Agosto a pags. 62 com o título “ O Padre Espião “.
Estou curioso à espera de ver se o livro de memórias do Padre António Hortelano vai chegar às prateleiras das livrarias.
Quanto ao comunismo, não vai ficar cristalizado em Alcochete, como não ficou em muitos outros municípios onde exerceu o poder hegemónico durante muitos anos.
Amadeu, Deus o oiça na maior parte das coisas que diz, mas olhe que os meus adversários nesta minha terra de Alcochete sabem que eu não sou fundamentalista.
Todo o meu discurso de momento não só tem a ver com as eleições autárquicas que aí se avizinham, mas também tem a ver com o facto de que esse discurso se afunila ao fim de trinta anos ininterruptos neste combate.
Ao fim e ao cabo, no fundo, mais não fiz do que estrebuchar a favor do sonho de livrar Alcochete do comunismo.
Outros vão ter que continuar a minha luta porque eu já não posso mais. Na verdade, sou lúcido e reconheço os meus limites.
Patrícia
É exactamente a essa agencia de emprego que preciso por cobro!!!
Infelizmente nenhum comunista tem opinião própria, pois no dia em que a adquirem só lhes resta uma solução, a porá da saída.
Luís Franco, tal como outros autarcas do PCP são piões comandados e formatados a partir da Soeiro Pereira Gomes, onde tudo é planeado, decidido e organizado.
Vejamos como operam os sindicatos, os movimentos de cidadãos, o associativismo profissional etc.
Existe sempre um comissário político responsável pelo controlo de tais organizações.
Luiz Batista
Caros comentadores:
Como vem sendo habito neste blogue,as manifestações asfixiantes de comentários hilariantes e xenófovas por algumas pessoas.
No entanto, chego à conclusão que, cada vez mais, na minha óptica, existem munícipes, oriundos ou não de Alcochete, não sabem conter nem têm descernimento para diferenciarem o trigo do joio.
O debate de ideias e ideologias partidária è salutar, desde que sejam saudaveis, compreensíveis, objectivas e dignas.
Muito embora sejamos de cores políticas diferentes, temos como dever de cidadania, em primeiro lugar, respeitar as opiniões dos outros, nunca impondo as nossas, mesmo que isso implique discordância.
"A fixação por algo ou alguém, em demasia torna-se doentia, levando-nos por vezes à nossa própria ignorância".
Nós, que utilizamos este espaço para comentár, outros para escrever alguns artigos de opinião, temos o dever de informar e criticar mas, nunca injuriar, difamar, denegrir ou ridicularizar ninguém.
Julgo vivermos numa sociedade, muito embora vivamos em democracia, onde a liberdade de expressão oral e escrita, muitas vezes tem sido postas em causa pelos nossos governantes, que de uma forma ou de outra tentam calar os opositores.
Neste caso é diferente, porque o que escrevemos poderão provocar ódios indesejaveis, devido ás muitas opiniões alusivas ao mencionado.
Esta é a minha opinião em relação aos comentários mais críticos e inoportunos, sobre uma frase que não passa, mais que um disco riscado, que ao voltar é sempre do mesmo.
os meus cumprimentos
Já cá faltava a cassete!!!!
Falsos moralismos e ameaças veladas!
luiz batista
O barrete serve a quem quer, se opiniões são consideradas ameaças...
Muito mal vái o país, quando uns não sabem que a mera opinião não é formas de dissuasão.
Mas cada um é como cada qual, estou habituado a ouvir, blá,blá,blá.
Caro Luiz:
Será que o concelho está assim tão atrasado, ou o senhor queria referir (o pais).
No entanto, relembro ao senhor que, muitos escolheram este concelho para morar por alguma razão ou não.
Será que foi por ser atrasado?
Ou pela qualidade de vida existente em todo o concelho?
Cumprimentos
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