Tendo feito uma leitura rápida nos documentos expostos no Tribunal do Montijo e respeitantes aos candidatos autárquicos dos diversos partidos, extraí as seguintes conclusões:
Câmara Muncipal de Alcochete:
1. O CDS-PP apresenta um único morador/recenseado de Alcohcete em 10 candidatos (7+3);
2. A CDU em 14 candidatos apresenta 6 independentes;
3. No PS não foi possivel destrinçar quem são os independentes e um não está recenseado em Alcochete;
4. No PSD em 10 candidatos, 6 são independentes e 2 estão recenseados no Montijo;
5. No BE em 10 candidatos, 1 é recenseado no Montijo e 2 em Fernão Ferro. Não foi possivel distinguir quem são os independentes.
Assembleia Municipal:
1. O BE apresenta 25 candidatos, dos quais quatro são suplentes (pode ter sido lapso de leitura, parece-me que a lista tem de ser rectificada). Dos 25 candidatos, 9 não estão recenseados em Alcochete.
2. No PS em 35 candidatos não foi possivel descortinar quem são os independentes e não foi vislumbrado quem são os não recenseados em Alcochete.
3. A CDU em cerca quarenta candidatos, apresenta 16 independentes.
4. O CDS-PP em 28 candidatos só um mora em Alcochete o mesmo que vai na lista da CMA, aliás há vários cruzamentos de nomes. Também não é possivel distinguir quem são os independentes.
5. No PSD em 28 candidatos, 19 são independentes e 13 não estão recenseados em Alcochete.
Estas informações permitirão fazer as leituras possiveis da credibilidade de algumas condidaturas e do trabalho que deveria ter sido feito ou terá sido conseguido a montante do acto eleitoral. Umas eleições preparam-se com quatro anos de antecedência, é essa a missão dos partidos e a responsabilidade dos dirigentes partidários.
Importa também realçar alguns factos os quais têm interesse de leitura política:
A. Há alguns cruzamentos de nomes nas diversas listas de cada partido, mas o mais relevante é o de Jorge Giro apresentar-se como candidato à CMA e em lugar de destaque de igual modo à AM. Será isto fraqueza da CDU ou o sinal politico por parte do PCP que apoia o acto vergonhoso da agressão?
B. O CDS-PP não se apresenta a votos às Assembleias de Freguesia, voltou aos anos oitenta/noventa!
C. O BE apresenta-se a votos às Assembleias de Freguesia, salvo algum lapso ocorre pela primeira vez.
D. A documentação entregue pelo PS e que corresponde à que foi exposta não é clara e transparente para fazer qualquer tipo de análise desta natureza.
E. No caso do PSD constata-se o elevado número de independentes e não recenseados em Alcochete, não se vislumbrando nas listas um elevado número de tradicionais integrantes destas listas. A única excepção a esta norma, verifica-se na AF do Samouco onde os recenseados/moradores na Freguesia faz o pleno, demonstrativo de algum trabalho politico.
5 comentários:
Embora estejamos no decurso do prazo de 10 dias em que tribunal e partidos ainda poderão mexer nas listas, as conclusões de Zeferino Boal parecem-me corresponder aos parâmetros políticos habituais no concelho (exceptuando o caso surrealista do CDS).
Depreendi que o papel de Jorge Giro na estrutura comunista ia muito além do normal e a presença desse independente em listas aos dois órgãos municipais reforça a minha tese. Mas chegaram-me alguns sinais de fumo com sentido oposto e, provavelmente, nessas hostes haverá a expectativa de avaliar o «efeito Luís Proença» na primeira volta (27/9) para decidir se algo terá de ser feito "in extremis" para tentar salvar a decisiva segunda volta (11/10).
Volto aqui para acrescentar que Teresa Bonito está inscrita como cabeça-de-lista do BE à Câmara Municipal.
Caro Z.B:
Li atentamente o seu texto, o qual mereçe o meu seguinte comentário:
Será que algumas forças políticas do concelho não têm capacidade para encontrar pessoas idónias, livres de qualquer suspeição?
Ou será os partidos que ditam as leis de ocupações de lugares?
Por último gostaria de saber porque razão o seu nome não foi equacionado para as listas?
Ou será que V.EXª é o mal cumum ao partido?
Obrigado e gostaria com frontalidade responder a estas minhas questões, porque sei que sempre o fará, independentemente de algumas pessoas não gostarem da sua forma de estar na política...
Caro Melo
Em todos os patamares da vida em sociedade procuro agir sempre de acordo com os meus principios e valores. Pautando o respeito pelas decisões de quem tem poder para as tomar, o que não me impede de tecer considerações em público ou privado quando assim entendo.
No que respeita à sua primeira questão compete aos actuais responsáveis partidários pronunciarem-se.
Na segunda questão poderia dar-lhe uma resposta pela minha experiência pessoal, mas não tendo responsabilidades politicas no momento, escuso a comentar. No entanto, poderei dizer-lhe que a composição de uma lista a qualquer instituição desportiva ou de outra natureza deve sempre procurar ser o mais abrangente possivel das sensibilidades.
Sou daqueles que penso que é na divergência de opiniões que se constrói a mais sólida coesão de uma equipa, compete sempre a quem lidera ter a arte e engenho de unir as pontas das situações.
Por fim, e no que me diz directamente respeito. Digo-lhe a si e para quem tenha a paciência de ler.
Tenho militância partidária por razões sobejamente conhecidas. Segui um caminho livre e de bons costumes. Com descrição tenho dado o meu contributo politico fora do Concelho de Alcochete e quem sabe se não terei dado um certo contributo para que os portugueses tenham sabido a verdade sobre o actual Primeiro-Ministro. O futuro o dirá!
Em concreto não participo nas listas autárquicas, porque tal nunca foi equacionado. Nunca fui contactado pela CPC do PSD, para trocar opiniões sobre que assunto se tratasse.
No entanto, não deixarei de desejar os maiores sucessos eleitorais.
É oficial: o BE apresenta candidaturas não apenas à assembleia e câmara municipal mas também às três assembleias de freguesia.
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