Como cidadão estou profundamente chocado porque, tendo ocorrido há cinco dias a bem conhecida e suficientemente documentada agressão a um cabeça-de-lista de um dos partidos concorrentes às eleições locais em Alcochete, desde então paira um estranho manto de silêncio político sobre o assunto.
Nada me dizem as orientações políticas de qualquer dos contendores. Mal os conheço e nada tenho a ver com os respectivos partidos, nem com qualquer outro. Também pouco me importa saber de quem é a culpa. A justiça existe para resolver esses e outros detalhes.
Enquanto membro desta comunidade somente me interessam os factos: um representante do povo na Assembleia Municipal – agora anunciado como candidato a vereador da Câmara Municipal – abriu o sobrolho a um oponente de outro partido, que teve de ser suturado com seis pontos. Como toda a gente sabe o incidente culminou meses de trocas de mimos políticos, por escrito e em meios de difusão pública.
Poderá ignorar-se ou minimizar-se politicamente o caso? Resume-se o assunto a uma questiúncula pessoal e segue-se em frente, como se tudo isto fosse trivial e aceitável?
Sigo há vários dias, atentamente, as inúmeras fontes informativas partidárias locais, distritais e nacionais, na esperança de que nelas apareça uma qualquer decisão ou reacção susceptível de aquietar espíritos toldados e devolver a confiança aos cidadãos. Contudo, até ao momento em que escrevo (madrugada de segunda-feira) apenas as estruturas local e distrital do PSD se pronunciaram sobre o caso, conforme assinalei aqui.
As restantes cúpulas partidárias locais andam distraídas, estão em férias ou entendem nada ter a comentar, esclarecer ou recomendar sobre matéria política de tamanha gravidade?
Os dirigentes partidários locais preferem ignorar o assunto e contemporizar com a instalação em Alcochete de um clima persecutório, susceptível de gerar receio ou medo generalizados que inviabilizariam a realização de eleições em condições de igualdade, de liberdade e de justiça?
Os dirigentes partidários locais não enxergam que uma campanha com silêncios cúmplices e comprometedores é susceptível de afastar ainda mais eleitores das urnas? Agrada-lhes essa perspectiva de uma abstenção elevadíssima? Querem democracia sem povo?
Há coisas que têm de ser ditas, doa a quem doer e custe o que custar! Mais vale perder eleições com honra e dignidade que tentar vencê-las com evasivas!
A inexistência de condenação ou de repúdio partidário por um acto público reprovável – com visível impacte na TV, Imprensa, Rádio e blogosfera e que acabaria por abafar o noticiário acerca das festas anuais de Alcochete – é tudo menos politicamente correcta.
11 comentários:
O que não é falado não existe. Assim se calam assuntos importante e se silenciam pessoas. O necessário é que se tenha o domínio dos meios de comunicação através do capital ou das pessoas certas.
Também o inverso é verdade.
Se se falar muito de uma mentira ela transforma-se numa verdade perante a opinião pública, e passa a existir como verdade.
Em tempo oportuno e por outras formas discretas tive oportunidade de expressar a minha opinião e condenar o ocorrido.
Condeno que o único sacrificado tenha sido o Luis Proença. Não vislumbrei uma defesa clara e forte, politicamente falando por parte da estrutura concelhia do partido, deixaram ao abandono um seu militante (mais um!).
O comportamento vergonhoso por parte CDU que não tiveram o dever ético de condenarem o ocorrido, nem fazerem substituir o candidato na lista, a menos que o façam ainda hoje, que é o último dia de entrega das listas.
Mas, também é incomodativo o ruído silencioso das outras forças politicas.
É assustador a falta de sensibilidade para lidar com situações que podem ser de natureza pessoal, mas são convictamente neste momento de raiz politica.
Um decisor politico tem que ser corajoso, ter visão, ter estratégia.
O PSD perdeu um valioso elemento que em muito contribuiu para o debate de ideias. Estou apreensivo o que vão ser os próximos dois meses!
A CDU soube defender o seu militante (?) e candidato, mas falta-lhe os princípios éticos da politica.
O PS optou por uma postura de silêncio, pensando que tudo se passa ao lado. É uma atitude indigna na politica e na sociedade, por isso temos o país que temos. Enquanto for no nosso vizinho nada nos incomoda, quando for connosco já é importante.
Mal vai Alcochete com agentes politicos desta natureza.
Eu quero dizer, de forma muito clara, que estou inequivocamente do lado dos discursos de Fonseca Bastos e Zeferino Boal.
Acabo de receber testemunho de alguém que garante existirem ameaças anónimas dirigidas a candidatos(as) às eleições locais em Alcochete.
Os(as) visados(as) estão à espera de quê para as reenviar às autoridades eleitoral e policial competentes e revelá-las aos seus concidadãos?
Querem contribuir para a instalação de um clima de terrorismo político sem precedentes?
O que têm a dizer Luis Franco e Antonio Maduro sobre este grave incidente?
Corroborando o que diz Amadeu, não há peritos maiores do que os comunistas para a transformação da mentira em verdade.
Por fim, quero aqui dizer o seguinte: EU SEI QUE SEI VENCER O MEDO.
Eu não tenho medo dos comunistas. Em relação a mim, eles mais não podem fazer do que cometer mais um crime em cima dos milhões e milhões de crimes que têm cometido contra a Humanidade desde Lenine.
Não quero acreditar que existam algumas ameças anónimas seja contra quem for. Tenho muitas reservas que se viva neste clima.
Portanto, condeno qualquer situação desta natureza.
Se forem reais os factos, existem canais apropriados para actuar e estarei à disposição para colaborar e ajudar com qualquer cidadão seja ele quem for.
O silêncio só ajuda e contribui para o mal estar vigente.
Se não tiverem fundamento as propaladas ameaças os responsáveis ou responsável que está a envenenar o ambiente deverá ser repudiado.
Mas, volto a reafirmar se todo e qualquer agente politico desta Terra tem vontade de se afirmar como tal, deve ter a coragem e a verticalidade de assumir uma posição pública sobre este assunto. Ou preferem que o clima aqueça para depois gritarem bem alto a condenação.
As medidas preventivas tomam antes.
Caros condóminos:
Após lês mais um excelente artigo da autoria do senhor F.B, revivendo o triste e lamentavel episódio que ocorrer em plenas Festas do nosso concelho no dia 12 deste mês.
Compreendo que o mesmo interessa a muita gente não ser esquecido, no entanto, relembro uma frase do mesmo autor que, chamava atenção dos visitantes deste espaço e condóminos residentes:
(Praia dos Moinhos)
Terá preciável número de condóminos a candidatárem-se a cargos públicos nas próxias eleições autárquicas.
Onde o senhor F.B, afirmava que alguns condóminos tinham sido sondados para integrarem as listas de partidos políticos do concelho.
Onde esperava apresentar as suas questões e comentários sobre as propostas a apresentar pelos respectivos.
Ora o que tem feito ultimamente é precisamente o contrário, onde tem escrito alguns artigos tendenciosos.
Muito embora acho que deve continuar a escrever as suas ideias para que, todos possam comentár.
Porque os restantes já sabemos que são afectos a este ou aquela força partidária.
Desculpem mas, esta é a minha modesta opinião.
Para a mentira ser fecunda e atingir profundidade tem que trazer à mistura,qualquer coisa de verdade.
Não é Amadeu?
De qualquer maneira, parece haver aqui muito sumo azedado, ou seja, enferrujado, oxidado!
Já agora porque é que os posts vão à comissão de censura.
Aqui fica algo que escrevi em
02-12-06 "Filhos da nação"
Ter o mundo a seus pés
não importa o que fez,
fazer de conta que era
tudo numa só vez.
Neste país desordenado
pouco importa conclusões,
tendo um monte de ranhosos
fazendo-o por convicções.
No governo colocados
feitos à medida e educados,
tramando assim a nação.
O povo deste país,
ficam ali vêr,
o desnorte deste pais.
Não tendo por hábito comentar anónimos sempre quero dizer a ZESTDU o seguinte:
“A tradição já não é o que era”, e se o poeta tinha razão, quando escreveu o que reproduziu no seu post, referia-se à comunicação oral, transmissão pessoa a pessoa, e continua a assistir-lhe razão, por exemplo, no “boato”. Já na comunicação de massas, feita através dos chamados “média”, escrita ou oral, a mentira não necessita de qualquer condimento de verdade para adquirir credibilidade, basta que a fonte seja supostamente credível.
Não me compete a mim defender a isenção do blog, mas apesar disso, sempre lhe direi que se suspeitasse da existência de qualquer forma de censura nunca teria lido qualquer comentário meu aqui escrito.
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