06 fevereiro 2011

Urge saber qual a posição da Câmara de Alcochete relativamente à Festa Brava


Não é necessária a demonstração de que Alcochete é uma terra de fortíssimas tradições taurinas desde há séculos.
Nesta conformidade, não seria despicienda, antes incontornável, a ideia de que a Câmara Municipal de Alcochete (CMA) tomasse posição clara e pública relativamente ao ataque hoje em dia perpetrado contra a Festa Brava jamais visto em Portugal.
Afinal, a CMA está a favor ou contra o fim da Festa Brava, genuína manifestação da cultura de raiz popular?
Nós precisamos de saber para sabermos com o que contamos.
Ninguém pense que o apoio da CMA às Festas do Barrete Verde e das Salinas é facto suficiente para a conclusão de que está a favor da Festa Brava, pois fá-lo por razões meramente político-eleitoralistas.
Para que a CMA prove a todos os alcochetanos que o Marafuga mente, então venha a terreiro e proclame aos quatro ventos, através de um comunicado e dos meios de comunicação social, que não é assim, que está sem reservas a favor da tourada em Portugal.
E se a CMA não o fizer, a que conclusão querem que eu chegue?

2 comentários:

Anónimo disse...

Oxalá (queira Deus) que o comentador residente aceite o repto do opinante João Pinho, acerca do seu post "Em defesa da Festa Brava" emitido em 20 de Janeiro até agora sem réplica por parte do Sr. Marafuga.
Por dois motivos, primeiro porque revelam tratarem-se de duas pessoas cultas e inteligentes, depois porque o tema em discussão "festa brava" tem sido muito mal defendido por uma grande "maioria" dos que se dizem da festa brava... para isso basta observar o comportamento mentecapto dos "artistas/amadores" que animam anualmente de forma canhestra e aberrante a interacção com os touros saidos nos "encierros" das festas do Barrete Verde.
A arte; nobreza; coragem e dignidade são factores de respeito na "aficion", mas nos encierros de Alcochete (e de outos lugares) tudo isto prima pela ausência destes valores, e para esta moléstia, não há defesa possivel, porque nada daquilo que se observa é da festa brava nem respeita os Vergas, Garrets, Penetras,Pintos nem os inesqueciveis Gaboneros doutras èpocas...
À mulher de Cesar não basta parecer séria...
O mal deve ser apontado, aquem não tem condições subjectivas para compreender o bem !

João Pinho disse...

A Câmara Municipal de Alcochete não tem de tomar posição pública sobre a Festa Brava, quer enquanto espectáculo quer enquanto actividade económica.
À Câmara Municipal compete respeitar o passado e a memória do concelho, manter "vivo" o seu repositório identitário mais marcante e ajudar a traduzir nos vários eventos anuais realizados tudo aquilo que marca indelevelmente a idiossincrasia do alcochetano.
A Câmara, como orgão institucional, subordina-se à Lei, não marca posição, deve manter-se equidistante em relação aos defensores e aos detractores da Festa. Não deve constituir factor de divisão entre os munícipes. Deve sim dar testemunho da nossa memória colectiva, apoiando iniciativas públicas direccionadas para a Festa Brava nas suas variadas vertentes. Mal seria se assim não fosse! Agora dizer que os espectáculos com toiros de morte devem ser autorizados em Portugal ou que as corridas à portuguesa devem ser banidas, isso é coisa que extravaza o seu âmbito de acção. Isso é matéria para a sociedade civil debater e aprofundar nos múltiplos fóruns, onde tal é possível. Em última instância serão decididas no Parlamento todas as questões relativas à continuidade da Festa Brava.
À Câmara Municipal, malevolamente, não lhe peçam posição oficial. Não tem de a ter. Deve apenas acolher e promover todas as iniciativas que, inseridas no quadro legal vigente, a comunidade desenvolva. As festas populares são uma delas. Nesta perspectiva, o seu apoio pecuniário e logístico aos eventos relacionados com as corridas e largadas de toiros têm toda a legitimidade. E até estou em crer que todo o executivo comunista e os membros da CDU mais influentes no concelho gostam bastante de tudo o que envolva toiros...é isso que se observa. Afirmar ou insinuar o contrário julgo ser desonestidade intelectual.
Ao lobby das touradas, direi que o seu empenho em torno da defesa da Festa terá de ser convenientemente organizado com vista a que os seus argumentos prevaleçam no seio da sociedade portuguesa. Aos dias de hoje, em algumas regiões, parece-me que estão a perder para os seus adversários. Cada vez os detractores são em maior número.
No entanto, é de louvar a acção do sr Marafuga e a tenacidade que demonstra em defesa dos toiros...só que a Festa não é propriedade do marialvismo lusitano nem da direita portuguesa, ela constitui património de todos quantos os que dela gostam, independentemente do seu credo ou orientação ideológica ( sejam cristãos," fachos" ou "comunas"). Ou não será assim?
Creia-me com consideração...