Desde quando é que num jornal, Diário de Notícias, Público, Expresso, etc., travando-se em qualquer desses órgãos de comunicação social um debate, os intervenientes o fazem no desconhecimento uns dos outros?
Quando em fins de 2003, D. José Policarpo e Eduardo Prado Coelho entraram num debate público no Diário de Notícias, um não sabia quem era o outro?
Já não falo da Televisão, cujos participantes em qualquer debate estão in praesentia. E se acontece a intervenção de telespectadores do Minho ou do Algarve, nenhum destes fala sem estar devidamente identificado.
Por que razão, quando se muda para a Internet, o valor da identificação fica invalidado? Eu não tenho que conhecer pessoalmente todo e qualquer comentador, mas este tem que estar devidamente identificado para o blog.
Colocar o anonimato no mesmo plano do voto que é secreto, não passa de crassa desonestidade intelectual por pretender branquear uma manifesta cobardia.
6 comentários:
É o voto que é secreto, não o votante.
Ser o Antonio padeiro ou o Rodrigo enfermeiro é completamente indiferente. Alem disso quando escreve, dirige-se aos anónimos, estou ou não estou certo? Porque em vez de debater o anonimato não se focaliza nas várias questões levantadas? Mais, o próprio Marafuga icentivou o anonimato quando o colocou em causa, repare que este blog nunca teve tanta participação como agora!
O que é isto? O sr. Marafuga a responder a o que foi dito por um anónimo?! Para quem dizia que não debatia com pessoas no anonimato parece que inverteu os seus valores.
O voto é a palavra política do cidadão. E essa palavra vem no anonimato. A palavra de um eleitor é anónima, logo o eleitor é anónimo no acto de voto. Pode dizer que votou x oy y. Pode ser mesmo do partido x ou y, mas a verdade é que ele usou a sua palavra política sem assinar "Eu pessoa z voto em x", ou seja isto é o anonimato. É simples, não? Por que está em negação?
Cobardia é não enfrentar as palavras do outro, anónimo ou não e refugiar-se sob o pretexto de "não falo com estranhos".
Um nome não muda nada, absoultamente nada. Em qualquer debate, um argumento é um argumento. E pode vir de quem vier que o seu peso e importância são os mesmos.
E que título é esse: cobardia da esquerda?
Quem lhe diz que o anonimato é de esquerda ou direita? Tem a estranha ideia que tudo o que não gosta é imediatamente de esquerda.
A identificação não é requerida no blog. E sou livre de escolher usar o meu nome ou não. Se soubesse o meu nome, o que mudaria? Já o disse: o seu modo de olhar para o comentador. E como tal já não olharia para as palavras de modo imparcial, mas olharia para as palavras de acordo com o que o sr. acha das pessoas.
Mas vou morder o isco e vou usar um nome,garantindo que nada mudará por usar um. Tudo isso porque apesar de estar identificado, o sr. não me conhece e será apenas a etiqueta que o sr. quer. O problema é que eu digo quem sou, mas não pode saber se sou mesmo quem sou. Ou seja, mesmo identificado sou anónimo.
O conceito de Blog não é o mesmo conceito de debate do tipo de debates que sugere no texto. Tanto assim é que existe a possiblidade, em todas as plataformas, de comentar anónimamente. Lembro-me do blog "o meu pipi", cujo conteúdo foi publicado em livro (ISBN: 9789895550517) e cuja identidade do autor, anónimo, foi muito discutido. Falou-se em Herman José, Bruno Nogueira, etc.
Temos também que considerar que o uso de nicknames e pseudónimos fazem parte da cultura da internet, é alias uma dos pontos interessantes deste universo.
Penso que o senhor Marafuga usa o espaço do Praia dos Moinhos para algo que faria muito mais sentido num blog pessoal e não num blog sobre actualidades de uma localidade.
Demonstram alguma reflexão e boa percepção da problemática associada ao anonimato no mundo virtual as três últimas opiniões aqui expendidas. O uso de nicknames, pseudónimos e heterónimos são de utilização muito comum na Net, mas também é verdade que sob essas capas, muitas vezes vem ao de cima aquilo que de pior a humanidade tem. Impropérios, ataques soezes ofensivos da dignidade pessoal e injúrias da mais variada natureza são muitas vezes produzidas cobardemente sob a capa do anonimato. Isso não é bom...
O sr Marafuga, alegremente, "dá o peito às balas", publicando textos propositadamente polémicos e parecendo divertir-se com a indignação dos outros; muitos dos outros, usam o direito de resposta, enquanto anónimos, para manifestar a sua repulsa por tais comentários.
Donde se impõe a questão: qual é a posição mais coerente? A do autor,figura conhecida, ou a dos comentadores anónimos, cuja identidade se desconhece. Deixo para ponderação e análise.
Sem mais...
Se o Marafuga não ostentasse o seu nome como é que iria alimentar o seu ego incomensurável...Nós anónimos valemos pelo que escrevemos, não por quem somos. Um nome ou um nickname é apenas o ponto de ligaçãoe entre textos. Como professor, o Marafuga devia saber que no exame o outro é anónimo e isso é muito bom.
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