Recebemos da Sra. Prof.ª Maria da Graça Medeiros Cabral, Vice-Presidente da CPS do PSD Alcochete o seguinte Artigo de Opinião, que passamos a transcrever na integra:
"Falar de Educação/Ensino nos tempos que correm é uma tarefa arriscada e difícil. É arriscada porque não sabemos o que se passa na cabeça dos nossos governantes na operacionalização dos seus ideais na concretização dos seus objectivos mais simples. Difícil porque o que hoje é certo amanhã está ultrapassado face ao lançamento de uma série de medidas normativas desarticuladas e por vezes desanexadas do nosso sistema educativo que se quer eficaz, atractivo e orientado por um ideal condutor.
A Educação em Portugal tem sido fruto de sucessivas paixões de sucessivos governos e tem acabado quase sempre na sarjeta, incrivelmente abandonada, sobejamente criticada, mal falada e até mesmo por muitos desprezada.
A Nossa Educação tem sido muito Mal Amada, no entanto vai resistindo através dos milhares de docentes que no seu dia a dia enfrentam inúmeros desafios, vezes sem conta solucionados, face ao profissionalismo de uma classe, também ela muitas vezes mal tratada e incompreendida, por uma sociedade centrada na árvore sem reparar na floresta, que não desiste de continuar a acreditar que é possível mudar o estado das coisas que é possível esperar que um dia os apaixonados pela educação consigam ver para além da paixão e se centrem, mais no amor simples e terno por uma educação que se quer mais eficaz mais centrada nos saberes, mais focada na dignidade e na consciência da pessoa humana, mais dedicada na formação de uma sociedade futura mais justa.
A Educação Mal Amada vai sobrevivendo também com os contributos sempre preciosos dos pais e encarregados de educação que apesar de estarem também eles sobrecarregados vão dando o seu melhor para ajudar na árdua tarefa de educar.
A Mal Amada continua a lutar por se manter à tona de água apesar de acusada de nada fazer, de em pouco contribuir, para uma sociedade mais adequada às reais necessidades de um país que de quando em vez, e de vez em quando, ou quase sempre, se encontra à beira de um abismo, e permite-se correr ao encontro dele, quando assim não acontece
A Mal Amada agoniza em salas pouco confortáveis e muitas vezes inadequadas às reais necessidades do sistema educativo, onde se possam acolher alunos mais exigentes, mais críticos, mais inconformados porque também eles estão mais informados na educação global a que hoje se assiste.
A Mal Amada insiste em suportar a falta de recursos humanos desde os quadros administrativos passando pelos quadros dos ex-auxiliares da acção educativa e colmatando no quadro do pessoal docente para não falar nas tão faladas equipas multidisciplinares. Cada vez mais, temos menos recursos nas nossas escolas e cada vez mais, mais deles, o nosso sistema educativo necessita.
A Mal Amada apesar de tudo acode aos gritos da sociedade e sempre com esforço, sem meios e sem recursos vai dando uma mão aqui e ali para que as estatísticas melhorem para que possamos aparecer, a nível Europeu, num filme mais colorido mas cada vez mais, mais mudo.
A Mal Amada de vez em quando é enganada com “Magalhães” e “KITães” para num esforço de acrescentar mais despesa aos já e sempre magros recursos a ela destinados, tentar esconder e iludir as reais carências do nosso sistema educativo.
A Mal Amada foi presenteada com áreas curriculares não disciplinares, incute-se a importância delas na escola e nos horários dos alunos e quando já estão razoavelmente implantadas retiram-se e sabe-se lá o que vai vir em sua substituição.
À Mal Amada tem sido muitas vezes atribuída, os fracassos, os desaires, os insucessos, o abandono, a sinistralidade rodoviária etc.… etc.….Virão tempos em que se irão pedir contas a ela, pela duvidosa qualidade dos gestores deste país.
Mas é preciso continuar a procurar o equilíbrio entre todos aqueles que se preocupam com a Educação. Temos que continuar a acreditar que, no papel que desempenhamos no dia a dia sejamos capazes de dar um contributo efectivo em prol da educação, em prol das nossas crianças e em prol do nosso país."
Prof.ª Maria da Graça Medeiros Cabral
Vice-Presidente da CPS do PSD Alcochete
"Falar de Educação/Ensino nos tempos que correm é uma tarefa arriscada e difícil. É arriscada porque não sabemos o que se passa na cabeça dos nossos governantes na operacionalização dos seus ideais na concretização dos seus objectivos mais simples. Difícil porque o que hoje é certo amanhã está ultrapassado face ao lançamento de uma série de medidas normativas desarticuladas e por vezes desanexadas do nosso sistema educativo que se quer eficaz, atractivo e orientado por um ideal condutor.
A Educação em Portugal tem sido fruto de sucessivas paixões de sucessivos governos e tem acabado quase sempre na sarjeta, incrivelmente abandonada, sobejamente criticada, mal falada e até mesmo por muitos desprezada.
A Nossa Educação tem sido muito Mal Amada, no entanto vai resistindo através dos milhares de docentes que no seu dia a dia enfrentam inúmeros desafios, vezes sem conta solucionados, face ao profissionalismo de uma classe, também ela muitas vezes mal tratada e incompreendida, por uma sociedade centrada na árvore sem reparar na floresta, que não desiste de continuar a acreditar que é possível mudar o estado das coisas que é possível esperar que um dia os apaixonados pela educação consigam ver para além da paixão e se centrem, mais no amor simples e terno por uma educação que se quer mais eficaz mais centrada nos saberes, mais focada na dignidade e na consciência da pessoa humana, mais dedicada na formação de uma sociedade futura mais justa.
A Educação Mal Amada vai sobrevivendo também com os contributos sempre preciosos dos pais e encarregados de educação que apesar de estarem também eles sobrecarregados vão dando o seu melhor para ajudar na árdua tarefa de educar.
A Mal Amada continua a lutar por se manter à tona de água apesar de acusada de nada fazer, de em pouco contribuir, para uma sociedade mais adequada às reais necessidades de um país que de quando em vez, e de vez em quando, ou quase sempre, se encontra à beira de um abismo, e permite-se correr ao encontro dele, quando assim não acontece
A Mal Amada agoniza em salas pouco confortáveis e muitas vezes inadequadas às reais necessidades do sistema educativo, onde se possam acolher alunos mais exigentes, mais críticos, mais inconformados porque também eles estão mais informados na educação global a que hoje se assiste.
A Mal Amada insiste em suportar a falta de recursos humanos desde os quadros administrativos passando pelos quadros dos ex-auxiliares da acção educativa e colmatando no quadro do pessoal docente para não falar nas tão faladas equipas multidisciplinares. Cada vez mais, temos menos recursos nas nossas escolas e cada vez mais, mais deles, o nosso sistema educativo necessita.
A Mal Amada apesar de tudo acode aos gritos da sociedade e sempre com esforço, sem meios e sem recursos vai dando uma mão aqui e ali para que as estatísticas melhorem para que possamos aparecer, a nível Europeu, num filme mais colorido mas cada vez mais, mais mudo.
A Mal Amada de vez em quando é enganada com “Magalhães” e “KITães” para num esforço de acrescentar mais despesa aos já e sempre magros recursos a ela destinados, tentar esconder e iludir as reais carências do nosso sistema educativo.
A Mal Amada foi presenteada com áreas curriculares não disciplinares, incute-se a importância delas na escola e nos horários dos alunos e quando já estão razoavelmente implantadas retiram-se e sabe-se lá o que vai vir em sua substituição.
À Mal Amada tem sido muitas vezes atribuída, os fracassos, os desaires, os insucessos, o abandono, a sinistralidade rodoviária etc.… etc.….Virão tempos em que se irão pedir contas a ela, pela duvidosa qualidade dos gestores deste país.
Mas é preciso continuar a procurar o equilíbrio entre todos aqueles que se preocupam com a Educação. Temos que continuar a acreditar que, no papel que desempenhamos no dia a dia sejamos capazes de dar um contributo efectivo em prol da educação, em prol das nossas crianças e em prol do nosso país."
Prof.ª Maria da Graça Medeiros Cabral
Vice-Presidente da CPS do PSD Alcochete
1 comentário:
Professora Graça é incontestável o que diz! Apresenta uma visão deveras realista da situação actual...direi apenas que muito ajudaria à melhoria da "mal amada" se o sindicalismo representativo da sua maior e mais importante classe mudasse de liderança. "Nogueiras e quejandos" perpetuam-se há demasiado tempo na frente sindical, o que constitui, em meu entender, mais parte do problema que da solução...
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