26 setembro 2010

Que “educação” em Alcochete?!

Teve início no passado dia 13 do corrente mês o novo Ano Lectivo em todo o País e, naturalmente, que o concelho de Alcochete não foi excepção à regra. Com pompa e circunstância, o executivo de Alcochete, uma vez mais, efectuou uma recepção calorosa a toda a Comunidade Educativa. Foi, sem margem para dúvidas, um gesto simpático que consistiu em dar as boas vindas aos novos elementos da respectiva comunidade, assim como rever todos os outros que transitam do ano findado para o presente ano. É do domínio comum, que a base de um País reside precisamente na educação dos seus activos. Hoje, mais do que nunca, o sucesso de uma economia e o desenvolvimento sustentado de um País está intimamente ligado à qualificação da sua população e ao enriquecimento dos seus conhecimentos, de forma a proliferarem nas actividades desenvolvidas os respectivos dados adquiridos, competindo assim numa economia, designadamente, mais globalizada.
Só estudando, só aperfeiçoando conhecimentos, técnicas e teorias, desde que superiormente acompanhadas pelas equipas Docentes, poderemos mais tarde retirar dividendos desse contributo, não só no capítulo da cidadania mas, fundamentalmente, na importância que o mesmo desempenha no sucesso das nossas empresas, no bem-estar social e profissional de cada um de nós e, sobretudo, colaborando para um País mais justo, mais credenciado, no fundo para um País melhor.
A vida é feita de oportunidades e estudar é uma oportunidade concedida às nossas crianças, aos nossos jovens, a todos, porque “o saber não ocupa lugar e nunca é tarde para aprendermos”. São estas oportunidades que se pretendem iguais para todos, que transformam as nossas escolas em centros de verdadeira aprendizagem. E para tal, é fundamental que o Estado prossiga o investimento que tem vindo a efectuar nas escolas públicas. Não é de todo possível, por mais esforço que seja efectuado, consolidar um total investimento em todos os concelhos, existe a necessidade de ratear as condições adjacentes a um investimento desta natureza, não só em função da população estudantil mas igualmente face aos estabelecimentos de ensino já existentes.
Quando a nossa autarquia assume a postura de defensores da prioridade “educação”, não basta criticarmos o governo por não investir no nosso concelho as verbas que pretendíamos. Temos de assumir uma postura mais dinâmica, possuir uma visão mais ampla do conceito de educação e desenvolver várias acções/iniciativas para evitarmos o que actualmente acontece no nosso concelho, ou seja, escolas sobrelotadas, nalguns casos com lotação em dobro do que seria expectável, a imperiosa necessidade de se efectuarem desdobramentos de horários, proporcionando um transtorno incalculável para toda a comunidade educativa. A falta de pessoal não docente é uma enorme lacuna nas nossas escolas do concelho. Continua a ser inadmissível que as actividades extracurriculares se desenvolvam em contentores e, em alguns locais do nosso concelho, há algum tempo a esta parte foram instalados pré-fabricados apenas provisoriamente, mas esse provisório já dura alguns anos…
No presente ano lectivo e nomeadamente na escola do Monte Novo, no que concerne ao 1.ºano do 1º.ciclo, crianças com residência a cerca de 50 metros deste estabelecimento de ensino não puderam ser colocadas por falta de espaço. Não existiam condições físicas para aceitar inscrições, informação que tardou em ser difundida junto dos encarregados de educação, e estas crianças, no seu primeiro contacto com a escola, tiveram de ser colocadas praticamente no lado oposto da vila.
O Centro Escolar de São Francisco e da Quebrada Norte em Alcochete tardam no arranque da respectiva construção. Estou preocupado com o futuro da minha terra, anseio por melhores condições e não gostava de ver as nossas crianças envoltas numa verdadeira “sopa de letras”, quando se pretende dotá-las de conhecimentos, para assegurarmos um futuro mais risonho para todos e sobretudo para as gerações vindouras.
Desejo a todos os professores, pessoal não docente, encarregados de educação e sobretudo a todos os alunos, um ano lectivo repleto de empenho, dedicação e coroado de sucesso.
Hoje estudantes, amanhã homens e mulheres da nossa sociedade. O País e o nosso concelho necessitam de vós.


Fernando Pinto
Deputado Municipal Independente eleito pelo PS
bancadapsalcochete@gmail.com

3 comentários:

Sérgio Silva disse...

Caro Fernando, O seu texto, embora contenha algumas verdades sobre o estado da educação no nosso concelho, peca por incompleto... Sabe o senhor a quantidade de pessoal não docente que está neste momento em falta nas escolas do concelho? E sabe o senhor de quem é a responsabilidade da colocação destas vagas? E sabe o senhor quantas turmas existem a mais na escola El Rei D. Manuel I? E sabe o senhor há quantos anos esta escola não beneficia de melhorias fisicas? Eu poderia aqui enumerar muitas mais carências educativas em Alcochete, no entanto, gostaria de apenas deixar uma questão para reflexão: Para onde tem olhado José Socrates e Isabel Alçada, quando temos uma escola do 5º ano ao 9º com capacidade para 30 turmas e que neste momento tem 46? Sr. Fernando, deveria informar-se melhor antes de escrever os seus textos...

Angelo Melo disse...

Quando a incompetencia de uns se transforma em competencia...
É o país que vivemos...

um abraço a todos

Unknown disse...

nao se admite os governantes deste municipio falarem ao trabalhadores em contençao de custos,se por trás vao gastar 3600€ numa recepçao calorosa aos professores,em que cada professor num escalao mais baixo ganha 1300€ a refeiçao por cabeça dava 16€ era mais bem aplicado em melhorias nas escolas.