20 maio 2010

Alcochete – símbolo maior do Forcado!

Numa das mais belas Tertúlias Tauromáquicas do País, existe uma sala consagrada ao Forcado onde está patente, aos olhos de todos, um conjunto de fotografias que ilustram as memorias de um passado repleto de história e de um presente condizente com esta tão nobre arte que é a de “pegar toiros”.
Este é o Aposento do Barrete Verde de Alcochete! A casa do Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde, que no próximo dia 22 completa 45 anos de existência, após ter sido fundado no longínquo ano de 1965.
O grande mentor deste projecto foi Francisco Penetra Rodrigues, que contou com Artur Garrett para a orientação técnica do grupo, que teve como 1º.Cabo – José Luís Carapinha Rei, a quem competiu capitanear os seguintes homens: Aníbal Pinto; José Pinto; Manuel Pinto; João Mimo; Luciano Pinto; Augusto Henrique; Luís Cebola; José Gomes; Eduardo Vantacich; António Tavares; José Pires; Gregório Bolota; Joaquim Labreca e Francisco Giro.
O grupo fez a sua apresentação na Praça de Toiros de Alcochete a 09/08/1965, precisamente num Festival de Homenagem ao Aposento do Barrete Verde, em que fizeram parte do cartel os Cavaleiros Pedro Louceiro; J.Barahona Núncio e José Samuel Lupi, que actuaram generosamente. O grupo de forcados do Aposento do Barrete Verde dividiu praça com o grupo de forcados da Tertúlia Tauromáquica do Montijo. Abrilhantou o espectáculo a Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, de Alcochete.
Em 1967, o Sr. António Luís Penetra é nomeado cabo do grupo de forcados e consegue, corrida após corrida, época após época, afirmar no panorama taurino o nome do grupo de Alcochete, como sendo uma referência entre os grupos de forcados existentes naquela altura, tendo alcançado os mais variados êxitos. Aliás, decorria o ano de 1968 quando o grupo de forcados do Aposento do Barrete Verde alcançou o mais alto prémio, que se podia atribuir a um grupo de forcados, o Prémio da Imprensa. Este troféu encontra-se em exposição no relicário do forcado, na sede do Aposento.
No ano de 1981, o grupo passa a ser dirigido pelo Sr. Luís António Cebola, que aposta numa renovação formando um grupo de forcados juvenis, que viria a ser determinante nos sucessos subsequentes do grupo e que, rapidamente, consolidou a sua performance ao mais alto nível. É curioso que alguns desses jovens, ainda hoje, se encontram ligados intimamente ao grupo, dignificando naturalmente o Aposento.
Sob o comando de Luís António Cebola, o grupo faz algumas digressões ao estrangeiro nomeadamente a França e a Espanha e em 1991 participa, pela primeira vez na sua história, na corrida da TV. Este ano, considerado para muitos como um ano de ouro, contou ainda com a distinção elaborada pela crítica, que se referiu ao grupo como um dos melhores grupos de forcados da época. Em 1993, na Praça de Toiros de Setúbal, Luís António Cebola despede-se das arenas, passando o seu testemunho a Joaquim José Penetra. Este, enquanto cabo do grupo, continua na senda dos êxitos, conseguindo brilhantes actuações nas corridas em que o grupo actua, ganhando inclusive alguns prémios de melhores pegas nas mais importantes Praças do Pais e participando, também, em algumas corridas em Espanha.
Em 1995, é Luís Miguel Cebola quem assume o comando do grupo, cargo que viria a exercer durante 10 anos. A ele se deve a afirmação do grupo, ano após ano, alcançando vários sucessos e troféus de melhores pegas em importantes feiras taurinas, como é o caso das Sanjoaninas nos Açores, entre outras, e que podem ser apreciados no museu taurino do Aposento.
É em 2002 que o grupo de forcados do Aposento atinge o seu auge, sendo considerado pela Crítica como o Melhor Grupo de Forcados, tendo recebido, também, o troféu de um importante Jornal Taurino. Dois anos depois, João Miguel Salvação, hoje o actual cabo do grupo, foi galardoado pela Crítica com a distinção de Forcado do Ano.
Ao longo destes 45 anos, foram escritas em letras de oiro muitas páginas de histórias, umas mais felizes, outras menos, mas tenho a plena convicção de que em todas essas páginas se juntaram homens de várias gerações, que de tudo fizeram para honrar a casa que os viu nascer e crescer enquanto forcados. Por uma simples flor e o calor de um aplauso, estes homens dignificaram a nossa cultura, a nossa identidade e a jaqueta que vestiram, não fora o facto de serem de Alcochete – símbolo maior do Forcado.

Fernando Pinto
Deputado Municipal Independente eleito pelo PS
bancadapsalcochete@gmail.com

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