Findado que está o ano de 2009 pressuponho que o mesmo não vai deixar saudades a muita gente. A crise económica que abalou o mundo fez-se sentir de forma abrupta em vários pontos do globo, em alguns casos de forma catastrófica, noutros nem por isso. No entanto em países de pequena dimensão, como aliás é o nosso, é natural que as nossas fragilidades demonstrem toda a sua impotência para contornarem com flexibilidade e de forma mais breve toda esta conjuntura com repercussões em mais um ou dois anos de franca recuperação.
Se quisermos analisar este cenário a uma escala bastante reduzida e de forma pormenorizada, atentemos no próprio exemplo do concelho de Alcochete. Um concelho onde o emprego não abunda, a larga maioria dos jovens é obrigado a recorrer à outra margem do Tejo para desenvolverem a sua actividade profissional muitas das vezes com baixas remunerações. Algumas pequenas empresas sedeadas no nosso concelho já possuem sérias dificuldades em assumirem o compromisso junto dos seu empregados no que concerne ao pagamento dos seus salários, outras empresas onde habitualmente os funcionários de forma a serem um pouco mais compensados refugiavam-se nas horas extraordinárias, devidamente justificadas, agora nem essas fazem parte do vocabulário das entidades empregadoras. Tudo isto reflecte-se no nosso comércio local, onde cada vez mais, voltamos ao tempo do “aponte aí, faz favor, pagarei no final do mês”…e depois sabe Deus as dificuldades existentes para se cumprir com o prometido.
De facto, temos de assumir o quão difícil se apresenta toda esta conjuntura sócio-económica, no entanto e até porque sempre fomos um povo aventureiro, destemido, buscando para lá da linha do horizonte outras descobertas, outras mais valias, importa que ao abandonarmos o ano de 2009, possamos retirar várias ilações que nos ajudem a enfrentar o futuro e mormente o ano de 2010 com destreza, confiança e sobretudo com uma renovada esperança e coragem de que é possível conseguirmos gerar mais e melhores condições de vivência permitindo obter uma diversificada qualidade de vida.
A Plataforma Logística do Poceirão e o novo Aeroporto, assim como outros investimentos públicos a serem efectuados na margem sul são muito bem acolhidos, no entanto não nos podemos esquecer do quanto é delicada esta “pérola” onde estamos inseridos, no que concerne a aspectos ambientais de ordenamento do território. Estes investimentos são geradores de emprego e riqueza, abrindo naturalmente as portas do futuro para que possamos todos, sem excepção, ter uma vida mais saudável. O novo Plano Regional do Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) que deve estar pronto no início de Janeiro pode ser a grande oportunidade para a península de Setúbal. Espero e desejo que no nosso município haja capacidade de implementação dos planos indicativos para os aplicar e integrar nos planos directores municipais. É fundamental que haja articulação entre a revisão do Plano Director Municipal (PDM) e a alteração do PROT. Estou convicto que a serem cumpridos vários pressupostos e a coabitarem neste processo coordenações eficazes e sobretudo interesse público na defesa do concelho e da sua população, então conseguiremos vislumbrar luz…ao fundo do túnel.
Fernando Pinto
Deputado Municipal Independente eleito pelo PS
Sem comentários:
Enviar um comentário