Em continuação dos comentários anteriores à entrevista dada por Luís Franco ao Jornal de Alcochete (25-03-09), quer saber este órgão de comunicação «...o que é que ainda está por fazer» relativamente às promessas exequíveis feitas pelos comunistas em 2005.
O candidato comunista começa por responder assim: «A parte essencial do compromisso assumido perante os eleitores para este mandato fica cumprida». Mas eu questiono: que "parte essencial" é essa? Por que razão as coisas não são concretizadas?
(Neste momento eu estou a corrigir testes de alunos do 12º ano. Sempre que eles na folha de prova me dão respostas que deixam a desejar em termos de objectividade, eu ponho por cima um traço vermelho sem mais juízo de valor. Não vejo que deva ter uma postura muito diferente quando é o sr. Presidente da Câmara de Alcochete que fala ou escreve).
Mas continuando. O candidato progride com a sua resposta e, soando a pedido de desculpa, diz: «Naturalmente que há situações que não estão totalmente em condições de serem cumpridas e também o projecto eleitoral que apresentámos em 2005 tinha várias fases de execução. Algumas delas até apontavam para a sua concretização no horizonte temporal de 12 anos e isso está consagrado neste compromisso eleitoral». Luís Franco parece que diz: nós pouco ou nada fizemos, mas até já tínhamos avisado que as promessas eram a longo prazo, dois ou três mandatos. Se o prometido não for cumprido será por culpa dos eleitores caso venham a correr connosco.
Ora esta é uma estratégia bacoca para a eternização no poder. Pelo caminho arranjam-se bodes expiatórios para disfarçar a incompetência dos que mandam e mitigar a impaciência dos que obedecem. Aquilo que todos desejam atira-se sistematicamente para um amanhã indefinido. E se não é como eu digo, veja-se a chave de ouro que remata esta resposta de Luís Franco: «Neste momento, já estamos a reunir condições para que no futuro, a médio ou a longo prazo, Alcochete possa ter uma piscina municipal ou mesmo um parque de piscinas municipais».
Toma lá, alcochetano, que já almoçaste!
Até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Após alguns anos, pode vangloriar-se de uma longa série de sucessos.
ResponderEliminarMarie Von Ebner, escritora austríaca.
Antes de mais, o texto do Prof. Marafuga prova exemplarmente como a capacidade de análise textual e a competente expressão em língua materna são fundamentais para uma correcta interpretação da realidade.
ResponderEliminarQuanto ao tema propriamente dito, concordo com as observações feitas pelo Prof.
Obrigado, Miguel.
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