29 agosto 2006

A categoria feminista de género

Para o feminismo em geral, a categoria de género assenta nas diferenças culturais entre homens e mulheres (Giddens:1997). Quando isto afirmo, estou-me a referir, basicamente, às diferenças de educação que logo a partir do seio familiar recebem, por um lado os meninos, por outro as meninas.
De facto, os mesmos pais, se têm um casalinho, no fundo, educam o menino de um modo e a menina de outro, ou seja, modalizam-nos de forma diferente: ele é o vestuário, os brinquedos, o discurso que usam ora para o menino, ora para a menina, etc.
Perante tais factos, as feministas defendem que os pais já estão a genderizar os filhos, isto é, a incutir-lhes os papéis de género (gender). Estas construções impostas, continuam a defender as feministas, em termos de poder, privilegiam os homens em detrimento das mulheres. Para que isto se desfaça, o género passa a ser o resultado da eleição de cada indivíduo ou a assunção de uma determinada orientação sexual. Por aqui, os géneros seriam sete: masculino homossexual, masculino heterossexual, feminino homossexual, feminino heterossexual, bissexual, trans-sexual e travestido.
Se assim é ou assim for, desaparecerão o direito de família, a legislação hereditária, a moral de vinte séculos de civilização cristã e as bases da sociedade tal como a conhecermos.
Por trás da categoria de género, bem aceite pelas esquerdas, está a ONU com verbas astronómicas para Universidades e outras instituições que injectam toda esta trampa nas cabeças da massa jovem do mundo inteiro.

O Síndroma de Peter Pan

A maior parte da minha geração caiu na esquerda, mas chegar aos 50 anos e não conseguir ultrapassar o síndroma de Peter Pan é facto bem triste.
A esquerda compartimenta-se num universo mental infantil que, em termos intelectuais, nem sequer salta para a adolescência.
Eu tive a coragem de abandonar o meu mundo infantil, palmilhando uma longa via dolorosa, enfrentando o mundo real, rechaçando a utopia marxista e abraçar a direita cristã, liberal e democrática.

28 agosto 2006

O intelectual de esquerda inverte a noção das coisas, tornando o certo errado, o nefando justificável

«O típico intelectual exasperado de hoje defende sistematicamente reivindicações contraditórias: liberação do aborto e repressão ao assédio sexual, moralismo político e imoralismo erótico, liberação das drogas e proibição do tabaco, destruição das religiões tradicionais e defesa das culturas pré-modernas, democracia directa e controle estatal da posse de armas, liberdade irrestrita para o cidadão e maior intervenção do Estado na conduta privada, anti-racismo e defesa de identidades culturais sustentadas na separação das raças, e assim por diante».

Carvalho, Olavo, O Jardim das Aflições (2ª edição revista), É Realizações, São Paulo, 2000

27 agosto 2006

Palavras de Rui de Oliveira Barbosa, a maior figura intelectual e política no Brasil do seu tempo

«O comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanizaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador».

Rui Barbosa (Salvador, Baía, 1849 - Petrópolis, Rio, 1923)

25 agosto 2006

Assalto inédito

Leia esta notícia publicada na edição electrónica do JN.
Que eu saiba, um caso assim era inédito nestas paragens.
Parece-me ser tempo de, em Alcochete, se aprender a viver com insegurança e pequena e média criminalidade.
Daí supor ser útil e urgente juntar GNR e população, num espaço suficientemente amplo, para diálogo e esclarecimento mútuo. Pessoalmente gostava de conhecer as estatísticas da criminalidade no concelho, entre 2000 e a data presente.
Entretanto, segundo alguns especialistas, o combate à pequena delinquência é uma das primeiras medidas cautelares.
Mas isso eu não vi ainda, embora haja sinais dela por todo o lado.
Com tanta gente de férias considero inoportuno, por agora, cavar o assunto mais fundo neste blogue. Fá-lo-ei noutra ocasião.
É curioso que na autarquia haja quem se preocupe com os assuntos da saúde mas ninguém tenha reparado que, em matéria de insegurança, vamos de mal a pior.
Eis o que, acerca do tema segurança, consta do programa da coligação que governa a autarquia:

"Estimular, em colaboração com parceiros e demais partes interessadas, a promoção da segurança, higiene e saúde nas escolas e nas associações e colectividades do município".
(...)
"Promoção da coesão territorial interna – ordenamento do território, funcionalidade e identidade territorial, relações de vizinhança e segurança dos espaços públicos:
"1. Instituir e apoiar o funcionamento do Conselho Municipal de Segurança:
(...)
"d. Incrementar o diálogo com as forças de segurança (GNR) com vista ao melhoramento do policiamento e aumento das condições de segurança no município".

Passados 10 meses acho que nem um centímetro se avançou ainda. Oxalá estivesse enganado.


P.S. - A propósito de pequena delinquência e da amplitude dos problemas a ela asssociados, leiam-se os segundo a quarto parágrafos deste texto. As fontes parecem-me insuspeitas, embora não tenha conseguido datar nem a origem nem a autoria desta declaração sem dúvida governamental.

Homenagem a João Pedro Bolota


João Pedro Bolota, cabo dos Forcados Amadores de Alcochete, nasceu nesta terra a 12-03-61. Querido de todos os alcochetanos, aqui fica uma singela homenagem.

Forcado valente
Na arena a preceito
Com toiro na frente
Se firma a direito.

Avança o forcado
À espera que invista
O toiro varado
Na altura prevista.

Silêncio total
Do público atento.
Suspense geral
P'ra lindo momento.

Arranca o toirão
Qual onda gigante.
Não olha à razão
Forcado possante.

O medo venceu
O moço esforçado.
O toiro embateu
E foi dominado.

23 agosto 2006

Abortismo, comunismo e contradições

É consabido que o comunismo está visceralmente contra a propriedade privada. Se alguém tiver dúvidas, consulte na Internet o Manifesto Comunista (1848) de Marx e Engels. Trata-se de um texto pequeno mas suficiente para nos apercebermos de uma das vertentes ideológicas mais abjectas da História da Humanidade.
Dir-me-ão que eu nem sempre pensei assim. Respondo que nunca ocultei a ninguém as minhas ilusões de esquerda ao longo de um período dilatado da minha vida, hoje causa de vergonha para mim, embora creia honestamente que a minha geração tem atenuantes sem querer evadir-me das minhas responsabilidades. Foi, sobretudo, a análise constante da política local que me ajudou a enfiar todas essas ilusões no contentor do lixo.
Lixo são os argumentos repugnantes dos comunistas a favor do movimento abortista. Então agora o corpo já é propriedade do indivíduo? Se o corpo pertence a cada um como cada um pertence a Deus, podemos partir filosoficamente daí para legitimar a propriedade privada: tal como o corpo é inseparável de mim e me prolonga, a minha propriedade é prolongamento do meu corpo. Assim, defendo de qualquer agressão o que é meu com a mesma legitimidade que defendo o meu corpo. Vê-se, nesta conformidade, que o direito à propriedade radica no direito natural.
Meus caros senhores comunistas, vos pergunto eu: no que ficamos? Por que não dizeis abertamente à cidade e ao mundo que, muito longe da nobre intenção de ajudar as mulheres, o vosso alvo oculto é o controlo demográgico à escala planetária? Por um lado acusais o capitalismo de produzir excedentes a montes e por outro afirmais que os recursos alimentares são cada vez mais escassos para uma população global em contínuo aumento.
Quem não vos conhecer que vos compre.

Anedota do dia (2)

Carlos Manuel Barateiro de Sousa, de 55 anos, renunciou hoje às funções de presidente da Câmara Municipal de Setúbal, seguindo uma recomendação do seu partido, o PCP, cuja comissão política concelhia justifica a substituição do presidente com a necessidade de “renovar energias, rejuvenescer e reforçar a equipa para melhor enfrentar os desafios que a autarquia tem pela frente”.
A substituta do presidente é uma senhora mais nova seis anos, com bem menor experiência autárquica.
Por uma qualquer razão genética inexplicável, na idade madura os autarcas reformam-se. E até começam a acusá-los de estar cansados e velhos.
Cá por estas bandas também há autarcas muito, muito cansados. Embora bem mais novos, continuam longe de conseguir passar do papel à prática as principais promessas eleitorais.
É a hora de os mandar dar uma volta. É a hora!

De olho no Multibanco

Em face das notícias dos últimos dias acerca do incremento da clonagem de cartões Multibanco e observadas as recomendações cautelares da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), no concelho de Alcochete as caixas ATM tidas como inseguras e a evitar – porque instaladas em espaços exteriores e por não disporem de câmaras de videovigilância – são as seguintes:
BPI (Alcochete e Samouco)
Centro de Saúde (Alcochete e São Francisco)
CGD
Crédito Agrícola (Alcochete e Samouco)
Totta

As teoricamente seguras – porque instaladas em espaços interiores e dispondo de câmaras de videovigilância – são as seguintes:
BES
Intermarché
Millennium/BCP
Montepio

Outras recomendações da SIBS:
- No momento de marcação do código secreto, deve garantir que o faz em devidas condições de privacidade, protegendo a sua digitação do olhar de terceiros;
- Nunca entregue o cartão a terceiros para efectuarem levantamentos, pagamentos ou quaisquer outras transacções por si;
- Sempre que realizar um pagamento, nunca deve perder o seu cartão de vista e deve certificar-se de que o cartão é passado num único equipamento. Ao pagar, após confirmar o valor e digitar o código secreto, não permita que repitam a operação sem que o terminal apresente uma mensagem de que a primeira tentativa foi anulada ou mal sucedida. Exija sempre um comprovativo da compra;
Se notar que a máquina apresenta algo de invulgar ou está vandalizada, não a utilize;
- Leia atentamente toda a correspondência enviada pela entidade emissora do cartão antes de a destruir, pois pode conter informação relevante sobre a conta a que o cartão se encontra associado e não só;
- Confirme periodicamente os movimentos do seu cartão, se detectar operações que não tenha realizado, contacte imediatamente a entidade emissora do cartão;
- No caso de roubo, perda ou extravio do cartão, contacte pelo o meio mais rápido a entidade emissora do cartão ou a SIBS através dos números 808 201 251 ou 217 813 080. Para facilitar a notificação, procure ter sempre o número do seu cartão, o número da conta à qual tem associado o cartão e o nome da entidade emissora do cartão.

22 agosto 2006

Não perca este texto

Bom leitor, não perca este texto: http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5154

Depende de si

Conforme a História demonstra – inclusive a da igreja de Santa Maria de Sabonha, em São Francisco, Alcochete – outrora os assuntos locais discutiam-se no adro da igreja.
Hoje em dia os adros cederam lugar à Internet e o efeito desta democratização do debate é facilmente mensurável.
O que lhe proponho a si, caro visitante deste blogue, é que avalie a relevância da participação cívica nos assuntos locais e tome iniciativas para ampliar a democracia electrónica a nível local.
Mais do que abordar assuntos, apontar erros e sugerir soluções, no futuro gostaria de ver residentes especializados em urbanismo, arquitectura, ambiente, direito, economia, demografia e saúde, por exemplo, a partilharem ideias e perspectivas sobre matérias locais.
Os contactos dos animadores deste blogue constam da coluna da esquerda se, para esse efeito, este for o espaço preferido.

Aprender a consumir

Por acaso reparara que, na região, esta norma legal não está a ser cumprida por todos os estabelecimentos comerciais?

21 agosto 2006

Centro de saúde está doente

Recomendo a leitura desta notícia publicada na edição electrónica do JN.
Por ser utente regular do Centro de Saúde de Alcochete deixo aqui o meu testemunho.
Conforme mapa estatístico visível em várias salas e corredores desse centro, embora a população do concelho tenha aumentado em 50% desde 1999 o quadro de médicos e de pessoal administrativo diminuiu significativamente.
Se houvesse intervenção e empenho da comunidade alcochetana na solução dos seus principais problemas talvez este assunto estivesse resolvido há muito, porque o caso não é recente nem da esfera do munícipio. Só aos serviços do Ministério da Saúde compete corrigir os mecanismos de funcionamento e dotar o centro dos meios humanos suficientes para atender a população.
Como a maioria dos alcochetanos se alheia destas e outras coisas importantes, muito por culpa das péssimas lideranças políticas existentes – existirão? – os problemas avolumam-se.
Há muito que uma comissão de utentes, por exemplo, deveria ter metido o dedo no assunto, confrontando a administração regional de saúde com esta realidade: sendo muito maior a afluência e cada vez menos os meios humanos disponíveis o centro de saúde tende a funcionar pior.
Parece-me que no Centro de Saúde de Alcochete algumas coisas correriam melhor se houvesse um grupo de voluntários a orientar os passos dos utentes, nomeadamente dos idosos, menos exigentes e reivindicativos mas indiscutivelmente carentes de atenção especial.
À data da inauguração (salvo erro em 1998) o centro tinha condições para ser modelar, mas nunca funcionou a 100% e hoje começa a parecer a aldeia da barafunda, onde todos ralham e têm razão mas pecam por serem incapazes de se organizar para tentar resolver os problemas.
Tenho assistido a frequentes cenas caricatas, nomeadamente a altercações entre funcionários e utentes, uns e outros impacientes porque as coisas vão de mal a pior.
Sobretudo administrativamente desorganizadas, em meu entender, porque as informações variam consoante o funcionário e assim ninguém se entende. Por vezes parece-me até que as facilidades dependem do utente ser ou não conhecido do funcionário, mas essa é outra história.
Também os médicos são pressionados pela quantidade de utentes que têm de atender diariamente e a qualidade do atendimento tende a piorar. A observação da ficha clínica, o diálogo e o estetoscópio cedem lugar à caneta e ao bloco de receitas.
O sistema de marcação de consultas é do mais retrógrado que conheço. Numa era de comunicação electrónica não entendo a necessidade da deslocação para esse efeito. Muito menos às 06h00 ou 07h00 da manhã para ser atendido às 12h00; ou às 14h00 para atendimento raramente anterior às 18h00 ou 19h00.
Tenho conversado com gente que se levanta às 06h00 da manhã e, por falta de transporte, abanca no centro de saúde todo o dia. Alguns saem de lá às 17h00 ou 18h00, obviamente fartos de tudo e de todos.
Há necessidade disto em 2006, em Portugal, caros alcochetanos? E estão à espera que na câmara vos resolvam o problema?

20 agosto 2006

Há soluções


Não me passara pela cabeça que esta seria solução de recurso para a autarquia de Alcochete, onde durante as festas andei misturado com a multidão e notei reacções dispersas de desagrado em duas das intervenções públicas do chefe da edilidade.
São sinais políticos significativos após nove meses de mandato e não me admiraria que, em 2007, se repetisse uma pateada que, há um ano, me deu a certeza que o reinado de um certo grupo chegara ao fim.
Mas espero para ver o evoluir do caso de Setúbal, pois em política há coisas que a razão desconhece.
Se a memória não me atraiçoa, em Portugal é pouco vulgar um partido recomendar a militantes que renunciem ao mandato.

Livre mercado

No texto imediatamente anterior, eu disse que as esquerdas em geral e o comunismo em particular querem varrer da face da terra o livre mercado. Isto é claro para todos.
Mas todos terão consciência de que o fim do livre mercado é o fim da propriedade privada? Todos terão consciência de que o fim do livre mercado impõe o ferrete do Estado sobre o cidadão? Todos terão consciência de que o fim do livre mercado transformaria cada ser humano em marionnette?
Defender o livre mercado é defender as democracias capitalistas da civilização ocidental; defender o livre mercado é defender a liberdade, o desenvolvimento e progresso dos povos; defender o livre mercado é denunciar alguns megacapitalistas que foram feitos pelo livre mercado, mas depois matam-no quais parricidas execráveis.
Se alguns megacapitalistas já não querem nada com o livre mercado que os fez, estão na mesma trincheira com quem?

18 agosto 2006

Igualdade de oportunidades

O que faz sentido para mim é defender a igualdade de oportunidades. Mas isto o que é?
Por igualdades de oportunidades entendo o seguinte: nenhuma pessoa pode ser discriminada no direito à saúde, educação, trabalho, etc., por motivo de qualquer traço diferencial como a pigmentação da pele, religião, cultura, convicções políticas e/ou filosóficas, sexo, etc. Por exemplo, a maternidade, que estabelece uma diferença radical das mulheres face aos homens, não pode prejudicar o direito daquelas ao trabalho.
E por que razão a defesa da igualdade de oportunidades é preterida a favor da igualdade de género? Porque a primeira pressupõe a existência do livre mercado. Faz algum sentido defender a igualdade de oportunidades e excluir o livre mercado? Claro que não. Mas as esquerdas em geral e o comunismo em particular querem varrer da face da terra o livre mercado.

O costume

Mais uma vez falta transparência ou coragem (ou o que quiserem chamar-lhe) ao executivo da câmara. Deveria explicar-se aos munícipes.

Só agora?

Leia esta notícia e tenha especial atenção ao último parágrafo. Está confirmado que a rebaldaria só tem inconvenientes.
Repito: um dia, se e quando houver na câmara outro tipo de autarcas, explicarei como se regula o mercado comercial em época de festas. Há soluções.

Outra questão, que deixo à consciência de cada um, é haver milhares de olhos a observar, impávidos, alguns indivíduos manifestamente ébrios que se põem à frente dos touros.

17 agosto 2006

Igualdade de género

Vejo por toda a parte gente a falar de igualdade de género (gender) sem saber o que diz, uma vez que em parte nenhuma detecto um esforço de definição.
Mas o que é o género? Bom leitor, olhe que não é de Gramática que falo. Isto aparece nos books ditos de Sociologia.
A categoria de género assenta nas diferenças de comportamento entre homens e mulheres, o que leva a esperar-se daqueles umas coisas e destas outras. Daqui se saltaria com facilidade para problemáticas de ordem cultural e de poder, mas dissso poderei falar um pouco noutro texto.
Agora quero abordar sobriamente a igualdade de género (gender equality) que, conforme afirmei algures neste blog, significa a inexistência de qualquer distinção entre os papéis (rôles) de homens e mulheres.
O movimento para a igualdade de género, não obstante homogeneizar as diferenças existentes entre a masculinidade e a feminilidade, não parece que tenha conseguido grandes resultados.
Actualmente, embora não seja uma questão posta de parte, a igualdade de género, efeito de um feminismo primário, está superada (Lagarde:1996; Elósegui: 2002). E porquê? Porque no varão e mulher há qualquer coisa diferencial que os constitui e faz diversos na forma de ser e estar no mundo.
Assim se vê que a igualdade de género é, em última instância, um ataque aos direitos do indivíduo, o que nos leva a descobrir que estamos perante mais um produto da ideologia marxista.

Oposição, eu?

Diz-se por aí – disseram-mo várias vezes, durante as festas – que a oposição mora aqui. Não é verdade.
Por definição, ser opositor significa possuir algum poder de representatividade, ter um programa alternativo e demonstrar que projectos e ideias nele contidos conduziriam a resultados mais positivos.
Ora, represento-me apenas a mim próprio, não tenho programa algum e nunca pensei em fazer melhor que outros.
Neste espaço limito-me a exercer o direito de cidadania: observo realidades e comento-as; aponto problemas e sugiro soluções; recordo promessas vãs e critico tal comportamento antidemocrático.
Pena é que, localmente, raros sejam os disponíveis para algo mais que o papel de espectadores passivos. Enquanto formos meia dúzia em 15.000 o poder e a verdadeira oposição farão de conta que assobiam para o lado.
Apesar do poder dar já ténues sinais de estar atento, continuará tão opaco quanto possível enquanto puder. E a oposição representativa comprometer-se-á ainda mais com o silêncio sepulcral mantido há muitos meses.
Se em torno de espaços de opinião livre se polarizarem umas centenas de alcochetanos, tenho a certeza absoluta que tudo mudará no poder e na oposição.
Lembrem-se que a soberania do povo é a primeira regra da democracia.
Depende apenas de vós essa mudança. Contudo, se gostarem continuem a ser iludidos. Eu detesto-o e manifestar-me-ei sempre. Pelo menos até me convencer que, como escrevia há dias um distinto visitante deste blogue, não há mais ninguém para acordar.

16 agosto 2006

A festa continua viva...

A festa continua viva na saudação ao meu patrício, no aceno ao que passa mais ao largo, no aperto de mão a este, na piscadela de olho àquele, na bica à mesma mesa de café, nas conversas sobre isto e aquilo, nos risos e gargalhadas...
A festa continua viva porque não há distância que separe dois alcochetanos.
Hoje, em tempo real e a custos muitos baixos, eu posso ver o meu conterrâneo, falar com ele e ouvi-lo, independentemente do lugar do mundo onde se encontre. É verdade que aqui não podemos partilhar a mesa dos alimentos, mas todos, das Franças e Alemanhas às Américas e Austrálias, podemos virar os nossos olhos para o altar da alcochetanidade e gritar: "Alcochete/ ressurgirás do chão/ o teu corpo crescerá gigante/ e os teus braços levantarão bandeiras/ ondas do mar a cobrir de espuma a terra inteira/ a encher de coragem/ o peito dos homens".
A festa continua viva nos corações de todos os alcochetanos.

Festa Brava

Toiros e cabrestos
Cavalos a galope
Varas e campinos
São rajadas furibundas a troar pelas ruas
E a levantar do chão mantilhas de pó branco
Levadas aos poucos
Por ventinhos loucos.

15 agosto 2006

Aguadeiros precisam-se

Sugiro à Direcção do Aposento do Barrete Verde que, no próximo ano, angarie verbas para a organização das festas fazendo circular pela vila umas carrocinhas engalanadas e carregadas de garrafas de água.
Num conhecido estabelecimento regular e licenciado, situado nas imediações do Largo de São João, cobraram-me a módica quantia de 0,60€ por um garrafa de 1/4 de litro de água!
Para não ir mais longe, num dos supermercados locais compram-se quase 30 garrafas iguais com esse dinheiro.
Creio que o Aposento poderá angariar boa maquia se as vender a 0,30€.
Consta para aí que raros comerciantes contribuem para a organização das festas, embora sejam os únicos a ganhar muito com elas. É preciso pagar-lhes na mesma moeda.
Um dia, se e quando houver na câmara outro tipo de autarcas, explicarei como se regula o mercado comercial em época de festas. Há soluções.

14 agosto 2006

Sugestão apenas


Como muitos fiéis notaram – e talvez também o executivo camarário, porque o vi na cerimónia – em próxima procissão deverá ser impedido o estacionamento de veículos nas artérias percorridas pelo cortejo.
O que se viu, ontem à noite, na rua Padre Cruz, na av.ª dos Combatentes, na rua do Norte, sobretudo no Largo da Misericórdia e também nas ruas da Quebrada e João Facco Viana, não me parece recomendável nem aceitável.

12 agosto 2006

O consenso para a comunidade alcochetana

Urge que se crie entre a comunidade alcochetana o consenso de que o comunismo é contra a fé no princípio de ordem superior, contra as religiões em geral e o cristianismo em particular, contra a tradição, contra o estado-nação, contra o livre mercado, contra a propriedade privada, contra os valores da família, etc.
Todo o universo das esquerdas encoraja a eutanásia, o aborto, a igualdade de género, a legalização de uniões entre homossexuais, a trans-sexualidade; afoita a pedofilia sob a designação de sexo intergeracional, destrói a mente dos jóvens, vira-os contra a autoridade dos pais e professores, etc.
As pessoas simples, por exemplo, quando sentem sobre a pele os efeitos da estupidez deste ou daquele grupo de jovens, tendem a justificar tais factos pela ausência de educação, mas o cerne de toda esta problemática é deveras mais profundo, pois obedece a estratégias invisíveis que visam precipitar o aparecimento de uma nova ordem mundial sob um novo totalitarismo.

Só há um responsável por este texto cujo nome é João José da Silva Marafuga

Festa na rua


Passam lestos. Para onde vais? Vou para a festa!
Passam moles e lentos. Donde vens? Venho da festa!

As Festas do Barrete Verde e das Salinas estão aí. Divirta-se e mande-nos fotografias. Esta é da noite passada, no desfile dos Toca a Rufar.

11 agosto 2006

Variações sobre a variante


Afinal, mais depressa do que supunha deram-me motivos para voltar a escrever sobre a variante.
Apressadamente, porque nem todos os semáforos funcionam(!), a segunda fase da variante urbana de Alcochete abriu hoje ao tráfego. De automóveis sobretudo, porque a de peões é problemática.
Por um lado, por não ter havido espaço para passeios contínuos, em ambos os lados, nomeadamente entre as rotundas do Cerradinho da Praia e dos Barris. Por outro, porque nas áreas adjacentes à urbanização dos Barris falta acabar caminhos de circulação pedonal.
Talvez a maioria dos moradores desta urbanização possa, finalmente, voltar a viver em paz e sossego, porque os do Alto do Castelo e da Coophabital nunca mais terão nem uma coisa nem outra.
Descreio do retorno à serenidade mesmo nos Barris, porque os automobilistas odeiam semáforos e muito mais os de radar, fugindo deles sempre que podem.
Planeada em finais da década de 90 mas com construção iniciada apenas em Março de 2004, a segunda fase da suposta variante representa enorme risco para peões. Embora prometida, a passagem pedonal elevada entre o Centro de Saúde e o acesso à Escola Secundária acabaria por ser abandonada. Em seu lugar aparecem semáforos alimentados a energia solar e comandados por radares de velocidade e botões accionados pelos peões.
A alternativa é arriscada e, ao contrário dos actuais autarcas, oxalá peões e automobilistas revelem consciência dos riscos.
Ao separar bairros em que habitam alguns milhares de pessoas, aquilo a que chamam variante – embora nada mais seja que uma avenida parida precipitadamente, como se o mundo acabasse amanhã – prejudica o acesso seguro a duas escolas, ao Centro de Saúde, a dois pavilhões gimnodesportivos e à piscina municipal, pelo menos.
Se ocorrerem fatalidades alguém na câmara fugirá a responsabilidades, mas tenho posição oposta. A principal demonstração de sabedoria dos políticos é anteciparem-se aos problemas e, infelizmente, os semáforos são panaceia para alguns problemas facilmente previsíveis.
Espero, sinceramente, estar enganado nestas previsões. Mas já observei hoje o suficiente para pensar que não. Temo o pior, sobretudo quando as aulas reabrirem.
Abordo, enfim, a justificação para as três imagens acima (click sobre elas para ver ampliação).
As duas primeiras reproduzem sinalização vertical implantada entre a Av.ª Dr. José Grilo Evangelista e o depósito de água e à entrada da estrada da Atalaia junto à vedação da Escola El-Rei D. Manuel I. Ambas apontam para uma via inexistente, conforme demonstro na imagem inferior.
Destinando-se esta sinalização sobretudo a orientar forasteiros, parece-me anedótico recomendar-lhes que circulem a corta-mato para atingir o IC3, a A12 e a ponte Vasco da Gama!
Esta sinalização é disparatada e convém remediar depressa o erro, ocultando as indicações prematuras, dado que a futura via não está sequer planificada nem houve ainda concurso público para a sua construção.
Já agora, chamo a sua atenção para as absurdas dimensões do painel vertical plantado junto à vedação da escola (imagem do meio). Mamarrachos idênticos só existem em vias de circulação a alta velocidade, como auto-estradas. No interior de uma localidade, junto a um dos cruzamentos mais movimentados da vila de Alcochete, uma monstruosidade daquelas revela enorme falta de senso e é atentado à paisagem urbana.
Substitua-se aquilo depressa e devolva-se ao local original o velho loureiro desaparecido para parte incerta, o qual não tem culpa alguma da mania das grandezas de certas "mentes brilhantes"!

P.S. – Pode ser coincidência mas segunda-feira, 14 de Agosto, apareceram ocultadas as indicações prematuras na sinalização vertical mencionada no final deste texto.

O editorial do sr. Presidente

Esta manhã, numa esplanada dos Barris, estava a ler o "Editorial" do sr. Presidente da Câmara de Alcochete, Dr. Luís Franco, patente na edição especial do Boletim Municipal, parecendo-me, até com alguma surpresa minha, que a escrita ia deslizando razoavelmente bem.
Eis senão quando chego ao penúltimo parágrafo ( a bem dizer o último porque este é curtíssimo) e levo com um balde de água fria em cima, uma vez que, diz o Presidente, «...o arrear das bandeiras e o fogo de artifício, que sublinham o final das mesmas [as Festas], inculcarão nos nossos corações um sentimento de profundo e estéril vazio». Ora as coisas não são assim porque se assim fossem as festas não serviriam para nada.
Em termos antropológicos, a festa visa assegurar a coesão das comunidades e revigorar as forças para o novo ano de trabalho. Portanto, as palavras desprevenidas do jovem Dr. Luís Franco procedem de uma manifesta imaturidade cultural.
Para mim, que vivo de analisar textos, o que está subjacente ao pessimismo do edil é o desejo oculto de pôr termo abrupto à alegria das pessoas: vocês divertiram-se, mas pronto, acabou-se, aí está o mundo negro, ide ao inferno das vossas vidas e desamparai-me a loja que nesta mando eu.
Os meus leitores achar-me-ão cruel, mas garanto a todos que tenho mais razão nas minhas palavras do que muitos possam imaginar. Escrevo o que escrevo não levado por humores mas por estudos especializados que me fazem ver o que - com sofrimento meu - escapa à maioria.
O que não parece, muitas vezes é.

No jornal oficial do Estado

Ver aviso da Câmara Municipal de Alcochete, publicado na pág. 14.813 deste «Diário da República» (é a pág. 39 deste documento em PDF).
A reter teor do último parágrafo: "Estando a Câmara Municipal de Alcochete em fase de reestruturação de serviços, não seria coerente a abertura de um processo de recrutamento que originasse o provimento do lugar".
Se alguém souber que reestruturação é esta, por favor avise-me.
Conforme escrevi aqui, havia a vaga promessa eleitoral de "desenvolver e difundir uma política de gestão integrada de recursos humanos baseada no planeamento e nas estratégias da Câmara Municipal da Alcochete".
Até hoje nada vi sobre o assunto. Mas a reestruturação está em curso...

Anedota do dia

Novos comentários sobre a variante ficam por conta de outros alcochetanos, porque este já escreveu o que entendia justificar-se.
E o que tem a acrescentar di-lo-á em momento oportuno, o que a esta hora ainda é prematuro.
A variante tem sido, talvez, o assunto mais focado neste blogue. Até ao momento dedicámos-lhe 28 textos!

Alcochete 50


Uma jovem alcochetana pega um toiro de caras na Barroca d'Alva (anos sessenta).

10 agosto 2006

Grito capaz de acordar alguém?

O nosso prezado visitante Olavo Sousa enviou o texto que passo a transcrever, dirigido ao meu companheiro de blogue João Marafuga:

Tenho lido com maior ou menor interesse, de acordo com os respectivos assuntos, os seus textos e tenho mantido o silêncio quer concorde ou discorde de si, mas agora atingi o meu limite e quero expressar não só a minha indignação mas também a minha interpretação dos factos. Desde já o autorizo a usar este texto ou as opiniões nele expressas.

Presentemente, e de há muitos anos a esta parte, não estou ligado a nenhum partido político nem sou contra nenhum. Mesmo quando exerci actividade política, quer a nível local quer a nível profissional, nunca estive numa oposição primária a qualquer partido, movimento ou ideologia. Relativamente ao partido político a que pertenci e no qual militei, orgulho-me de ter sempre mantido um espírito crítico que me levou muitas vezes a discordar das suas políticas e posições oficiais.
Defendo intransigentemente que as ideias são para ser postas ao serviço do homem e não para se servirem dele e, também por isso, sou irredutivelmente contra qualquer forma de fundamentalismo político ou religioso. Sou um indivíduo pacífico e tolerante mas que dificilmente consegue calar a revolta perante a desonestidade sobretudo a do poder instituido.

Não sou natural de Alcochete, vila que só conheci tardiamente na minha vida mas que adoro sem dúvida muito mais do que muitos aqui nascidos e que por imposições e cegueira ideológia e muitas vezes também por desonestidade estão dispostos a sacrificá-la.
Não tenho razão? Então como explicar o "aborto" arquitectónico que rouba a margem do rio a Alcochete, em frente à fábrica da cortiça? Que a amor à vila justifica tal autorização? Este "ultraje" chamou de imediato a minha atenção desde a primeira vez que me confrontei com ele, numa altura em que estava completamente afastado do meu horizonte o vir residir aqui.
Nunca poderia imaginar que um executivo camarário de um partido dito de esquerda tivesse autorizado tal privilégio no gozo da margem do rio que, de certo modo, me faz lembrar as "capitalistas" praias privativas. Foi pois com surpresa que, perante tal "aborto" fui esclarecido de que se tratava de uma câmara com um executivo de esquerda. Hoje conheço mais situações que me surpreendem mas nunca nenhuma teve o impacto daquela.
É óbvio que nem tudo foi mau e há muito de meritório na obra de vinte e tal anos da Câmara de Alcochete sob o domínio da "esquerda".

Presentemente e após um interregno de 4 anos para um partido dito Socialista, esta esquerda volta a "apoderar-se" da Câmara de Alcochete e curiosamente com o contributo de um um golpe da maior desonestidade política como foi a divulgação, a 48 horas das eleições autárquicas, por uma entidade que deveria ser responsável, de um panfleto em que, a coberto da explicação do contencioso à volta da construção da nova biblioteca se fazem denúncias ao executivo camarário ainda em funções, denúncias essas que nada tinham a ver com o referido contencioso e publicadas numa altura em que já não davam hipótese de resposta.
A quem achar que estou errado, pergunto apenas se aceitarão como honesta uma atitude idêntica de qualquer partido nas próximas eleições e contra o actual executivo? Certamente que acham que não porque a "superioridade moral dos comunistas" lhes dá direitos que os outros não merecem. Certamente que acham que não porque a linha política que apoia o actual executivo camarário não comete erros nem ilegalidades que permitam idênticas acusações.

Acho que agora se pode compreender facilmente porque penso o que penso e cheguei às conclusões a que cheguei sobre os 61 postos de trabalho criados na Câmara de Alcochete.
A culpa não é do actual executivo mas do anterior. Passo a explicar: Se não tem havido o "roubo do poder" pelo Partido Socialista, certamente esta medida não teria qualquer justificação. Para quê sobrecarregar a Câmara que tem problemas financeiros com estes novos salários? Durante os vinte a tal anos de poder nunca repararam que os quadros da Câmara eram insuficientes?
Talvez o não fossem mas se o eram, então houve vinte e tal anos de incompetência do executivo camarário que nem soube aproveitar alguns tempos de "vacas gordas" para criar os quadros necessários para um cabal desempenho das suas missões.
Se, de facto, durante aqueles vinte e tal anos, não era necessário um quadro de pessoal actualizado e só agora surge essa necessidade, então certamente isso deve-se a que o executivo do Partido Socialista fez tanto por Alcochete que agora o município é muito mais importante e se torna necessário este aumento dos efectivos camarários. Infelizmente isto coincide com uma altura de crise nacional o que torna tudo ainda mais estranho.

Independentemente de tudo o mais e das possíveis explicações é inapelavelmente desonesto que o executivo Camarário não dê qualquer explicação aos municipes antes do encerramento do concurso e que no site da Câmara apenas se dê enfase a "garantir a gestão integrada dos recursos humanos" e "desenvolver e difundir uma política de gestão integrada dos recursos humanos". Será que vão admitir pessoal para gerir o pessoal?
Durante os vinte e tal anos em que a Câmara de Alcochete foi propriedade da tal esquerda, não se tinha instalado qualquer receio tanto mais que a nossa democracia defende a propriedade privada e nada faria supor que a Câmara de Alcochete assumida como sua propriedade pela tal esquerda pudesse vir a ser "abusivamente" ocupada por outros donos.
Parece mentira mas a verdade é que os Socialistas ocuparam a Câmara e então instalou-se o terror e agora, depois de reposto o "dono" legítimo, com algumas ajudinhas inocentes, como tive oportunidade de referir, houve que pensar em tomar providências e acautelar o futuro.

A tal esquerda, exactamente a mesmíssima esquerda, com uma fachada ligeiramente diferente, na minha opinião destinada a enganar os eleitores traidores que tinham viabilizado o abuso do Partido Socialista, encontrou a solução reforçando em 61 elementos a equipe municipal.
Tal número permite certamente "pôr na prateleira" qualquer elemento menos "devoto" ou ortodoxo e garante seguramente uma minagem completa dos serviços da Câmara, saturando-os de gente de sua confiança.
Assim, na remota hipótese de o partido "dono" da Câmara voltar a ser vítima de qualquer atentado aos seus direitos, a Câmara continuará a ser sua, não nominal mas realmente, com um excelente exército irregular de agentes perfeitamente capazes e preparados para sabotar o trabalho e esforço de possíveis ocupantes.
Para quem não percebeu bem, isto é uma forma de terrorismo que agora se quer instalar em Alcochete mas que há uns anos se pretendeu estender a todo o País.
Gostaria de saber o que pensaria a tal esquerda se idêntica atitude tivesse sido tomada pelo anterior executivo Socialista que, pelo menos, o teria feito numa altura em que a palavra de ordem não era, como agora, reduzir o número de funcionários públicos.

Pobre vila de Alcochete.
Pobre população de Alcochete a quem se aplica que "não há pior cegueira do que a dos que não querem ver".
Pobre vila de Alcochete que merecia poder progredir, guiada por alguém que a ame, com vista a um futuro melhor.

Quero ainda dar um grito de revolta. Ao consultar o site da Câmara para me documentar sobre o assunto desta mensagem, verifiquei que o restaurante escolhido para representar o Município de Alcochete no Concurso Regional de Gastronomia da Costa Azul 2006, que decorre até 15 de Agosto próximo, é, apenas por mero acaso, propriedade de um familiar (suponho que irmã) do antigo Presidente da Câmara, não o do Partido Socialista evidentemente.
Seria demasiada curiosidade saber como foi feita a escolha. Conheço o restaurante mas também conheço outros que, na minha modesta opinião, representariam muito melhor Alcochete e talvez fossem capazes de prestigiar a Vila. Se todos os outros concorrentes forem péssimos, talvez Alcochete ganhe porque o restaurante até é bonzinho.

Infelizmente, tenho a certeza de que estas palavras não vão ajudar a resolver nada porque se esmagam contra a prepotência de um poder com desígnios inconfessáveis. Seria para mim gratificante se soubesse que este grito seria capaz de acordar alguém para se juntar a um pequeno exército de boa vontade decidido a lutar por Alcochete e pelo seu Povo.


Parece-me necessário tocar a reunir, para defender o que é propriedade colectiva e alguns tentam usurpar.
Volto a recordar que as autarquias são geridas por cidadãos em representação dos eleitores. É a estes que os detentores de cargos devem obediência e não a interesses sindicais ou partidários.
As festas são um bom momento para encontros e diálogos de cidadania activa. Aproveitem-nas bem. É a hora!
Até por isso este texto é oportuno. Parabéns ao autor.

Alcochete 49


O mesmo grupo da foto anterior com o padrinho ao centro, o lavrador Estêvão António de Oliveira (meados do século).

09 agosto 2006

Alcochete 48


Um grupo de forcados do Aposento do Barrete Verde (meados do século).

Alcochete 47


Decurso de uma corrida na Praça de Toiros de Alcochete (meados do século).

Expliquem tudo de uma vez

A réplica política a algo a que me referira num textículo de ontem está aqui.
Lamentavelmente, nenhuma transcrição formal consta ainda do sítio do município na Internet. Pelo menos a esta hora.
É que no último parágrafo da notícia referenciada acima há um pormenor inédito: 20.000 habitantes em Alcochete. No entanto, 14.966 foi o número de referência no cálculo dos fundos transferidos pelo Estado para a autarquia no ano corrente. Temos tantos novos vizinhos desde há oito meses? Entre 2001 e 2005 o crescimento fora de 5.000 pessoas.

Volto, entretanto, ao que escrevera neste blogue em Abril, ainda sem resposta.
Porque as pessoas não são descartáveis nem devem ter estabilidade de emprego e de vida dependente dos humores e das orientações políticas do poder local, enquanto cidadão e munícipe tenho o direito de exigir que o executivo municipal apresente dados concretos e esclarecedores acerca das movimentações de pessoal desde a sua tomada de posse, quantas rescisões, demissões e transferências ocorreram e por que motivos, quantos processos disciplinares estão em curso e quantas admissões se verificaram.

E como, há dias, a propósito da passagem de pessoal para o quadro efectivo do município, o executivo camarário decidira invocar promessas eleitorais, parece-me oportuno questionar a coerência em relação também a estas feitas aos munícipes:
"...Apoio à implementação e funcionamento de:
a. Orçamento Participativo, como o instrumento estratégico para a participação alargada dos cidadãos na gestão do município, apostando na transparência e proximidade da Administração Pública em relação aos cidadãos e no aprofundamento da democracia e da cidadania;
b. Conselho Municipal, como o órgão máximo de promoção e da participação dos cidadãos, na lógica de uma democracia participada.
3. Envolvimento dos munícipes nos processos de tomada de decisão, através de:
a. Elaboração da Carta do Cidadão, enquanto documento definidor dos direitos e deveres na relação entre os munícipes e as autarquias"...

E mais estas:

"...1. Desenvolver e difundir uma política de gestão integrada de recursos humanos baseada no planeamento e nas estratégias da Câmara Municipal da Alcochete:
a. Aprovar, até ao 1º semestre de 2006, uma política clara que contenha critérios objectivos nos domínios do recrutamento, da selecção, da formação profissional e do desenvolvimento das carreiras"...

08 agosto 2006

Ainda mexe

Garantiram-me ter sido encerrado para normalização administrativa do elenco mas, afinal, acaba de dar sinais de vida.
O assunto em causa fora abordado, há alguns dias, neste blogue. Cronologicamente, os textos são este, este, este e este.

Alcochete 46


Interior da Praça de Toiros de Alcochete (primeira metade do séc. XX).

Alcochete 45


A Praça de Toiros de Alcochete no seu projecto inicial (primeira metade do séc. XX).

Números, nada mais

Vamos ultrapassar hoje os 10.000 acessos a este blogue.
Passaram cerca de oito meses e meio desde a publicação do primeiro texto e este é o 566.º documento inserido.
Até ao momento foram lidos ou vistos 22.411 documentos.
Este é um blogue exclusivamente local, num concelho com pouco mais de 15.000 residentes.

A pérola náutica e o museu


O município de Alcochete é proprietário da embarcação tradicional «Alcatejo», cuja conservação em condições de navegabilidade custa muito dinheiro aos contribuintes.
Os últimos dados conhecidos são de 2004 e referem a despesa total de 23.209,76€ (cerca de 4.600 contos) só em manutenção e conservação, tendo o número de viagens e de passageiros transportados diminuído drasticamente desde 2001.
Gostaria de poder continuar a rever a «Alcatejo» de velas enfunadas e com passageiros, entre Vila Franca e o Parque das Nações ou do Barreiro ao rio das Enguias. Mas se os amigos a abandonaram e carece de atractividade turística, de características para exploração rentável e de condições para ser mantida a sua navegabilidade, ponha-se definitivamente a seco e ao abrigo do sol e da humidade.
Parece-me um bom início não para o prometido mas nunca concretizado museu de barcos, mas para um novo museu municipal com uma ou mais salas dedicadas a actividades ligadas ao rio.
Arrisco uma sugestão: se no fórum cultural a única área regularmente útil é o auditório, talvez fosse de encarar a transferência do chamado núcleo-sede do museu municipal para as inúmeras salas devolutas. O espaço parece-me bem mais amplo que no edifício da Rua Ciprião de Figueiredo, seria melhor aproveitado e talvez rentabilizado.
Pelo menos quando houvesse espectáculos, alcochetanos e forasteiros teriam a oportunidade de conhecer ou de rever o museu, coisa que poucos terão feito alguma vez dado que, por exemplo, em 2004 a média diária de visitantes não chegou à meia dúzia.
O museu municipal tem de levar uma grande volta, por ser demasiado acanhado. Por um lado, porque muita coisa relevante do património não está à vista. Por outro, porque urge pedir aos alcochetanos detentores de coisas valiosas que as mostrem ao menos uma vez.
Essa exposição temporária poderia ter coincidido com a abertura do fórum cultural, mas ninguém pensou nela ou não conseguiu concretizá-la?

07 agosto 2006

Alcochete 44


Aqui há gato...ou burro! Algures nas Hortas (primeira metade do séc. XX).

O «Menino» e o «Earnslaw»


Descobri no lago Wakatipu, entre Queenstown e Walter Peaks, na Nova Zelândia, a embarcação «Earnslaw», que me parece muito semelhante ao antigo vapor «Alcochete» ("o menino") que ligou a vila ao Terreiro do Paço no primeiro quartel do séc. XX.
Veja se "o menino" reproduzido acima é ou não semelhante ao «Earnslaw» que aparece em quatro imagens constantes desta página.

P.S. - Alerta do meu companheiro de blogue: olhe que "o nosso menino" andou na ida e volta uns 50 anos. Há pouco tempo perfez cem anos depois da compra do vapor aos alemães pelo povo de Alcochete.
É verdade, sim senhor. A efeméride passou em claro mas o centenário deveria ter sido assinalado a 2 de Agosto de 2004, data do baptismo do vapor «Alcochete» e da inauguração solene da carreira Alcochete-Lisboa.
A embarcação seria reconstruída em 1940 e navegou entre as duas margens até 1989.
Convém não perder o rasto a factos que perduram na memória colectiva. Eu sei haver famílias alcochetanas que guardam peças do "menino", tal como outras relíquias que deveriam ser mostradas no museu municipal, quanto mais não fosse temporariamente.

Nada de nada

Relativamente a Alcochete, suponho que alguns frequentadores deste sítio terão lido algures promessas de modernização administrativa, de melhor gestão de recursos humanos, de formação profissional, de motivação e outros chavões que pontuam discursos políticos.
Mas desconhece-se quase tudo sobre informatização de serviços, que percentagem do pessoal dispõe de máquinas e programas adequados, como vai a formação profissional em novas tecnologias, que tarefas repetitivas e rotineiras se automatizaram e quando poderão os munícipes interagir com serviços, órgãos e eleitos.
Isto é: ninguém sabe donde partimos, onde estamos e para onde caminhamos.
Tomando como exemplo o sítio do município de Alcochete na Internet, acho que regredimos neste mandato.
Se, antes, nem passáramos sequer da idade da pedra da administração electrónica, depois houve um interlúdio e a seguir entretiveram-se com papas e bolos.
Continuamos, como sempre, a passo de caranguejo.
Parece-me que o problema é sobretudo de cultura.

Ajuda na pesquisa

Ao regressar de férias, se pretender ler textos publicados neste blogue mas invisíveis na página de abertura, na área Arquivo da coluna da esquerda escolha a pesquisa por mês.
Tudo o que foi publicado nesse mês aparece numa única página.

Alcochete 43


Esta foto foi tirada no Rato de cima. Ao fundo vê-se a ponta da torre da Igreja (meados do século).

Alcochete 42


Esta foto foi tirada no Rato de cima. Ao fundo, vê-se a ponta da torre da Igreja (meados do século).

06 agosto 2006

Se eu fosse poder...

Se eu fosse poder em Alcochete e tivesse contra mim um blog com 1000 acessos por mês, pensava duas vezes!

Alcochete 41

Fim da largada e recolha do toiro (meados do século).

Alcochete 40

O toiro ter-se-ia metido em zona então demolida no Rato que a foto anterior parece deixar entrever (meados do século).

Chamem a polícia!

Acabei de ver este bem imaginado filme francês sobre segurança rodoviária e lembrei-me que, à noite, em Alcochete, há artérias entregues a uma certa fauna de parvalhões exibicionistas.
A última moda são as curvas com derrapagem (até ver) controlada nas novas rotundas da pomposa avenida travestida de variante, junto aos bombeiros e à maldita bomba de gasolina.
Parece-me ser ainda pálida amostra do que esses malabaristas patetas farão a seguir, tanto mais que, à luz do dia, em Alcochete, cerca de 1/5 dos condutores se está nas tintas para semáforos com radar de velocidade.
A coisa seria de pouco ou nulo efeito, mas espero que os suportes plantados antes mesmo da variante estar aberta ao tráfego sirvam para afixar cartazes publicitários com mensagens de alerta.

Correcção ao último parágrafo: os suportes destinam-se a painéis de orientação para forasteiros.

Alcochete 39


Largada de toiros no Rato (meados do século).

Alcochete 38


Eh toiro! (meados do século).
Toiro bravio
Grande na arena
Em rodopio
Para a faena.
Preto a brilhar,
Corpo nervoso,
Onda do mar
Que está ventoso.
Vem cavaleiro,
Toureia em frente.
Ferro certeiro
O toiro sente.
Lança bramido
Que a praça atroa.
Não há ouvido
Que ali não doa.
Moço forcado
Salta balcão.
Todo aprumado,
Fita o toirão.
Homem e toiro
São peça só.
O povo doido
Aplaude o nó.
O rei da festa
É recolhido.
Em nova gesta
Outro é corrido.

05 agosto 2006

Alcochete 37


Toiro denodado no Largo do Poço (meados do século).

Alcochete 36


Com a foto "Alcochete 36" (meados do século) dou continuidade à minha exposição electrónica sobre temáticas alcochetanas. Desta vez, a centralidade pertence ao toiro em homenagem às Festas do Barrete Verde e das Salinas.

Pense nisto!

Não posso deixar de chamar a sua atenção, caro frequentador deste sítio, para uma notícia publicada no «Correio da Manhã». Refere-se ao custo por quilómetro que as corporações de bombeiros suportam pelo transporte de doentes em ambulâncias (0,58€), enquanto o Ministério da Saúde lhes paga somente 0,37€.
Pode encolher os ombros e considerar que o problema não é seu. Mas se, em caso de aflição, um dia pegar no telefone a pedir uma ambulância e alguém lhe responder do outro lado estarem todas avariadas ou não haver pessoal disponível, não se admire.
Que sabemos nós da situação concreta dos bombeiros nesta nossa terra?

Recomendo leitura

Basta ler esta notícia para perceber que alguma coisa está errada se se descobre, somente dois a três anos depois, que uma autarquia funciona mal.
Deve questionar-se, nomeadamente, a eficácia das entidades directamente incumbidas do controlo e da fiscalização da actividade dos municípios, nomeadamente a DGAL e a IGAT.
E que papel desempenha a oposição no município de Palmela? Reparou nisto? Denunciou-o? É desatenta? É incompetente? É cega?
Por estas e por outras, as contas dos municípios deveriam ser de divulgação pública obrigatória, tanto no «Diário da República» como nos órgãos próprios das respectivas autarquias, segundo regras claras e legalmente definidas.
A propósito desta notícia e de um grande cartaz afixado, há tempos, na rotunda do Entroncamento, recomendo aos munícipes de Alcochete que interroguem a sua autarquia sobre o negócio da água. Antes que seja tarde e porque não é segredo de Estado...

04 agosto 2006

Já agora, expliquem-se (3)

Eu encontro diferenças substanciais entre o texto de uma notícia hoje distribuída pela agência Lusa, que pode ser lida aqui, e um outro inserido, no passado dia 1, no sítio da câmara de Alcochete na Internet, sob o título «Ministério da Educação, Câmara recusa proposta».
O assunto é o mesmo mas parece-me ter mudado o discurso.

Pára tudo: viva a festa!


Creio que muita gente andava em busca do programa das Festas do Barrete Verde e das Salinas deste ano, entre 11 e 16 do corrente.

Está aqui, no sítio do Aposento do Barrete Verde. A ilustração do cartaz é do artista plástico José Salomão.

Já agora, vá até à página de entrada da sala de visitas electrónica e leia a mensagem do presidente da Direcção, Fernando Pinto.

Se quiser enviar-nos imagens das festas deste ano, estamos disponíveis para as inserir neste blogue. Veja na coluna à esquerda desta página a área Contactos.

Pessoal e transmissível

Ver na pág. 14.049 deste «Diário da República» um aviso da câmara de Alcochete sobre nomeações resultantes de concursos internos de acesso para provimento de vários lugares no quadro de pessoal.

Já agora, expliquem-se (2)

Há cinco meses foi pintado um sombrio quadro financeiro do município. Se bem me recordo a dispensa de pessoal contratado era uma hipótese, devido à "pesada herança". Mas até hoje ninguém informou sobre quantos saíram nem se entraram alguns.
Em Abril escrevi aqui sobre o assunto e o artigo é uma das micro-causas deste blogue.
Como em quase tudo o mais, da gestão de recursos humanos nada sabemos. Nem mesmo quantos são os funcionários municipais na actualidade. No mandato anterior cheguei a contabilizar 305, número que vereadores então na oposição consideravam excessivo.
Lembro-me que, há cerca de dois anos, o anterior chefe da edilidade sofria tormentos para juntar a verba mensal destinada a ordenados e encargos sociais. E, mais recentemente, ao elaborar-se o orçamento do ano corrente, foi noticiado não haver cabimento para algumas remunerações.
Desconheço se, poucos meses volvidos, o quadro financeiro melhorou. Nunca o comunicaram e, se acreditasse em boatos, diria ir de mal a pior.

03 agosto 2006

Sítios em Alcochete

Sítios em Alcochete são o Rato,
Junto ao mar o Moisém e miradouro,
Largo do Poço o nome antigo dado
Por voz ardente de cristão e mouro.

Largos da Praça, Chafariz e Troino
São lugares que evocam a pertença
Dum povo ao chão rebelde a carda e dono,
Laço de pais e filhos em presença.

Vem o Rossio e a Praia dos Moinhos
A virar o soneto em má notícia
Contra abuso de autarcas bem mesquinhos.

Meu patrício, defende o nobre lar
Regado pelo sangue dos avós
Para nosso equilíbrio e bem-estar.

Debate sim, cabeça fria também

No sítio do município de Alcochete na Internet, com data de 1 do corrente, há um texto intitulado «Câmara recusa proposta» cuja leitura recomendo vivamente, a propósito do Despacho n.º 12.591/2006, da Ministra da Educação. A versão integral desse despacho está aqui e deve também ser consultada para se compreender a origem do apelo às armas.
Para dizer o mínimo, a reacção inflamada do executivo parece-me precipitada. O despacho data de 16 de Junho e está escudado em legislação antiga e bem conhecida, que nunca suscitara reacção alguma. Pelo menos em Alcochete, que eu saiba.
Os debates públicos são óptima ideia – tenho insistido nessa necessidade, vezes sem conta, como sabe quem se dispõe a pisar esta praia – mas parece-me extemporâneo sugerir debates com a maioria dos eventuais interessados algures a banhos.
A menos que isto seja manobra de agit-prop, considero pura demagogia o apelo "a toda a comunidade educativa" para que apoie a recusa da Câmara Municipal de Alcochete em ser "entidade promotora de actividades de enriquecimento curricular".
Quaisquer posições públicas que o executivo camarário entenda exprimir, a propósito deste ou doutros assuntos, de pouco valerão sem o apoio nem a compreensão dos residentes. Que sabe a maioria do assunto abordado no despacho da ministra da Educação? Que fez o executivo camarário para informar e esclarecer os munícipes?
Parece-me insensato tal incitamento a pais, encarregados de educação e professores de alunos dos ensinos pré-escolar e básico, porque o município não pode (nem deve) recusar responsabilidades legalmente repartidas entre ele e o Ministério da Educação. Poderá, quando muito, carecer de fundos para cumprir a sua quota-parte. Mas tem de demonstrá-lo, sem rodeios nem subterfúgios, antes do mais.
O próprio despacho sugere soluções alternativas e é sobre elas que a comunidade escolar e a autarquia deveriam ter-se debruçado há algum tempo, de modo a que houvesse ideias arrumadas e organização mínima, se possível no início do novo ano lectivo.
Desconheço que, no mês e meio decorrido entre 16 de Junho e 1 de Agosto, alguém o tenha sequer esboçado.

02 agosto 2006

No boletim oficial do Estado

Ver na pág. 13.802 deste «Diário da República» avisos e despachos relacionados com pessoal da Câmara Municipal de Alcochete.

Explicaram-se enfim, mas...


Pela primeira vez no actual mandato, registo que o executivo da Câmara Municipal de Alcochete seguiu uma via correcta: esclarecer a decisão de abrir concurso público para o provimento de 61 lugares no quadro de pessoal.
Vá ao sítio da câmara na Internet e leia o texto «Reestruturação dos Serviços».
Assinalo o facto com natural agrado, tanto mais que a reacção ocorreu em prazo muito curto: um dia após ter abordado o assunto neste texto.
Espero, sinceramente, que esta reacção seja o prenúncio da prometida mas até agora não cumprida era de diálogo franco e aberto entre eleitos da maioria e os eleitores. Destaco maioria porque a oposição continua em período de hibernação.
Quanto ao cerne da questão – alargamento do quadro do pessoal – a explicação não me esclareceu cabalmente porque o 4.º e 5.º parágrafos contradizem, aparentemente, declarações do presidente da câmara, estampadas há poucos meses em jornais regionais. Assinalei-o neste blogue, em tempo oportuno, nomeadamente neste e neste textos.
Acresce que os dois primeiros parágrafos deste esclarecimento municipal são demasiado vagos, embora alinhem informação talvez valiosa se, antecipadamente, alguém nos tivesse dito:
1. Como se irá 'caminhar para uma organização dos Serviços Municipais como “Mais Serviço Público”'. Não estarão organizados nessa perspectiva? Precisamos mesmo de "Mais Serviço Público"?;
2. O que se entende por "definir e implementar, até 2008, uma estratégia de modernização administrativa”, “garantir a gestão integrada dos recursos humanos” e “desenvolver e difundir uma política de gestão integrada dos recursos humanos”? Duvido que a maioria dos munícipes conheça sequer uma vírgula sobre o assunto. E eu li, nos últimos cinco anos, pelo menos, uma dúzia de papéis a prometer o mesmo.

01 agosto 2006

Casos de estudo

Há coisas curiosas que mereciam estudo. Nas últimas 24 horas, 3/4 dos acessos a este blogue têm como alvo este texto.
A maioria passa ao lado deste.
Possível consequência da ilusão em que as pessoas vivem. O texto de cima remete para um documento que promete empregos...